Milho: Após perdas da sessão anterior, mercado esboça reação e exibe leves altas na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho operam com leves ganhos na manhã desta quarta-feira (7). Por volta das 8h41 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam altas entre 0,75 e 1,50 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 4,06 por bushel, após ter fechado o dia anterior a US$ 4,05 por bushel.
O mercado tenta se manter em campo positivo depois de ter recuado no dia anterior em meio às estimativas para a safra dos Estados Unidos. Nesta terça-feira, os preços da commodity foram pressionados pela projeção para a produção norte-americana de 366,42 milhões de toneladas, conforme dados da consultoria Informa Economics.
A estimativa está acima do indicado no último boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados), de 365,97 milhões de toneladas. O órgão deverá atualizar os números na próxima segunda-feira (12).
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Frente à expectativa de safra recorde nos EUA, mercado reverte ganhos e termina sessão em queda
Durante os negócios, o contrato chegou a tocar o patamar dos US$ 4,09 por bushel. Em boa parte do dia, o mercado do cereal encontrou suporte nos ganhos observados nos futuros do trigo. As cotações do trigo são sustentadas pelas preocupações em relação aos possíveis danos às lavouras nos Estados Unidos devido às temperaturas mais baixas.
Consequentemente, a expectativa dos participantes do mercado é que haja um incremento na demanda pelo milho, para a produção de ração animal. Entretanto, conforme dados divulgados pelo noticiário internacional, o mercado reverteu os ganhos ao longo da sessão, influenciados pelo relatório da Informa Economics indicando uma safra recorde nos Estados Unidos nesta temporada.
Segundo dados da consultoria, a produção norte-americana do cereal deverá totalizar 366,42 milhões de toneladas e a produtividade deverá atingir 182,77 sacas por hectare. Em seu último relatório de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontou a safra em 365,97 milhões de toneladas e o rendimento em 183,52 sacas por hectare.
O órgão atualiza divulga seu novo boletim na próxima segunda-feira (12). Na contramão desse cenário, alguns participantes do mercado apostam que o órgão revise para baixo a projeção para a safra norte-americana.
BM&F Bovespa
O pregão desta terça-feira (6) também foi de queda aos preços do milho praticados na BM&F Bovespa. As principais posições da commodity finalizaram o dia com desvalorizações entre 0,85% e 2,26%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 29,55 a saca, após ter encerrado a sessão anterior a R$ 30,15 a saca.
As cotações futuras do cereal recuaram pelo segundo dia consecutivo em um movimento de realização de lucros. O dia também foi de queda ao dólar que encerrou a sessão a R$ 2,7019 na venda, com perda de 0,25%. Na máxima da terça-feira, a moeda norte-americana atingiu o patamar de R$ 2,7240. O câmbio recuou compensando o quadro de aversão ao risco nos mercados externos frente à persistente perda nos preços do petróleo, de acordo com dados da agência Reuters.
Contudo, os analistas ressaltam que as informações e dados sobre a safrinha deverão direcionar os preços. Desde o ano passado, há muitas especulações no mercado a respeito da segunda safra, em função do atraso no plantio da soja. Em muitas localidades, a janela ideal de cultivo do milho está bastante estreita.
Na região de Sorriso (MT), a redução na área cultivada pode chegar a 20% e, em todo o estado, o percentual pode ficar acima de 12%. Os investimentos também deverão ser menores nesta safra, em torno de 15% a 20%. O cenário também se repete em outras regiões produtoras pelo país.
“Poderemos ter uma diminuição de até 40% da produção de milho da região. O plantio fora da janela ideal é muito grande e na nossa localidade, as chuvas cortam a partir de abril e pode pegar as lavouras em fase de pendoamento. Os preços giram em torno de R$ 15,50 a saca, é um bom valor, mas se não equilibrarmos os custos, podemos gastar até 80 sacas de custo por hectare”, explica o presidente do Sindicato Rural do município, Laércio Pedro Lenz.
Na próxima sexta-feira (9), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) deverá reportar novo boletim de acompanhamento de safras. "Acredito ser ainda muito cedo para que se possa afirmar alguma tendência. O relatório da companhia na sexta-feira pode ser uma primeira luz neste cenário", diz o analista de mercado da Cerrado Corretora de Mercadorias & Futuros, Mário Antônio Ribeiro.
Mercado interno
Mesmo com a queda registrada no dólar, o preço do milho praticado no Porto de Paranaguá subiu 3,45% e chegou a R$ 30,00 a saca (para entrega em agosto de 2015). Em Jataí (GO), a terça-feira também foi de valorização com a saca cotada a R$ 21,50, alta de 2,38%.
Na região de São Gabriel do Oeste (MS), as cotações também subiram para R$ 21,00, com valorização de 2,44%. Na contramão desse cenário, em Campo Novo do Parecis (MT), a cotação recuou 2,94% e recuou para R$ 16,50. Nas demais praças o dia foi de estabilidade.
Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de milho fecharam o mês de dezembro com 3.405,2 milhões de toneladas embarcadas. O volume representa uma alta de 7,6% em relação à novembro, quando foram exportadas 2.978,9 milhões de toneladas.
Em comparação com o mesmo período do ano retrasado, o crescimento é de 5,4%, já que em dezembro de 2013, as exportações ficaram em 3.084,9 milhões de toneladas. No total, entre os meses, de janeiro a dezembro de 2014, os embarques do cereal brasileiro totalizaram 20.634 milhões de toneladas. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram reportadas pela Secretaria de Comércio Exterior.
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