Milho: Sem novidades, preços iniciam pregão desta 3ª feira do lado negativo da tabela em Chicago
No pregão desta terça-feira (26), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity exibiam perdas entre 2,25 e 3,00 pontos, por volta das 7h45 (horário de Brasília). O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,67 por bushel e o maio/16 a US$ 3,72 por bushel.
Em meio à falta de novidades, as cotações do cereal dão continuidade à movimentação técnica. Ainda segunda-feira, as agências internacionais destacaram que nos patamares de US$ 3,40 a US$ 3,50 por bushel não há vendedores no mercado, e nos níveis próximos de US$ 4,00 por bushel não há interesse comprador.
Frente a esse quadro, os participantes do mercado ainda acompanham os dados sobre a demanda pelo produto norte-americano. Mas, por enquanto, os números não são animadores, os embarques semanais do grão estão 21,5% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Além disso, as especulações a respeito da nova safra norte-americana também seguem em pauta e a dúvida é em relação à área que será destinada ao plantio do cereal.
Confira como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: No mercado interno, preços têm dia de ligeira movimentação, mas seguem sustentados
A segunda-feira (25) foi de ligeiras modificações nos preços do milho praticados no mercado interno brasileiro. No Porto de Paranaguá, a saca do cereal ficou em R$ 42,50 a saca. Já em Não-me-toque (RS), a alta foi de 1,61%, com a saca cotada a R$ 31,50, em Tangará da Serra (MT), o ganho foi de 1,13% e a saca do milho fechou o dia a R$ 26,80.
Na contramão desse cenário, em São Gabriel do Oeste (MS), o preço recuou 1,43%, com a saca a R$ 34,50. Na região de Campo Novo do Parecis (MT), a queda foi menor, de 0,38%, e a saca negociada a R$ 26,40. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
Por sua vez, a moeda norte-americana encerrou o pregão desta segunda-feira a R$ 4,1020 na venda, com desvalorização de 0,21%. Conforme dados da agência Reuters, o dia foi de leve movimentação em função do feriado em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo.
Enquanto isso, no mercado interno, as cotações do milho permanecem sustentadas. E diante dos patamares mais elevados, há uma queda de braços entre compradores e vendedores, o que tem reduzido o ritmo de comercialização do cereal. As cotações têm registrado valorizações expressivas desde o início de janeiro desse ano.
"Representantes dos setores consumidores de milho estão pressionando o governo para que tenha ações que amenizem a alta dos preços e favoreçam o abastecimento de regiões deficitárias. Nos últimos dias, de fato, as reações de preços estão menos intensas que nas semanas anteriores", informou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em nota.
E o cenário é decorrente especialmente das exportações que têm enxugado o excedente da oferta e deixado os estoques mais ajustados, conforme ressaltam os analistas. De acordo com informações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), nos 15 primeiros dias úteis de janeiro, os embarques de milho somam 3.469,9 milhões de toneladas, com média diária de 231,3 mil toneladas do grão. A receita gerada com as exportações foi de US$ 573,7 milhões no acumulado do mês.
Em relação ao mesmo período do mês anterior, a média diária embarcada representa uma queda de 18,8%, já que em dezembro/15, o número ficou em 284,9 mil toneladas. Contudo, no comparativo com igual período do ano anterior, o volume é equivalente a uma alta de 52%. Em janeiro do ano passado, a média diária totalizou 152,2 mil toneladas.
Para os analistas, a perspectiva é que sejam embarcadas mais de 5 milhões de toneladas de milho somente no primeiro mês de 2016. Caso a projeção seja confirmada, o volume exportado na temporada, de fevereiro de 2015 a janeiro desse ano, poderá ficar acima de 35 milhões de toneladas. Com isso, o Brasil já deixou para trás o recorde de 2013, com o embarque de 26,6 milhões de toneladas do cereal.
Leilão do Governo
O Mapa (Ministério da Agricultura) aprovou a venda de 500 mil toneladas dos estoques públicos, com Preço de Liberação dos Estoques (PLE), fixado inicialmente em R$ 17,50 a saca de 60 kg. A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (25) no Diário Oficial da União (DOU). Na semana anterior, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) já havia divulgado dois editais para a venda de 150 mil toneladas do cereal.
Ambos os leilões eletrônicos serão realizados no dia 1 de fevereiro de 2016, o primeiro negociará um volume de 40.326,387 mil toneladas e o segundo, 109.673,613 mil toneladas de milho em grãos, a granel, conforme dados dos editais. E o valor de cada operação ainda deverá ser definido em R$/kg, com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) excluído e com antecedência de até 2 dias úteis da data da realização do leilão, segundo item 6 do edital.
BM&F Bovespa
Diante do feriado do aniversário de São Paulo, comemorado nesta segunda-feira (25), não há negociações para os preços do milho na BM&F Bovespa. Os negócios serão retomados nesta terça-feira (26).
Bolsa de Chicago
Após uma sessão volátil, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia em campo misto, próximas da estabilidade. A primeira posição encerrou o pregão com queda de 0,50 pontos, cotado a US$ 3,69 por bushel. Já os vencimentos mais alongados exibiram ganhos entre 0,25 e 0,50 pontos. O contrato maio/16 era negociado a US$ 3,74 por bushel.
Os analistas ainda ressaltam que faltam informações que possam impulsionar as cotações do cereal. "Os gráficos sugerem uma falta de vendedores em patamares próximos de US$ 3,40 a US$ 3,50 por bushel, enquanto que o interesse comprador diminui em níveis perto de US$ 4,00 por bushel", ressaltou o site internacional Pro Farmer.
Com isso, o foco dos investidores permanece na demanda pelo produto norte-americano. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou novo boletim de embarques semanais. Na semana encerrada no dia 21 de janeiro, os embarques de milho somaram 599,765 mil toneladas.
O volume ficou dentro das expectativas dos participantes do mercado, entre 483 mil a 610 mil toneladas do cereal. Ainda assim, os embarques seguem 21,5% abaixo do observado no ano anterior. No acumulado da temporada, os EUA já embarcaram 11.235,784 milhões de toneladas do grão, contra as 14.304,194 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano anterior.
Paralelamente, as atenções estão voltadas para o planejamento da nova safra 2016/17 no país. Para a Societé Genéralé a área destinada ao plantio de milho deverá ser mantida, em 35,61 milhões de hectares. Na última semana, a consultoria Informa Economics estimou a área plantada com o grão em 35,96 milhões de hectares nesta temporada. A projeção ficou abaixo do estimado no mês anterior, de 35,99 milhões de hectares.
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