Emater-MG divulga em redes sociais receitas de caldas para controlar doenças e pragas em plantas
Misture detergente com óleo de cozinha e tenha uma poderosa calda contra pulgões, esses minúsculos insetos que se alimentam da seiva de plantas e atormentam quem cultiva um pomar ou uma horta. E, acredite, a folha da mamona macerada pode ser transformada num eficiente preparado para combater formigas e cupim. E por mais simples que possa parecer, leite e água, nas proporções corretas, podem ser uma solução eficaz para combater o oídio, mais conhecido como cinza nas folhas, uma doença fúngica que afeta grande quantidade de plantas.
Todas essas receitas fáceis de preparar, com produtos geralmente disponíveis na propriedade, ou mesmo dentro de casa, podem ajudar ao produtor rural e também ao público urbano que tem uma horta, um pomar ou mesmo um jardim. Elas estão disponíveis agora numa série de dicas técnicas que a Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), está disponibilizando em seu site e nas redes sociais.
As caldas alternativas, apresentadas em formato simples e de fácil assimilação, foram descritas pelo coordenador técnico estadual de Agroecologia da Emater-MG, Fernando Tinoco. Segundo ele, quase todas as receitas selecionadas são de baixíssima toxidade e algumas atóxicas, tais como a calda de leite a 10% e a de detergente com óleo de cozinha. Os bons resultados, em sua maioria, já foram comprovados cientificamente em estudos e pesquisas.
“Vários órgãos de pesquisa já testaram e validaram quase todas estas caldas, como, por exemplo, a Epamig, Embrapa, Epagri, Pesagro e Incaper, entre outras instituições. Em testes de campo, em centros de pesquisas e propriedades rurais, foram consideradas eficientes. A maioria das universidades também já validou a eficácia de boa parte dessas caldas”, afirma. De acordo Tinoco, as receitas também são bastante utilizadas no dia a dia do trabalho dos técnicos da empresa. “A grande parte de nossos extensionistas recomenda e utiliza as caldas alternativas em seus municípios”, afirma.
A Emater-MG está presente em escritórios locais de 792 municípios mineiros, o que representa mais de 90% de cobertura no Estado. Anualmente, a empresa presta assistência técnica a mais de 390 mil produtores rurais, sendo a maioria agricultores familiares.
Receitas variadas
Entre as receitas que estão sendo disponibilizadas pela Emater-MG, Fernando Tinoco chama a atenção para a mistura de água com leite, que controla fungos nas folhas, tais como o oídio. “Esse fungo acomete tanto as plantas ornamentais, quanto as lavouras comerciais no campo, mas quando o leite é gordo, da roça, sem ferver, esta calda também elimina pulgões menores, mais novos”.
Sobre a calda bordalesa, uma das mais antigas e eficientes, Tinoco destaca a ação fungicida na chamada pinta preta (antracnose), que ataca roseiras e demais flores. Segundo ele, a calda é muito utilizada em orquídeas, hortaliças, frutíferas e outras culturas. No campo, a bordalesa também combate ferrugem, mancha de verticillium, cercosporiose, pulgões, além da pinta preta e do oídio, que deixa as folhas cinzas. É ainda usada nos cafezais, dividindo com a calda Viçosa a ação de controle da ferrugem, entre outras doenças.
Conforme o coordenador, é importante chamar a atenção para a ação nutricional das caldas bordalesa e Viçosa, que contêm elementos minerais. “A calda bordalesa é rica em cálcio e cobre, elementos importantes na nutrição das plantas. A Viçosa é mais nutritiva ainda, pois, além do cálcio e cobre, tem zinco, magnésio e boro”, ressalta. As duas caldas não podem ser armazenadas depois de prontas, devendo ser utilizadas em até 24 horas. O ideal é o uso imediato, logo após o seu preparo. Ambas devem ser coadas antes de colocar no pulverizador ou no borrifador, pois causam facilmente entupimentos do bico do equipamento.
Muito utilizada no meio rural para controle de ácaros em tomateiro, morangueiro e no cultivo de uvas, a calda sulfocálcica é também repelente de insetos. Ela é muito nutritiva, pois é rica em enxofre e cálcio, minerais essenciais para as plantas. Mas devido ao odor forte, a recomendação de Fernando Tinoco é para que não seja utilizada em ambiente fechado ou dentro das residências, como em salas de visitas e quartos.
A série de dicas da Emater-MG ainda traz diferentes receitas de caldas que utilizam detergente e óleo de cozinha para auxiliar no controle de pragas e doenças em pomares, flores e hortaliças.
Cuidados
Fernando Tinoco alerta que, mesmo sendo receitas de pouca toxidade, é preciso ter cuidado na proteção pessoal ao fazer a aplicação de algumas delas, principalmente nas caldas que levam minerais, como calda bordalesa e da sulfocálcica. “Recomendamos usar EPI, ou seja, máscaras, luvas, óculos de proteção e uma roupa adequada. Alguns minerais, como o cobre e o enxofre, podem causar irritações nas vias nasais e na pele”, destaca.
Outra recomendação para utilizar as caldas é evitar pulverizar o produto nas horas quentes do dia. “Sempre recomendamos pulverizar em ambientes com temperaturas amenas e, se for no campo, ao final do dia”, afirma Fernando Tinoco. Ele acrescenta que, mesmo que as caldas sejam atóxicas ou de baixa toxidez, é bom manter os animais domésticos à distância, durante a aplicação. “Poucos minutos após a aplicação, não haverá problema algum dos animais terem contato ou ficarem próximos das plantas”.
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