HF Brasil/Cepea: Clima acelera produção, e oferta fica acima da média em 2024; para 2025, disponibilidade deve ser mais regular
A equipe da revista Hortifruti Brasil, publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, acaba de disponibilizar o seu tradicional Anuário (2024-2025). A publicação traz as retrospectivas de 2024 e as perspectivas de 2025 para o setor de HF como um todo e também seções específicas dos 13 produtos que acompanha.
Segundo pesquisadores do Cepea, após anos de queda na produtividade por conta do clima, a safra dos HFs em 2024, no geral, foi elevada – as exceções foram a laranja e a batata. Várias culturas atingiram alta produtividade, que muitas vezes ficaram acima da média histórica.
O período do inverno com clima mais seco e quente ajudou a acelerar a produção, sobretudo de tomate, cebola, cenoura e mamão. A oferta foi tão elevada, que uma parcela da produção, dependendo do mês, não chegou a ser totalmente escoada. Outras frutas também tiveram pressão sobre os preços a partir do segundo semestre, como a manga e a melancia.
Por outro lado, os valores da laranja, diante da quebra de safra em 2024, alcançaram patamares recordes. Para a batata, os preços também estiveram elevados ao longo de todo o ano (exceto a partir de novembro), devido à queda de produtividade, por conta sobretudo da menor qualidade da semente.
Pesquisadores do Cepea indicam que, para 2025, a expectativa é de maior regularidade da oferta e de preços mais estáveis para frutas e hortaliças. Esse cenário, no entanto, pode ser alterado, dependendo do comportamento do clima e dos investimentos em área.
CLIMA – Em 2024, o setor foi impactado por oito ondas de calor, sobretudo no inverno. Em 2022 e 2023, uma estiagem prejudicou a produtividade em boa parte do cinturão produtor de HF do Sudeste, enquanto que, nos primeiros meses de 2024, o Sul foi marcado por chuvas muito acima da média histórica e por enchentes severas na virada de abril/maio. Essa instabilidade tem sido um fator cada vez mais intrínseco na atividade agrícola, o que exige que o setor adote novas tecnologias para enfrentar tais mudanças climáticas. Cultivares híbridas, sistema de cultivo protegido, enxertia de mudas, plantio mais adensado, manejo fitossanitário mais intensivo e a ampliação no uso de irrigação são algumas das principais tecnologias que permitem o aumento da produtividade, mesmo diante de adversidades do clima.
ECONOMIA – A fragilidade fiscal dificulta projeções econômicas já para 2025. Além de incertezas internas, os juros nos Estados Unidos não devem recuar tão rápido quanto se esperava, e a China apresenta dificuldades no crescimento. Assim, há um fortalecimento do dólar frente ao Real. Apesar do crescente gasto do consumo das famílias no Brasil, o poder de compra ainda é limitado para boa parte da população, tendo em vista os altos patamares da inflação e dos juros. Assim, o orçamento da população fica comprometido, restringindo o consumo de frutas e hortaliças. No entanto, o segmento de HF ainda se beneficia do apelo saudável, do ganho na agregação de valor com as melhorias nos processos de produção e de comercialização, de oportunidades no mercado externo, entre outros.
HÁBITOS DE CONSUMO – A projeção para os próximos anos é de que o consumo brasileiro das frutas e hortaliças frescas cresça mais em termos de receita do que de volume, de acordo com dados divulgados pela Euromonitor e avaliados pela equipe Hortifrúti/Cepea. O aumento no valor está atrelado ao incremento dos custos e às melhorias nos processos de produção e de comercialização, que, apesar de elevarem os gastos, geram maior valor agregado do produto.
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