Milho: Em Chicago, mercado opera em queda pelo 3º dia consecutivo e exibe leves perdas nesta 2ª feira

Publicado em 25/04/2016 08:31

No início do pregão desta segunda-feira (25), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham em campo negativo. Perto das 8h13 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam quedas entre 0,25 e 1,25 pontos e operam em queda pelo 3º dia consecutivo. O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,71 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,80 por bushel.

As cotações dão continuidade ao movimento de realização de lucros iniciado na última sexta-feira (22) e depois dos ganhos registrados recentemente. O mercado também observa as previsões de chuvas nas principais regiões produtoras do Brasil. Na semana anterior, o tempo seco e as altas temperaturas registradas, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste comprometeram o desenvolvimento das lavouras do grão e serviram de suporte aos preços.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de embarques semanais, importante indicador de demanda. Além disso, o órgão também divulga novo relatório de acompanhamento de safras.

Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: Em Chicago, mercado reverte ganhos e encerra semana com perdas acima dos 14 pts nesta 6ª feira

Por Sandy Quintans

As cotações futuras do milho na Bolsa De Chicago (CBOT) encerraram o dia com fortes baixas nesta sexta-feira (22). Após ganhos significativos na semana, o mercado registrou realização de lucros, além de ter sido impulsionado por perspectivas melhores para a safra na América do Sul. Com isso, os futuros se distanciam do patamar de R$ 4 por bushel. 

O vencimento maio/16 encerra a semana cotado a US$ 3,71 por bushel, após perder 12,6 pontos no decorrer do pregão. O contrato julho/16 fechou a US$ 3,75 por bushel, registrando queda  de 14, 2 pontos, enquanto que setembro/16 encerrou o dia com baixas de 13,6 pontos. O vencimento dezembro/16 fechou em US$ 3,81 por bushel. 

Sites internacionais apontaram que o pregão foi marcado por um movimento técnico, revertendo ganhos das sessões anteriores. Segundo o analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia, após os fortes ganhos da semana, é natural que o mercado registre momentos de realização de lucros. 

No lado fundamental, perpectivas de melhora no clima em regiões produtivas na América do Sul também dão fôlego às perdas no mercado internacional. Segundo dados da Climatempo, as chuvas retornam para o Brasil, com previsões ainda nesta sexta-feira para Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Além disto, também há previsões de chuvas para Mato Grosso do Sul. De acordo com alerta do Inmet (Instituto Nacional de Mteorologia), devem ocorrer pancadas intensas no estado, nas regiões leste, sul, sudoeste, centro-norte e pantanal sul-mato-grossense. Nas demais regiões do Centro-Oeste, o tempo ainda segue firme. 

Apesar das previsões para algumas regiões, o cenário para a safrinha ainda é preocupante, diante do grande período de estiagem registrado. O agrometeorologista da Somar Meteorologista, Marco Antônio dos Santos, explica que a as chuvas esperadas para próximos dias e meados de maios são pontuais e de baixa intensidade. 

"A condição para o milho safrinha é bastante grave. Todas as regiões produtoras estão há mais de 20 dias sem nada de chuvas, as perdas são grandes e a maior parte das áreas não tem mais tempo de recuperação", explica. Já em Mato Grosso, o cenário pode ser um pouco melhor, por ter registrado chuvas nos últimos meses em relação a outras regiões do Centro-Oeste.

Diante do quadro climático e das dúvidas em relação a safra na América do Sul, as cotações em Chicago registraram ganhos expressivos na semana, apesar de encerrar no lado negativo da tabela. O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que  o vencimento maio/16 perdeu apenas 1,78%. Já dezembro/16 foi o contrato que registrou mais perdas, de 1,87% na semana. Veja no gráfico: 

Outro fator que pode dar fôlego as cotações em Chicago, é a oficialização das retirada das tarifas de importação de milho de países fora do Mercosul. Na semana anterior, o pedido havia sido encaminhado pelo Ministério da Agricultura (Mapa) à Câmara de comércio Exterior (Camex). Com isso, na manhã desta sexta-feira foi publicado no Diário Oficial da União. A medida visa amenizar a escassez da oferta do cereal no mercado interno, que afeta, principalmente, produtores de proteína animal. 

Mercado interno 

No Brasil, o ritmo de negócios da semana foi interrompido pelo feriado de Tiradentes na quinta-feira (21). O analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari explica que as vendas seguem lentas, com produtores focados no desenvolvimento da safrinha e a espera de preços ainda mais atrativos. 

Na BM&F Bovespa, os preços encerraram a semana com perdas nos principais vencimentos. O contrato maio/16 perdeu 1,10% e fechou cotado a R$ 49,71 a saca de 60 quilos, enquanto que julho/16 está valendo R$ 42,50 por saca, após perder 1,16% no pregão de hoje. Já o setembro/16 caiu 3,29%, com negócios em R$ 39,10 pela saca.

Já o dólar encerrou o dia com alta de 1,07% e cotado a R$ 3,5703 na venda. Segundo a agência de notícias Reuters, a moeda foi sustentada pela atuação do Banco Central e com investidores aguardando os desdobramentos da política brasileira. 

No mercado físico, houve pouca movimentação de preços, com ligeiros ganhos em grande parte das praças, segundo aponta o levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. A maior alta ocorreu em Barretos (SP), em que a saca passou a ser negociada em R$ 40,05, após a alta de 13,88%. 

Já em Sorriso (MT), houve a maior baixa da semana - queda de 5,71% - e fecha cotado a R$ 33 por saca. Por outro lado, o Porto de Paranaguá encerra a semana com ganhos de 2,94%, com a saca valendo R$ 35 para setembro/16. Veja no gráfico: 

Exportações

Já as exportações de milho do Brasil registraram receita de US$ 32,60 milhões nas três primeiras semanas de abril, com média diária de US$ 3 milhões -  segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Em volume, os embarques chegam em 209,6 mil toneladas, com média diária de 19,1 mil toneladas. O preço  médio da tonelada ficou em US$ 155,30.

Na comparação com a média diária de março, houve uma baixa de 80,7% no valor médio exportado e uma baixa de 79,3% no volume embarcado. Por outro lado, na comparação com abril de 2015, houve ganho de 84,8% no valor total exportado, alta de 139,3% na quantidade total e desvalorização de 22,8% no preço médio.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário