Milho: Após feriado nos EUA, preços recuam nesta 3ª feira em Chicago

Publicado em 20/01/2015 08:28

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana em campo negativo. Por volta das 9h11 (horário de Brasília), os contratos do cereal exibiam perdas entre 3,75 e 4,00 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,83 por bushel. Nesta segunda-feira (19), as bolsas não operaram frente ao feriado nos Estados Unidos, em comemoração ao aniversário de Martin Luther King Jr.

Na última sexta-feira (16), as cotações do cereal voltaram a subir, mais de 7 pontos nos principais contratos, impulsionadas por compras técnicas, depois das quedas recentes. Na semana anterior, os preços recuaram e perderam patamares importantes de suporte, como os US$ 4,00 por bushel, influenciados por notícias vindas do etanol. 

Nesta terça-feira, os investidores do mercado aguardam o boletim de embarques semanais, reportado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O número é um importante indicador de demanda.

Confira mais informações sobre o mercado interno:

Milho: Maior disponibilidade da oferta pressiona preços no mercado interno brasileiro

Sem a referência da Bolsa de Chicago (CBOT), devido ao feriado de Martin Luther King Jr., as negociações no mercado brasileiro de milho foram mais lentas nesta segunda-feira (19). De acordo com o levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, em Não-me-toque (RS), o dia foi de queda de 2,17%, com a saca do cereal cotada a R$ 22,50.

Na região de São Gabriel do Oeste (MS), as cotações também recuaram, em torno de 9,52%, com a saca negociada a R$ 19,00. Já em Tangará da Serra (MT), o preço da saca subiu 2,78% e chegou a R$ 18,50. Em Jataí (GO), o valor também aumentou 9,76% e atingiu R$ 22,50. No Porto de Paranaguá, a segunda-feira foi de estabilidade, com o preço a R$ 27,94 a saca, para entrega em setembro de 2015. Nas demais praças pesquisadas, o dia foi de estabilidade.

O excesso de oferta de milho no mercado interno tem pressionado as cotações do cereal. Com a proximidade da colheita da soja da temporada 2014/15, os produtores avançaram com as negociações do cereal para liberar espaço físico nos armazéns, além disso, o início da colheita da safra de verão em algumas localidades também pesa nas cotações.

Contudo, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, destaca que apesar, da pressão sazonal, os preços do milho na safra de verão não tendem a registrar quedas expressivas. "Temos uma redução na área na primeira safra e também há um problema muito grave em relação ao clima, principalmente no Centro-Sul do país. Por isso, na região de Campinas (SP), os valores deverão ficar entre R$ 24,00 a R$ 25,00", explica.

Nesse momento, o clima tem sido a grande preocupação dos produtores rurais brasileiros. Em Sacramento (MG), as lavouras do cereal são castigadas pelas altas temperaturas e o clima seco, sem chuvas há mais de 15 dias. Com isso, a região pode consolidar o 2º ano de quebra na produção agrícola, em 2014, as condições também foram desfavoráveis e, inclusive, foi decretado estado de emergência na época.

Na região Oeste da Bahia, o cenário é semelhante e as perdas, no caso do cereal, podem ficar acima dos 30%. Para o engenheiro agrônomo, que atua na região, Armando Ayres de Araújo, a produção do grão pode recuar de 2.100 milhões para 1.500 milhões de toneladas nesta temporada. Em Unaí (MG), como as lavouras estão em fase de pendoamento e o clima permanece seco, a estimativa também é de rendimento abaixo do esperado.

De acordo com o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio do Santos, nesse início de semana, as condições climáticas deverão se manter. "Continuaremos com sol, calor e possíveis pancadas de chuvas, mas, a partir de quarta-feira, teremos a formação de uma frente fria na região Sul do país e que deverá avançar sobre a região Sudeste", completa.

A frente fria deverá enfraquecer o bloqueio atmosférico que deixa essa ausência de chuvas generalizadas e afeta todas as culturas e, com isso, novas frentes frias conseguirão avançar com mais amplitude para a região Sudeste e, até mesmo, ocasionar algumas precipitações em determinadas regiões do Nordeste, conforme desta o agrometeorologista. Ainda assim, a região MATOPIBA deve continuar seca até o final de janeiro.

Em contrapartida, no Rio Grande do Sul, a colheita do milho já teve início e o rendimento médio das lavouras gira em torno de 120 sacas por hectare nas áreas não irrigadas. Segundo a projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção de milho primeira safra deverá totalizar 29.640,8 milhões de toneladas nesta temporada, contra 31.652,9 milhões de toneladas colhidas na safra 2013/14.

Safrinha de milho

Em relação à safrinha, o consultor ainda sinaliza que, o comportamento dos preços deverá acompanhar a movimentação do dólar. Por enquanto, com a continuidade do clima seco e o atraso no plantio da safra de verão, o real tamanho da segunda safra de milho é uma incerteza. "Até próximo do dia 28 de fevereiro, os produtores poderão cultivar o milho, porém, depois dessa época dependerá do ânimo do produtor rural, já que temos o risco climático maior em algumas regiões", afirma Fernandes.

Até o momento, os agricultores têm conseguido avançar com os negócios antecipados do milho safrinha. "No estado do Paraná, cerca de 10% já foi negociado e em Goiás, cerca de 18% a 20%", ressalta o consultor. Conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), em torno de 22,3% da safrinha já foi comercializada antecipadamente, equivalente a 1,6 milhão de toneladas. O preço médio das vendas futuras ficou próximo de R$ 15,60 a saca.

Para a segunda safra do cereal, a expectativa é que a produção fique próxima de 49.410,8 milhões de toneladas, ainda de acordo com dados da Conab. A projeção está acima do colhido no ciclo anterior, de 48.252,6 milhões de toneladas. 

Exportações brasileiras

Até a terceira semana de janeiro, as exportações brasileiras de milho somaram 1.999,9 milhão de toneladas. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram reportadas pela Secretaria de Comércio Exterior.

O volume representa um crescimento de 17,5% em comparação com o mesmo período de dezembro de 2014. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, o avanço é de 36,7%. 

BM&F Bovespa

A sessão desta segunda-feira (19) foi positiva aos preços do milho na Bolsa brasileira. As principais posições do cereal encerraram o dia com valorizações entre 0,20% e 0,45%. Apenas a posição setembro/15 exibiu leve queda de 0,03%, cotado a R$ 28,90 a saca. O vencimento março/15 era cotada a R$ 29,86 a saca.

Os preços acompanharam a movimentação do dólar, que nesta segunda-feira, encerrou o dia a R$ 2,6560 na venda, com ganho de 1,33%. Conforme informações da agência Reuters, o mercado subiu frente às operações pontuais, movimento potencializado pelo baixo volume de negócios devido ao feriado dos EUA.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário