Dreyfus anuncia novo terminal de açúcar em SP que eleva em 1 mi t capacidade por ferrovia
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A trading de commodities agrícolas Louis Dreyfus Company (LDC) afirmou nesta terça-feira que está investindo na construção de um terminal de transbordo de açúcar em Pederneiras (SP) que elevará a capacidade de "transacionada" por ferrovia em 1 milhão de toneladas por ano.
O terminal, com previsão de ficar pronto em meados de 2025, trará mais "competitividade" para a empresa, "possibilitando o aumento de volumes comercializados com a ampliação de seu 'market share' na região produtora do centro-sul do país", afirmou a Dreyfus, em nota antecipada à Reuters.
Isso será possível ao permitir o escoamento da produção de açúcar ao Porto de Santos via modal ferroviário. Hoje, as usinas da região utilizam quase que exclusivamente o modal rodoviário para escoar sua produção para o porto, pagando um frete mais caro.
"O mercado brasileiro vem crescendo em relevância no cenário internacional. As usinas do setor sucroenergético estão investindo mais em capacidade de cristalização. Com o aumento da produção de açúcar, o país precisará ganhar mercado internacional", afirmou o diretor da Plataforma de Açúcar da LDC na Região North Latam, Guilherme Correia.
O Brasil, maior produtor e exportador global de açúcar, já responde por cerca de 70% das exportações globais da commodity. No acumulado do ano até outubro, os embarques totais do produto do país tiveram volumes recordes de mais de 32 milhões de toneladas, segundo dados do governo brasileiro.
"É para isso que estamos investindo em fluxo logístico de exportação, tanto no portuário quanto no transbordo", adicionou Correia.
A companhia não detalhou os volumes totais que comercializa nem a sua fatia de mercado. Também não revelou o investimento.
O terminal em Pederneiras irá operar em sinergia com a operação do Terminal Exportador de Açúcar do Guarujá (TEAG), onde a companhia atua por meio de uma joint venture.
A Dreyfus já possui um terminal em Pederneiras para grãos recebidos pela hidrovia Tietê-Paraná. Ali, a empresa recebe soja e milho trazidos de São Simão (GO), onde também opera um terminal intermodal.
Os dois ativos no município situado no centro do Estado de São Paulo -- o porto intermodal (para grãos) e o terminal de transbordo de açúcar -- serão vizinhos, separados pela ferrovia.
Com a operação do novo terminal, haverá ganho operacional e logístico já que a Dreyfus terá mais cargas para expedir composições ferroviárias completas para o Porto de Santos, levando açúcar e grãos.
Uma composição completa possui 80 vagões. Atualmente, apenas com o fluxo de grãos, o volume não é o suficiente para preenchê-la em operações diárias, o que será possível com o fluxo do açúcar a partir do início da operação do terminal de transbordo que está sendo construído, segundo a empresa.
GANHO NO FRETE
O novo terminal será composto de um armazém com capacidade estática para 90 mil toneladas e com um fluxo de recebimento e expedição de 500 toneladas/hora.
O diretor global de Portos e Hidrovias da Dreyfus, João Paiva, destacou que, ao investir nesse transbordo ferroviário, "possibilitaremos que as usinas contem com uma opção de frete mais competitiva em relação ao modal rodoviário e com mais uma alternativa logística".
Ele disse que a companhia já observa um "forte interesse de muitas usinas nessa e em outras regiões para a logística ferroviária, que também oferece maior confiabilidade operacional."
"Além disso, será um ativo com alta eficiência operacional, uma vez que contará com toda a expertise de atuação do terminal de grãos já existente no local", explicou.
(Por Roberto Samora)
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