Milho fecha semana com altas de até 3% na Bolsa de Chicago e preços estáveis no mercado interno
Os preços do milho registraram uma semana de estabilidade no mercado brasileiro na maior parte das principais praças de comercialização do interior do país. A exceção ficou por conta de Panambi/RS, onde a cotação cedeu 1,28% e foi a R$ 37,02 por saca, enquanto em Ponta Grossa/PR, foi registrada uma alta de 2,50% para R$ 41,00. As demais fecharam a semana sem variação. Em Sorriso, baixa de 12% para R$ 22,00.
O mercado nacional do grão tem encontrado um suporte ainda expressivo em uma relação bastante ajustada de oferta e demanda. O produto disponível é pouco, os vendedores estão retraídos e a chegada da nova safra de verão, em função de adversidades climáticas, está atrasada, agravando ainda mais o ajuste da oferta.
Por outro lado, o mercado futuro já sente uma limitação dos ganhos, com uma pressão vinda, principalmente, de dois fatores: o dólar mais baixo e a chegada da safrinha.
Segundo explicou o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildebrandt, essas altas podem ser registradas, apesar de uma nova baixa do dólar, pelo estoque ainda muito ajustado do grão no país, principalmente para essas primeiras posições. "Como o estoque de passagem é muito pequeno e a safra de verão é pequena, o milho tende a continuar disputado", diz. "A safrinha ainda não está definida, depende de muita chuva", explica o analista. "Mas, definido está que teremos uma segunda safra razoável ou boa", completa.
Assim, as referências para o cereal nos portos também terminaram a semana sem mostrar muita reação, uma vez que os negócios também passaram a caminhar de forma mais lenta. Em Paranaguá, o grão previsto para ser embarcado em setembro/16 fechou com R$ 34,00 por saca, enquanto o disponível em Rio Grande encerrou com R$ 43,70 por saca.
No médio e longo prazo, os preços poderiam vir a iniciar um movimento de baixa para as cotações, a partir de meados de abril, como explica o zootecnista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro. Por outro lado, essa movimentação dependeria, ainda, de outros fatores, como o andamento do dólar frente ao real, a continuidade da demanda e o comportamentodos produtores.
Dólar
No Brasil, o dólar fechou a semana valendo R$ 3,5910, com o menor preço desde 28 de agosto do ano passado, e recundo 1,38% nesta sessão. Na semana, porém, a baixa acumulada da divisa é de 4,51%. A motivação para a queda acentuada? A possibilidade, cada vez mais próxima de uma mudança no governo federal.
"O mercado comprou com força a ideia de que o governo Dilma não dura muito mais", resumiu o operador Marcos Trabbold, da corretora B&T à agência de notícias Reuters.
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Bolsa de Chicago
E essa baixa do dólar foi um dos fatores que estimularam as altas do milho na Bolsa de Chicago nesta semana. Os futuros do cereal, nas posições mais negociadas, subiram de 1,29% a 3,24%. O vencimento setembro/16 encerrou com US$ 3,69 por bushel.
Além disso, com as crescentes especulações sobre a nova safra dos Estados Unidos, os fundos de investimento buscam ajustar sua posições e se voltam às commodities agrícolas.
"Com isso, os fundos que estavam em posições vendidas, começam a reverter suas posições, fazendo o chamado 'short-covering, recomprando seus contratos, começando a inverter, de vendido para comprado", explica. "Vamos entrar em um período de especulações de safra americana", completa.
No entanto, os analistas ainda não confirmam uma mudança definitiva para a direção das cotações no mercado futuro norte-americano. Apesar dessa reação mais expressiva dos fundos nos últimos dias - motivado ainda por um menor cenário de aversão ao risco e por uma baixa do dólar frente a uma cesta com as principais moedas - as incertezas trazidas pelo cenário financeiro global ainda inspira cautela.
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