Milho: Queda na produção de etanol nos EUA pesa e mercado fecha sessão com perdas expressivas
Os principais vencimentos do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão desta quarta-feira (7) com perdas expressivas. As cotações futuras do cereal encerraram o dia com desvalorizações entre 8,75 e 9,00 pontos. O contrato março/15 não conseguiu se sustentar e perdeu o patamar dos US$ 4,00 por bushel, cotado a US$ 3,96 por bushel.
No início do pregão, os preços até ensaiaram uma recuperação, movimento que não foi sustentado. Frente à proximidade do novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na próxima segunda-feira (12), o mercado voltou a refletir as primeiras projeções das consultorias privadas para a safra norte-americana do grão.
Na terça-feira, a Informa Economics projetou a produção de milho dos EUA em 366,42 milhões de toneladas, contra 365,97 milhões de toneladas indicadas pelo órgão no boletim de dezembro. Inclusive, os analistas já tinham sinalizado que seria uma semana de volatilidade devido à divulgação do novo relatório.
Além disso, durante o dia, o mercado intensificou as perdas apoiado ma queda na produção de etanol nos EUA. Segundo dados da AIE (Administração de Informação de Energia), a produção de etanol recuou 2%, equivalente a 23 mil barris por dia, na semana encerrada no dia 2 de janeiro, em relação à semana anterior. A produção ficou em 949 mil barris por dia. Cenário reflexo da queda nos preços do petróleo e da gasolina.
Desde outubro, a cotação já recuou mais de 40%, conforme explica o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo. "Essa situação afeta a margem das usinas de etanol nos EUA e atrapalha uma recuperação nos preços do cereal. E no país, cerca de 35% da produção de milho é destinada à fabricação do etanol", sinaliza Cogo.
O consultor ainda destaca que, o quadro pode ser agravado, caso as cotações do petróleo recuam ainda mais. "Cerca de 18% a 20% de toda a produção de milho mundial é destinada para a produção do etanol, então é um peso grande. E, com isso, teríamos um excedente exportável bastante expressivo, o que atrapalha o movimento de embarque do produto", diz.
Mercado interno
Apesar da leve alta no dólar, o preço do milho no Porto de Paranaguá recuou 1,67%, com a saca cotada a R$ 29,50 ( para entrega em agosto de 2015). Na região de Jataí (GO), o dia também foi de queda de 3,58%, com a saca a R$ 20,73. Nas demanais praças pesquisada pelo Notícias Agrícolas, a quarta-feira foi de estabilidade.
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, os futuros do milho terminaram do lado negativo da tabela pelo terceiro dia consecutivo. As principais posições da commodity exibiram desvalorizações entre 0,73% e 1,51%. A posição março/15 era cotada a R$ 29,16 a saca, após ter alcançado o patamar de R$ 29,55 a saca no pregão anterior.
O mercado acompanhou o movimento negativo registrado no mercado internacional. Já a moeda norte-americana terminou o dia negociada a R$ 2,7035 na venda, com alta de 0,06%. Na mínima da sessão, o câmbio tocou o patamar de R$ 2,6740, de acordo com dados da agência Reuters.
Ainda assim, os participantes do mercado também aguardam o boletim de acompanhamento de safras da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que será divulgado na próxima sexta-feira (9). Ainda há muitas incertezas em relação ao real tamanho da primeira safra no Brasil, assim como, a área que deverá ser destinada ao grão na segunda safra.
Veja como fecharam os preços nesta quarta-feira:
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