Milho: Em dia de volatilidade, cotações encerram com leves altas em Chicago nesta 5ª feira
As cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia com leves altas, após passar grande parte do pregão no lado negativo da tabela. O mercado teve ajustes de posições, depois dos fortes ganhos registrados na última sessão – com incentivo de dados climáticos da América do Sul e também com informações que indicavam recuperação da economia chinesa.
O vencimento maio/16 registrou alta de apenas 0,4 pontos, valendo US$ 3,74 por bushel. Já o contrato junho/16 subiu 1 ponto e fechou em US$ 3,78 por bushel, enquanto setembro/16 passou a valer a US$ 3,79 por bushel. O lote com vencimento a dezembro/16 chegou a US$ 3,85 por bushel, após a alta de 1,4 pontos.
Com as últimas altas, os preços em Chicago recuperaram as perdas após o relatório de intenção de plantio divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final de março. Segundo a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, a tendência para o cereal passou de ser de recuperação, após as perdas do início do mês.
As especulações em relação ao plantio ainda seguem. Para Lodi, os preços positivos para a soja podem incentivar migração de área, dando preferência para a oleaginosa. Com isso, o mercado aposta que os números para o milho não sejam tão otimistas, o que dá suporte para os preços em Chicago.
Ainda hoje, o USDA divulgou informações de vendas semanais, que apontou números positivos para o cereal e que também contribuíram para a movimentação do pregão. Os Estados Unidos venderam 1.247,2 milhão de toneladas de milho na semana encerrada em 07 de abril. O volume ficou dentro das expectativas do mercado, que oscilavam de 950 mil a 1,3 milhão de toneladas.
Além disto, o clima segue influenciando no cenário de preços para o cereal. As dificuldades climáticas nos países na Argentina, Paraguai e Brasil colocam em dúvida o tamanho da safra da América do Sul. “O comportamento do clima em maio será determinante para o desenvolvimento da safrinha”, explica Ana Luiza.
A maior preocupação é com a falta de chuvas na região Centro-Oeste. Segundo informações da Climatempo, o tempo segue firme e seco nos estados de Goiás, Distrito Federal e em grande parte do Mato Grosso do Sul.
Informações do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, apontam que o período seco e quente no centro-oeste do Brasil está prejudicando o desenvolvimento das lavouras de milho. “E tais condições meteorológicas estão reduzindo muito rapidamente os níveis de umidade do solo, afetando o desenvolvimento de lavouras de milho safrinha, em todas as regiões produtoras”, aponta.
Outro fator que está influenciando no cenário externo é a possibilidade de que o governo brasileiro retire as taxas de importação de milho, para amenizar os problemas de escassez e alta de preços para produtores de aves e suínos. O Ministério da Agricultura (Mapa) encaminhou o pedido à Câmara de Comércio Exterior (Camex). Com isso, investidores entendem que a demanda pelo cereal americano pode aumentar.
Mercado interno
No Brasil, o cenário é de poucos negócios e com pouca oferta de milho para comercialização. Lodi explica que além da escassez, muitos contratos foram fechados antecipadamente, o que tem levado produtores a se focarem no desenvolvimento da safrinha. A preocupação agora está voltada para o cumprimento dos contratos.
Além disto, o atual patamar do dólar está limitando ainda mais as vendas, que chegou a um dos níveis mais baixos do ano. No fechamento de hoje, a moeda norte-americana recuou 0,10% e fechou a US$ 3,4760 reais na venda.
O relatório divulgado pela INTL FCStone na quarta-feira (13), aponta que a valorização do dólar frente ao real deve ditar os negócios no Brasil. Para o milho, a consultoria aponta que as perspectivas são diferentes das demais commodities, devido a escassez na oferta.
“Com novas desvalorizações cambiais, o cenário de preços domésticos altos pode ser mantido por mais tempo. Da mesma forma, uma valorização pode levar a importações expressivas do grão no primeiro semestre deste ano, inviabilizando a exportação do produto do Centro-Oeste”, aponta em nota.
Na BM&F Bovespa, os principais contratos encerram o dia com ganhos. O vencimento maio/16 subiu 1,30% e negócios a R$ 47,50 pela saca de 60 quilos. Já julho/16 fechou em R$ 39,25 por saca, com alta de apenas 0,64%.
No Porto de Paranaguá, houve uma nova alta de 3,3%, com negócios em R$ 34,00. Outra praça de comercialização que registrou ganhos foi Sorriso (MT), que tem cotação de R$ 31 pela saca, após o acréscimo de 6,90%.
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