Tocantins oferecerá R$2,5 bilhões em créditos de carbono
Por Jake Spring
SÃO PAULO (Reuters) - O Estado do Tocantins busca a venda de mais de 2,5 bilhões de reais em créditos de carbono relacionados à conservação da floresta amazônica até 2030, informou o governo estadual nesta quinta-feira.
As empresas normalmente compram esses créditos para compensar uma parte de suas emissões de gases de efeito estufa em busca de metas voluntárias para reduzir o aquecimento global, basicamente pagando por projetos que reduzem a poluição climática.
Tocantins pretende vender cerca de 50 milhões de créditos de carbono, cada um equivalente a uma tonelada de carbono sequestrado por florestas e outras vegetações nativas em todo o Estado até o final da década, informou o governo em um comunicado.
O valor e o número de créditos de carbono dependem da redução bem-sucedida do desmatamento no Estado, afirmou. O governo estadual compartilhou exclusivamente com a Reuters os detalhes de sua emissão planejada de créditos de carbono antes do anúncio oficial.
Cientistas afirmam que a proteção da floresta amazônica é vital para conter a mudança climática devido à grande quantidade de dióxido de carbono que suas árvores absorvem.
O governo federal anunciou na semana passada que o desmatamento na Amazônia brasileira nos 12 meses até julho caiu para o nível mais baixo desde 2015.
Tocantins enviará sua documentação na quinta-feira para validar o projeto sob o padrão de crédito de carbono ART-TREES, apresentando oficialmente o projeto na cúpula climática COP29 das Nações Unidas no Azerbaijão.
A empresa de comércio de commodities Mercuria está coordenando a venda.
A apresentação buscará certificar de 17 milhões a 18 milhões de créditos de carbono sequestrados de 2020 a 2024, sem incluir os créditos reservados para o caso de incêndios florestais ou outras contingências, disse à Reuters uma pessoa familiarizada com o negócio.
Esses créditos podem valer pelo menos 850 milhões de reais, com base na avaliação geral do acordo feita pelo governo.
A venda desse lote de créditos provavelmente será concluída no segundo semestre de 2025, afirmou a pessoa sob condição de anonimato, pois esses detalhes não são públicos.
O número de créditos envolvidos supera os acordos firmados este ano por Microsoft, Google e Meta para a compra de créditos de carbono florestal no Brasil, e também supera o acordo do governo do Estado do Pará para a venda de créditos a um grupo de empresas que inclui a Amazon.
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