Milho: Na CBOT, preços iniciam a semana em campo negativo e julho/15 retoma os US$ 3,50/bushel
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em campo negativo. As principais posições do cereal exibiam quedas entre 2,50 e 2,75 pontos, por volta das 8h09 (horário de Brasília). O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,50 por bushel.
Os contratos do cereal dão continuidade ao movimento negativo registrado desde a semana anterior, quando os futuros da commodity acumularam desvalorizações entre 3,29% e 3,76%. Segundo dados de agências internacionais, o mercado é pressionado pelas chuvas previstas para o Meio-Oeste dos EUA que devem beneficiar o desenvolvimento da cultura. Conforme último reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os produtores já finalizaram o plantio do grão.
Nesta segunda-feira, o órgão revisa seus números e divulga novo relatório de acompanhamento de safras no final da tarde. Ainda hoje, o departamento também reporta o relatório de embarques semanais, fator que pode influenciar o andamento das negociações. Na semana anterior, o número ficou em 740.543 mil toneladas de milho.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Com chuvas benéficas às lavouras, preços acumulam perdas de mais de 3% na semana na CBOT
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta sexta-feira (12) em campo negativo. As principais posições do cereal exibiram perdas entre 3,50 e 4,75 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,53 por bushel, após iniciar a semana a US$ 3,65 por bushel. Inclusive, na semana, os contratos da commodity acumularam perdas entre 3,29% e 3,76%.
De acordo com informações do site internacional Farm Futures, as cotações foram pressionadas pelo clima nos Estados Unidos, que até o momento não representa uma ameaça à cultura, associada às projeções de grande safra prevista na América do Sul. Por enquanto, as previsões climáticas ainda indicam chuvas nos próximos sete dias no Meio-Oeste do país, com tempestades severas previstas ao longo do final de semana.
"Temos especulações com as chuvas abundantes, o que poderia inundar campos e prejudicar o crescimento das plantas. Porém, as preocupações não foram fortes o suficiente para empurrar os preços do milho para cima. Além disso, outro fator que tem impedido ganhos mais expressivos nas cotações é a venda por parte dos produtores norte-americanos a cada vez que o mercado sobe um pouco", disse Bob Burgdorfer, da Farm Futures.
"O plantio tardio que excede a média no mínimo de cinco pontos poderia resultar em uma redução de 1,5 bushel por acre na média nacional de produtividade do milho", explicou o professor da Universidade de Illinois, Darrel Good. Ele acredita que 18% da área do cereal pode ter sido semeada mais tarde, o que significa dizer que o rendimento das lavouras americanas poderia registrar um aumento de 2,89 bushels na média, o que leva o esperado a 166,9 bu/acre, ou 176,65 sacas por hectare.
Ainda na visão da analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, no cenário mundial a situação da oferta está bastante confortável. "Isso tem mantido um quadro bem tranquilo. E, por enquanto, as chuvas têm sido benéficas para a cultura do milho. E para os próximos meses, as previsões indicam chuvas acima da média e temperaturas amenas, o que ainda não levanta nenhuma preocupação em relação à produção norte-americana", diz.
Nessa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que cerca de 91% das lavouras de milho já haviam emergido até o último domingo (7). E em torno de 75% das plantas apresentam boas ou excelentes condições. O órgão atualiza as suas projeções na próxima segunda-feira (15).
Paralelamente a analista destaca que outro fator que também tem sido acompanhado pelos participantes do mercado é o comportamento do dólar. "Com o dólar mais forte, a competitividade do produto norte-americano fica comprometida", explica.
Safra da América do Sul
No início da semana, o USDA reportou os novos números de oferta e demanda dos EUA e mundial. Para a América do Sul, o departamento elevou a produção do Brasil de 78 milhões para 81 milhões de toneladas de milho. Os estoques brasileiros da safra 2014/15 também foram revisados e passaram de 17,27 milhões para 20,27 milhões de toneladas.
Já a safra de milho da Argentina foi projetada em 25 milhões de toneladas, contra os 24,5 milhões de toneladas estimados no boletim anterior. Na contramão desse cenário, os estoques argentinos passaram de 1,89 milhão para 1,51 milhão de toneladas.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, a saca do milho terminou a sexta-feira (12) estável em R$ 27,50, para entrega em outubro/15. Apesar da ligeira alta observada no câmbio, que encerrou o dia a R$ 3,11, com ganho de 0,35%, a queda mais forte registrada no mercado internacional acabou pesando sobre os preços.
Segundo o balanço semanal dos preços, realizado pelo Notícias Agrícolas, na região de Tangará da Serra (MT), a alta na semana foi de 6,67%, com a saca do cereal cotada a R$ 16,00. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a semana também foi positiva aos preços, com ganhos de 4,76% e a saca do milho a R$ 22,00. Em Jataí (GO), a valorização foi menor de 2,78%, e preços a R$ 18,50/sc.
Em contrapartida, os preços recuaram nos portos brasileiros, queda em Paranaguá de 1,79% e no Porto de Santos, de 1,00%. Os preços da saca do cereal ficaram em R$ 27,50 e R$ 29,70, respectivamente.
No mercado interno, a pressão permanece nos preços, uma vez que os produtores iniciaram a colheita da segunda safra em importantes estados produtores como MT e PR. Até o momento, o relato tem sido de produtividades favoráveis devido ao prolongamento das chuvas. Ainda nesta sexta-feira, a Consultoria Céleres estimou a produção brasileira na segunda safra em 51,8 milhões de toneladas. O número representa uma alta de 7% em relação à última estimativa e de 8,5% em relação à safra passada.
Os preços do milho acumulam perdas de até 2% desde o início do mês, conforme destaca o analista de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro. Em algumas localidades, os preços do cereal já estão abaixo do preço mínimo fixado pelo Governo.
"Temos o início da colheita da segunda safra, estoques elevados e baixa liquidez no mercado interno, esses fatores têm mantido os preços pressionados. Em algumas regiões, a queda chega a 10% e 12% em comparação com os valores praticados no mesmo período do ano passado", afirma.
Com isso, é consenso entre os analistas de que o mercado precisará das exportações para equilibrar a oferta no mercado interno. Ainda na visão da analista da FCStone, os embarques, que tomam ritmo a partir de agora, podem ganhar força com o dólar fortalecido.
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