Fila de 5,5 mil contêineres e graneleiros esperam liberação no Porto de Santos com impactos da operação-padrão
A fila de contêineres à espera de liberação para entrada e saída no Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, que era de 5 mil contêineres até 24 de junho saltou para 5,5 mil até ontem (27), segundo dados levantados pelo Notícias Agrícolas junto à ANFFA Sindical.
A emissão de certificados para a liberação de cargas, inclusive de produtos do agronegócio, que levava até 72 horas agora está em até 14 dias para a emissão.
Os auditores agropecuários (affas) são responsáveis pela liberação de diversos produtos para exportação e importação no Brasil, incluindo insumos da agricultura e pecuária, como os fertilizantes, agroquímicos, sementes, produtos veterinários e rações para animais.
O impacto na logística portuária do país ocorre por conta de operação-padrão de auditores agropecuários, que são servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e estão em mobilização há algum tempo. No final de maio, por exemplo, o Notícias Agrícolas noticiou que mais de mil caminhões estavam "travados" na fronteira do Paraguai com o Brasil.
"A fila de contêineres é referente só ao período de 50 dias de operação-padrão da categoria", disse a ANFFA em nota. Além dos contêineres, também estão sendo afetados os navios graneleiros de trigo e fertilizantes para a importação.
"No caso da exportação, muitos contêineres e navios já encontram dificuldades na liberação das cargas nos países de destino, também por causa do atraso na emissão das certificações, gerando impacto no recebimento das vendas amparadas por carta de crédito", destacou a ANFFA Sindical.
De acordo com Jeferson Souza, analista da Agrinvest Commodities, as importações de fertilizantes no acumulado deste ano de 2022 são recordes, o ajuda na garantia de que o abastecimento será adequado para a safra 2022/23 de grãos. Ainda assim, o analista pontua que o terminal de Santos registrou um decréscimo nesse início de ano em seus recebimentos, mas não é possível relacionar o cenário com a questão da operação-padrão.
“Enquanto isso, o Porto de Paranaguá, registrou avanço nas importações”, disse Souza.
O analista da Safras & Mercado, Maurício Muruci, diz que de fato há um atraso nos portos brasileiros, mas que no caso do açúcar o line-up está alto, ou seja, não tem havido influência no volume movimentado do adoçante a ser exportado, já que a safra está em andamento. Até ontem (27), 3,065 milhões de toneladas de açúcar contavam na programação de embarques de Santos, com 59 navios esperando para desembarque.
O Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (SOPESP) disse ao Notícias Agrícolas que "conforme apurado junto aos seus associados, não há registros de operações fora da normalidade" no Porto de Santos, mas que a entidade segue acompanhando a situação.
A Santos Port Authority (SPA) é responsável pela infraestrutura pública do Porto de Santos, sem ingerência na movimentação de cargas ou na sua liberação pelos demais órgãos anuentes. Entretanto, disse que houve aumento de cargas até maio deste ano nas movimentações.
"As estatísticas consolidadas até maio deste ano registraram um crescimento de 5,5% na movimentação de cargas em relação a igual período do ano passado, refletindo a normalidade nas operações portuárias", disse a SPA.
O Mapa foi procurado para comentar o assunto, mas ainda não retornou a solicitação.
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