Transporte de soja no RS cai quase 60% na 1ª quinzena; arroz, 46%, diz Frete.com
SÃO PAULO (Reuters) - As enchentes históricas que devastaram o Rio Grande do Sul ao longo de maio, causando mortes e destruindo infraestruturas, reduziram em quase 60% o transporte rodoviário de soja no momento em que o Estado estava já no quarto final da colheita, apontaram nesta terça-feira dados da Frete.com.
Além disso, as inundações que atingiram as rodovias, ferrovias e outras estruturas logísticas gaúchas reduziram em mais de 46% a contratação de caminhões para transportar arroz, enquanto as cargas rodoviárias de trigo foram reduzidas em 29%, de acordo com a plataforma online de transporte.
Além das perdas nas lavouras e em algumas estruturas de armazéns, os problemas para transportar grãos estão entre os fatores que sustentaram os preços dos produtos agrícolas.
Com as dificuldades adicionais para circular pelo Estado, o custo do frete subiu 8,8% na primeira quinzena em relação ao mesmo período do mês anterior, apontou a Frete.com.
Considerando todas as cargas, o volume de transporte rodoviário caiu 41%, apontou a plataforma eletrônica, para 29.892 fretes.
"A maior parte das cargas são do agronegócio, setor que apresentou diversas perdas por conta das enchentes, fazendo com que o volume de cargas transportadas por caminhoneiros autônomos tivessem uma queda expressiva", analisou o CEO da Frete.com, Federico Vega, em nota.
Do total de fretes registrados na Frete.com no período, o agronegócio respondeu por mais de 22 mil, também com queda de 42%, segundo números da plataforma que utiliza algoritmos de Machine Learning para agilizar a contratação de caminhões.
Os fretes de soja caíram de 21.841 nos primeiros quinze dias de abril para 8.900 na primeira quinzena de maio, enquanto no caso do arroz houve uma redução de 3.371 para 1.829 fretes.
No período, o transporte rodoviário foi alternativa importante para o envio de grãos para o porto de Rio Grande, o principal para exportação de grãos do Estado, uma vez que a ferrovia sofreu interrupções.
Ainda assim, caminhoneiros tiveram de realizar rotas mais longas e com fretes mais caros, devido aos bloqueios em rodovias.
(Por Roberto Samora)
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