Receita do setor de máquinas recua em janeiro na base anual, diz Abimaq
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O faturamento do setor de máquinas e equipamentos manteve tendência de queda em janeiro, após fechar 2023 com declínio de 11% e recuar 22,4% em dezembro ante mesmo mês em 2022, mostraram nesta quarta-feira dados da Abimaq, associação do setor.
A receita líquida total do setor em janeiro recuou 21,7% ante o mesmo mês do ano passado, a 16,4 bilhões de reais. Já a receita líquida interna registrou queda de 28,5% na mesma base de comparação, para 11,1 bilhões de reais.
O setor teve quedas na receita líquida total em todos os meses de 2023 na base anual. Em janeiro do ano passado, o recuo ano a ano foi de 6,4%.
Segundo o analista de economia e estatística da Abimaq, Leonardo Silva, a desacelaração nos investimentos é atribuída em grande parte às taxas de juros ainda elevadas, além de uma indústria "caminhando ainda de lado".
"Apesar da gente ver um ciclo de queda (nos juros), ainda está em um patamar muito elevado se a gente comparar com alguns períodos anteriores", disse Silva a jornalistas.
"A gente está vendo uma dificuldade de financiamento e o mercado, de forma geral, acaba respondendo comprando menos máquinas". Silva acrescentou que o desempenho de janeiro também é, tradicionalmente, mais fraco em comparação ao todo.
Apesar da forte queda na receita do mês, Silva destacou que o segmento de máquinas para de bens de consumo não duráveis teve crescimento, com geração de emprego e recomposição da renda das famílias.
Já "os demais setores, ligados à indústria de transformação, ligados a componentes, infraestrutura, construção civil, máquinas agrícolas, vêm tendo uma diminuição no decorrer desse período", uma vez que dependem de mais investimentos ou maior financiamento.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos no mês passado recuou 17,7% frente a um ano antes, para 22,9 bilhões de reais, com desaceleração da atividade nos diversos setores da economia e falta de competitividade da indústria local, disse a Abimaq.
O nível de utilização de capacidade instalada da indústria caiu para 71,1% no período, 4,4% abaixo do nível observado no final de 2023, de 74,4%, afirmou a entidade.
As exportações e importações, por outro lado, subiram ambas 7,3% em janeiro versus o mesmo mês em 2023, para, respectivamente, 1,1 bilhão e 2,3 bilhões de dólares.
A Abimaq prevê crescimento de 3,5% na receita do setor no acumulado de 2024, mas "essa melhora ainda não vai ser suficiente para reverter a perda que a gente teve", disse Silva.
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