Milho: No Brasil, preços têm mais uma semana de alta e acumulam valorizações de até 15,79%

Publicado em 15/01/2016 16:53

Os preços do milho registraram mais uma semana de valorização no mercado interno brasileiro. Em média, as cotações apresentaram alta de mais de 10%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes. Em Paranaguá, o valor subiu de R$ 38,00 a saca para R$ 44,00 nesta sexta-feira (15), um ganho de 15,79%. Em Campo Novo do Parecis (MT), o avanço semanal ficou em 13,64%, com a saca do cereal a R$ 25,00.

Nas praças paranaenses, de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a alta foi de 11,11%, com a saca do milho a R$ 30,00. Já em Tangará da Serra (MT), a saca do cereal fechou a semana a R$ 26,00 e ganho de 13,04%. Em Jataí (GO), a alta foi menor de 3,57%, com a saca a R$ 29,00. Nas demais praças pesquisadas a semana foi de estabilidade.

Já no período comparativo de 7 a 14 de janeiros dos anos de 2015 e 2016, as cotações subiram em média 35,49%. No Porto de Paranaguá, a valorização é ainda mais expressiva e chega a 45,51%, no mesmo intervalo.

Os analistas destacam que a situação é decorrente das exportações aquecidas e que já ultrapassam 30 milhões de toneladas, que enxugaram a oferta excedente. Somente para o mês de janeiro, o volume comprometido chega a 5,5 milhões de toneladas, o que se somado ao acumulado poderá superar as 35 milhões de toneladas. Com isso, o país deixa para trás o volume recorde registrado em 2013, de 26,6 milhões de toneladas do grão embarcadas.

"O Brasil já se consolidou como grande player no mercado de milho. E conseguimos exportar no momento da entressafra mundial. Não dá para voltar atrás, temos boas relações comerciais com o Irã e para esse ano há perspectivas favoráveis para países da África, como, por exemplo, a África do Sul, que terá que importar bons volumes do grão para suprir as perdas registradas em sua produção decorrentes do clima irregular", diz Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Ainda nesta sexta-feira, o ministro da Agricultura da África do Sul, Senzeni Zokwana, informou que o país deverá importar entre 5 milhões a 6 milhões de toneladas de milho esse ano. O clima quente e com poucas chuvas comprometeu o desenvolvimento das lavouras, gerando muitos prejuízos à produção do grão. 2015 foi o ano mais seco desde que os registros começaram a ser elaborados em 1904.

E para a formação desse cenário, a valorização cambial foi de extrema importância. Isso porque, o dólar contribuiu para a competitividade do milho brasileiro no cenário internacional. Ainda hoje, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 4,0458 na venda, com alta de 1,19% e ganho de 0,14% na semana. Segundo dados da agência Reuters, o câmbio acabou encontrando suporte nas preocupações com a economia chinesa e mais uma vez na queda nos preços do petróleo.

BM&F Bovespa

Apesar da alta do dólar, as cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa fecharam o dia do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiram desvalorizações entre 0,72% e 1,40%. Ainda assim, o vencimento janeiro/16 se manteve acima dos R$ 43,00 a saca, cotado a R$ 43,11 a saca e alta de 0,63%.

Bolsa de Chicago

Depois de movimentações pouco expressivas nos dois últimos pregões, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira (15) com valorizações entre 2,75 e 4,50 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,62 por bushel, depois de ter iniciado o dia a US$ 3,56 por bushel. O contrato maio/16 era negociado a US$ 3,66 por bushel.

Já na semana, as cotações da commodity registraram altas entre 0,73% a 1,75%, conforme dados do Notícias Agrícolas. De acordo com informações da Labhoro Corretora, as cotações do milho fecharam o dia em alta devido à cobertura de posições por parte dos fundos de investimentos. As cotações testaram uma recuperação técnica frente ao final de semana prolongado nos Estados Unidos, segundo o site internacional Farm Futures. Na próxima segunda-feira (18), a bolsa não irá operar devido à comemoração do feriado de Martin Luther King Jr.

Contudo, os especialistas sinalizam que o mercado passa por um momento de falta de informações. As vendas para exportação continuam lentas e abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, ao redor de 25%. Essa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicaram as vendas em 669,2 mil toneladas na semana encerrada no dia 7 de janeiro. No total da temporada, o volume vendido chega a 21.243,3 milhões de toneladas.

Além disso, os produtores norte-americanos já começam a se preparar para a próxima temporada no país. Em fevereiro, o USDA realiza o Agriculture Outlook Forum e no evento trará as primeiras projeções oficiais para a área de plantio da safra 2016/17.

Argentina

A área plantada com o milho na Argentina deverá registrar um incremento de 9% na safra 2015/16. No total, a projeção é que sejam cultivados 3,1 milhões de hectares com o cereal, de acordo com informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires reportadas essa semana. Até o momento, em torno de 89,4% da área prevista já foi semeada com o grão.

A elevação na área cultivada é decorrente das chuvas tardias que melhoraram as condições para a cultura, principalmente no norte do país. Além disso, o replantio de algumas áreas afetadas pela queda de granizo e inundações na região central também contribuem para a nova estimativa. Em seu último relatório de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou a safra 2015/16 de milho argentino em 25,6 milhões de toneladas.

Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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