Preços do milho no mercado interno do Brasil mantém força apesar de despencada do dólar

Publicado em 17/03/2016 18:05

Nesta quinta-feira (17), o dólar perdeu 2,29% frente ao real - a maior queda em quatro meses - e fechou o dia cotado a R$ 3,6533. Na mínima do dia, a moeda bateu em R$ 3,6033. E ainda assim, as cotações do milho negociadas no mercado nacional se mantiveram firmes. Os fundamentos cereal têm sido fortes o suficiente para manter os níveis de preços. No entanto, os negócios ainda seguem travados. 

"No mercado interno, não tem milho, a safra de verão é muito pequena, os estoques são muito baixos, o produtor não está ofertando - também porque a colheita é muito lenta. Então, essa ausência de milho no mercado leva os preços a recordes em qualquer lugar do Brasil", explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes. 

Assim, as referências registradas pelo mercado disponível nesta quinta-feira ainda superam os R$ 35,00 nas praças do Rio Grande do Sul, dos R$ 40,00 por saca em Ponta Grossa, no Paraná, e dos R$ 33,00 em Ubiratã, Londrina e Cascavel. Em Sorriso, no estado de Mato Grosso, alta de 7,69% para R$ 28,00 e no Oeste da Bahia, ganho de 1,91% para R$ 40,00. No interior do São Paulo, ainda segundo Fernandes, foram registrados negócios perto dos R$ 48,00 por saca. 

No porto de Paranaguá, o dia fechou sem preços de referência já que os negócios estão parados no presente momento. 

E esse quadro para o milho da safra de verão, como explica o consultor, tem força para se manter, mesmo que se observe uma baixa mais acentuada das cotações do cereal em Chicago ou até mesmo com uma queda mais forte do dólar frente ao real. 

Já para a safrinha, as atenções se voltam para as condições climáticas que vêm pela frente, bem como para a variação da taxa de câmbio. "Ainda tem muita água para passar debaixo da ponte. Essa história do dólar ainda não terminou e a safrinha ainda nem começou a se desenvolver como deveria porque o plantio foi muito alongado", diz. 

Preços na BM&F

Na BM&F, a baixa do dólar e as recentes altas, as quais permitiram uma realização de lucros, derrubaram os preços do milho nesta quinta-feira. O vencimento maio/16 perdeu 2,69% e fechou com R$ 44,19; o setembro/16 1,09% para R$ 36,20 e o março/17 foi a R$ 37,48, com queda de 2,80%.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, a sessão foi, mais uma vez, de manutenção da estabilidade. Entre os contratos mais negociadas, o maio/16 e o dezembro/16 fecharam o dia com leves altas, de 0,25 e 0,75 ponto, respectivamente, enquanto o julho/16 e o setembro/16 recuaram 0,25. Assim, com exceção da primeira posição, as demais permanecem variando no intervalo de US$ 3,70 e US$ 3,80 por bushel. 

A desvalorização do dólar frente a uma cesta de moedas internacionais, incluindo o real, e uma recuperação do mercado do petróleo nas bolsas internacionais foram fatores importantes de sustentação para as cotações do grão no mercado internacional, segundo explicaram analistas. 

No entanto, ainda como diz Fernandes, os negócios em Chicago vão considerar sua estabilidade na espera pelo novo boletim de estoques trimestrais que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no dia 31 de março. Porém, lembra ainda que as especulações crescentes sobre a nova safra dos Estados Unidos vão ganhando espaço entre os investidores e direcionando os preços para um novo cenário, com novas perspectivas. 

USDA - Exportações Semanais

Ainda nesta quinta-feira, o mercado em Chicago recebeu os números das vendas semanais para exportação dos EUA que, mais uma vez, vieram fortes e superando as expectativas. Enquanto o mercado projetava algo entre 700 mil e 1,25 milhão de toneladas, as vendas norte-americanas somaram 1.288,4 milhão, sendo 1.227,0 milhão somente da temporada 2015/16. Ainda assim, as operações do presente ano comercial estão 18% abaixo do registrado em 2014/15, nesse mesmo período. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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