Milho: Sustentado, indicador Cepea bate novo recorde e vai a R$ 49,91 por saca

Publicado em 04/04/2016 17:00

Os preços do milho praticados no Brasil começaram mais uma semana registrando boas altas. Na BM&F, na sessão desta segunda-feira (4), os futuros do cereal encontraram estímulo no bom avanço registrado pelo dólar - que recuperou o patamar dos R$ 3,60 - e terminou o dia com ganhos expressivos. 

O contrato maio/16 fechou os negócios com alta de 3,42% a R$ 46,55 por saca; o julho/16 subindo 2,52% e o setembro/16 2,79% para R$ 35,70. Paralelamente, o indicador do Cepea - ESALQ/BM&FBovespa - registrou, na última sexta-feira (1), um novo recorde e foi a R$ 49,91 por saca, já registrando um ganho de 0,46% em relação a 31 de março.

A alta nas cotações ainda é justificada pelo bom momento das exportações brasileiras, mais a demanda interna extremamente aquecida em tempos de baixos estoques nacionais. Somente em março, o Brasil embarcou cerca de 2 milhões de toneladas do grão e, no primeiro trimestre de 2016, o volume foi de 11,8 milhões de toneladas, com um ganho de 138,55 em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Segundo explicam analistas, o dólar forte dos últimos meses motivaram muitos negócios com o milho brasileiro, dando força aos números dos embarques. Assim, a perspectiva é de que, neste ano, as vendas brasileiras possam chegar aos 30 milhões de toneladas. 

Diante desse quadro, há regiões do país onde os preços do cereal já registram uma alta de mais de 70%, pesando diretamente no dia a dia dos principais consumidores, ou seja, suinocultores e avicultores, levando-os a buscar garantir, ao menos, o produto importado. Nas últimas semanas, já foram confirmadas diversas compras de milho da Argentina e do Paraguai. 

A medida, inclusive, já tem feito com que representantes do setor de proteína animal peçam a isenção do PIS/COFINS para a importação do grão, de forma a reduzir seus já elevados custos. "Embora as outras proteínas estejam em preços mais elevados, nos não conseguimos repassar a alta nos custos em função da situação econômica que atravessa o país", explica o presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), Domingos Martins.

Para analistas, um alívio poderia chegar junto com a entrada da safrinha 2016. No entanto, ainda há muitas incertezas ao redor da segunda safra, principalmente em relação ao clima e a possibilidade de um impacto do La Niña, na sequência do El Niño, nas principais regiões produtoras do Brasil. 

Nesta segunda, as referências do milho nas praças de comercialização do país terminaram o dia com estabilidade, porém, ainda em patamares elevados, que variam, em média de R$ 35,00 a R$ 45,00 por saca. A exceção ficou por conta do Oeste da Bahia, onde o preço subiu 1,20% para R$ 42,00. 

Em contrapartida, o valor do cereal no porto de Paranaguá perdeu 3,13% e fechou a segunda-feira valendo R$ 31,00 por saca, para o produto a ser embarcado em setembro deste ano. 

Bolsa de Chicago

Em Chicago, os futuros do milho encerraram o dia com estabilidade. A posição maio/16 subiu 0,50 ponto, para US$ 3,54 por bushel, o julho/16 e o setembro/16 fecharam o pregão sem variação e cotados a, respectivamente, US$ 3,57 e US$ 3,61. Ao mesmo tempo, o dezembro perdeu 0,75% para US$ 3,69. 

Com o início da nova safra dos Estados Unidos, onde o plantio já começa a trazer os primeiros números em algumas regiões, os traders parecem aguardar as novidades para voltar a se posicionar. Assim, como acreditam os analistas internacionais, "o mercado precisa recuperar o seu fôlego para seguir em frente". 

Porém, apesar das perspectivas de um expressivo aumento da área de plantio nesta nova temporada que poderia indicar a forte pressão sobre as cotações em Chicago, o mercado já começa a se atentar às previsões climáticas e as condições para as primeiras etapas dos trabalhos de campo. "Ainda há muito clima para ser observado antes do milho voltar aos negócios na casa dos US$ 3,00" diz Steve Wagner, analista de mercado da CHS em entrevista ao portal Agriculture. com. 

Por outro lado, o que limitou os baixas em Chicago nesta segunda-feira foram os bons números dos embarques semanais norte-americanos reportados pelo USDA(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Os embarques semanais de milho somaram 1.054,042 milhão de toneladas, enquanto as expectativas variavam de 740 mil a 940 mil toneladas, levando o acumulado na temporada a 19.612,232 milhões de toneladas, enquanto o total do ano comercial anterior, nessa mesma época, era de 23.311,250 milhões. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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