Milho: No mercado interno, dólar dá suporte e preços acumulam ganhos de R$ 0,50 na semana
As cotações do cereal no mercado interno avançaram até R$ 0,50 nas principais praças ao longo da semana, segundo ressalta o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. O movimento é decorrente na valorização do dólar ao longo dos últimos dias. Já nesta sexta-feira, os preços caíram 2,44%, em Tangará da Serra (MT), para R$ 20,00.
Em Campo Novo do Parecis (MT), o valor recuou 2,70%, para R$ 18,00 a saca do milho. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a sexta-feira também foi de perda a saca do milho, que terminou a R$ 21,00, com desvalorização de 4,55%. Nos Portos brasileiros houve manutenção dos preços de R$ 30,00, para entrega em outubro/15 em Paranaguá e Rio Grande em R$ 30,50 a saca do cereal.
"Ao longo dos últimos dias, houve uma melhora nos volumes negociados. No mercado interno, as indústrias voltaram a adquirir o produto. Já para a safrinha, a comercialização antecipada também está sendo feita, até em ritmo acelerado em algumas localidades", sinaliza Brandalizze.
A recomendação de vendas na safrinha também é destacada pelo analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo. "Temos a saca de milho em torno de R$ 31,00 nos Portos para a safrinha. O que sobraria ao redor de R$ 25,50, aos agricultores de Cascavel (PR), com o desconto do frete, de R$ 90,00", afirma.
No PR, o consultor ressalta que, os custos de produção para a safrinha de milho estão ao redor de R$ 1.247 por hectare. "E se tivermos uma produtividade em torno de 100 sacas por hectare e o produtor conseguir fazer bons negócios, poderemos ter uma renda de até R$ 1.294 por hectare. Em outras regiões, como São Gabriel do Oeste (MS), o lucro pode ficar em R$ 1.215/ha, Dourados (MS), 1.245/ha, no Sul de MT, ao redor de R$ 660,00/ha e no Norte do estado, com custo logístico maior, o valor pode ficar em R$ 273/ha", diz Araújo.
Ainda na visão do analista, os preços do cereal têm maior potencial de alta ao longo do ano. "Temos ter uma mudança no cenário, uma quebra de produtividade nos EUA e no Brasil que poderiam mudar o quadro. Em anos de seca, podemos ter uma perda de até 26% na produção norte-americana e, com isso, dificilmente veremos o setembro/15 abaixo de US$ 3,50 por bushel", acredita.
BM&F Bovespa
Os preços fecharam o pregão desta sexta-feira (6) em queda na BM&F Bovespa. As principais posições exibiram perdas entre 0,64% e 1,67%. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 29,92 a saca.
O mercado recuou, mesmo com a forte valorização observada no câmbio. O dólar terminou a sexta-feira a R$ 3,0565 na venda, com ganho de 1,79%. Ainda assim, Brandalizze diz que, o movimento foi um ajuste frente ao final de semana. "Tivemos um liquidação em busca de lucros", relata.
Bolsa de Chicago
Em uma sessão de muita volatilidade no mercado internacional, as cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) acumularam leves perdas entre 0,50% e 0,52%. As principais posições da commodity encerraram a sessão desta sexta-feira (6) com perdas entre 4,25 e 4,50 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,86 por bushel.
Apesar das oscilações, o mercado tem operado de maneira muito técnica e tentando se manter no patamar dos US$ 3,80 por bushel. Ainda hoje, outro fator que também contribuiu para pressionar o mercado, conforme dados das agências internacionais, foi a forte alta do dólar frente a outras moedas.
Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado está carente de notícias e, por isso, acaba sendo influenciado por outras variáveis, como o comportamento do petróleo.
"O petróleo flutua e afeta o mercado, pois serve de apelo aos preços do cereal que precisam de novas informações. Ainda assim, os números do próximo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na próxima terça-feira (10), trouxer novidades em relação ao aumento na demanda e impactar os estoques, deverá mexer com as cotações", explica o consultor.
Consequentemente, os preços do cereal teriam fôlego para se consolidar nos patamares entre US$ 4,00 a US$ 4,20 por bushel. Contudo, a tendência ainda é de calmaria às cotações futuras da commodity.
Ao longo da semana, os números das vendas para exportação também deram suporte aos preços. Conforme dados do USDA, até o dia 26 de fevereiro, as vendas de milho totalizaram 828,100 mil toneladas, contra 715,9 mil toneladas divulgadas na semana anterior.
Veja como fecharam as cotações nesta sexta-feira:
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