Milho: Frente à demanda firme, preços esboçam reação em Chicago
Nesta quinta-feira (22), as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com ligeiros ganhos. E por volta das 12h13 (horário de Brasília), os principais vencimentos do cereal registravam leves altas entre 1,75 e 2,50 pontos. O contrato julho/14 era negociado a US$ 4,77 por bushel, depois de ter alcançado o menor patamar desde 4 de março, de US$ 4,72 por bushel.
As principais posições da commodity ainda esboçam uma recuperação após as recentes perdas. Segundo a analista em agronegócio da Céleres Consultoria, Aline Ferro, nesse momento, o mercado fica mais suscetível às especulações em relação ao clima nos Estados Unidos.
Por enquanto, as condições climáticas têm sido favoráveis ao avanço da semeadura do milho no país. Até o último dia 19 de maio, a área cultivada com o cereal atingiu 73% da área projetada para a safra 2014/15. O percentual está próximo a média dos últimos cinco anos, de 76%.
Em contrapartida, a demanda pelo cereal norte-americano segue firme. "Fundamentalmente, a demanda teria que sustentar os preços do milho nesse momento, uma vez que nas próximas semanas o clima para os EUA deve ganhar mais importância no mercado", explica a analista. Principalmente, a partir de julho, quando as lavouras entram em estágio de polinização.
Nesta quinta-feira, o USDA reportou as vendas para exportação do milho norte-americano referente à safra 2013/14, em 507,90 mil toneladas, até o dia 15 de maio. O número representa um crescimento de 48% em comparação com a última semana, de 343 mil toneladas.
Para a safra nova, as vendas totalizaram no mesmo período, 62,5 mil tonelada, o número também é maior do que o divulgado anteriormente, de 47,3 mil toneladas. A analista também destaca que no último relatório de oferta e demanda do departamento, as exportações de milho dos EUA foram estimadas em 48,3 milhões de toneladas, contra 44,45 projetadas no mês de abril.
"Pontualmente, essas informações devem exercer influência nas cotações nos próximos pregões. Já a demanda, a tendência é que permaneça firme até o final do ano", destaca Aline.
Mercado interno
Nas últimas semanas, os preços praticados nos Portos de Santos e Paranaguá recuaram, em média, de R$ 31,00 para R$ 27,00, cenário que acaba pressionando também as cotações do mercado interno. Em outras praças, como em Cascavel (PR), Goiás e Não-me-toque, as cotações do cereal também estão menores. Por outro lado, os compradores permanecem sem pressa em adquirir o produto, pois acreditam em uma grande safrinha.
Até o momento, tanto no Paraná ,quanto em Mato Grosso, a produção se desenvolve de maneira regular, exceto por alguns problemas pontuais. Apesar desse quadro, possíveis problemas em relação ao clima ainda não estão descartados. A preocupação segue, principalmente, devido às previsões de chuvas e possibilidade de geada, que se confirmadas poderiam prejudicar as lavouras.
“A princípio, esse movimento de recuo nos preços é normal e não acredito em altas no curto prazo. Em médio e longo prazo, com a redução na área cultivada na safrinha e as exportações mais aquecidas, podemos ter uma situação diferenciada. A tendência é que haja uma queda de braço entre a demanda externa e interna, situação que deve resultar em melhores oportunidades de negociação aos produtores brasileiros”, acredita a analista.
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