Transporte ferroviário pode diminuir os custos do milho em Santa Catarina
Santa Catarina pretende transportar milho através de ferrovias. Para atender a demanda dos produtores de suínos, bovinos e aves, o Governo de Santa Catarina e a iniciativa privada estudam a possibilidade de trazer milho de outros estados utilizando não só as rodovias, mas também a malha ferroviária. A intenção é que a carga saia de Goiás ou do Mato Grosso e seja descarregada em Lages. Nesta terça-feira (01), o governador Raimundo Colombo e o vice-governador Eduardo Pinho Moreira receberam o presidente da Rumo/ALL, Júlio Fontana, além de lideranças e técnicos ligados ao agronegócio para discutir o projeto.
Esta foi a primeira conversa para tratar do transporte de milho via ferrovias para Santa Catarina e, de acordo com o governador Raimundo Colombo, esta é uma questão fundamental para o estado. São quase 90 mil famílias catarinenses ligadas à suinocultura, bovinocultura e avicultura que dependem do milho para a continuidade de suas atividades e, hoje, o grão que chega a Santa Catarina é até R$ 10,00 mais caro do que o comercializado nas regiões produtoras. “Se melhorarmos nossa malha ferroviária, vamos consolidar ainda mais o agronegócio catarinense e beneficiar também outros setores da economia. O Governo do Estado será um grande parceiro nesse projeto”.
A princípio, o milho seria carregado em Goiás ou Mato Grosso, estados com uma grande produção do grão, e seriam descarregados em Lages, de onde seria transportado via caminhões para as agroindústrias ou produtores. Em média, o milho percorreria 600 quilômetros pelas rodovias e até 2.300 quilômetros em vagões de trens. Para atender o déficit de milho no estado, que é de três milhões de toneladas, seriam necessários 116 vagões por dia, o que representa 39 mil vagões de trem por ano.
O secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, explica que o milho representa mais da metade dos custos de produção de aves e suínos e o uso de trens para seu transporte pode evitar uma crise nesses setores. “Somos o maior produtor de suínos e o segundo maior produtor de aves do país e, mesmo em tempos difíceis, as agroindústrias continuam investindo, ou seja, nossa demanda por milho só vai aumentar. Nós somos reconhecidos por nossa excelência sanitária e nossos produtos podem ser comercializados nos mercados mais exigentes do mundo, esse é um grande diferencial de Santa Catarina”, destaca.
O presidente da Rumo/ALL, Júlio Fontana, afirma que o projeto pode funcionar, mas será necessária uma análise técnica das condições da malha ferroviária, em especial do trecho entre Bauru (SP) e Lages. Uma nova reunião deverá ser agendada para tratar das questões técnicas e de custos para a revitalização da ferrovia. O secretário adjunto da Agricultura, Airton Spies, lembra que os investimentos em transporte ferroviário seriam uma solução definitiva para a falta de milho e os altos custos do grão em Santa Catarina. “Nosso estado se destaca na produção de proteína animal, atividade que responde por 60% do PIB Agropecuário de SC, e a demanda por milho e farelo de soja será cada vez maior”, afirma.
Em Santa Catarina, a expectativa para a safra de milho 2015/2016 é de 2,9 milhões de toneladas, um número bem menor do que os quase 5,9 milhões de toneladas consumidos no estado. O déficit de milho em Santa Catarina é de aproximadamente três milhões de toneladas, e essa falta do produto atinge principalmente o setor produtivo de aves e suínos.
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