Atrito entre oferta e demanda estremece mercado e cacau perde cerca de US$ 5 mil/t em alguns meses

Publicado em 26/06/2024 11:05 e atualizado em 26/06/2024 12:57
Apesar da queda, informações incertas da safra africana mantém preços mais altos do que nos últimos anos

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Desde o início do ano, o mercado do cacau obteve valores históricos nas bolsas internacionais. Em janeiro de 2024, por exemplo, os contratos de Nova Iorque eram negociados a uma média de US$ 3 a 4 mil dólares por tonelada. Em abril, esse valor subiu para quase US$ 12 mil/t, gerando instabilidade no mercado. 

“O aumento no mercado ocorreu após informações da safra africana, que sofreu com a presença de doenças em suas lavouras. Gana e Costa do Marfim tiveram problemas na colheita e isso gerou uma desconexão entre oferta e demanda”, comenta André Lisboa, diretor da Central do Cacau. 

Após esse momento de tensão, os compradores se reposicionaram e o anúncio de uma indústria multinacional, que divulgou uma possível retração de demanda, resultou na diminuição dos preços. Uma possível melhora da safra também estremeceu as cotações, porém, incertezas climáticas estabilizaram os preços nos patamares atuais de US$ 7 mil/t.

“Mesmo com essa instabilidade, os preços estão muito bons para o cacauicultor, já que vínhamos de um mercado há muito tempo estabilizado na base de US$ 2,5 mil. Além disso, a variação cambial está ajudando nas exportações e há também um prêmio muito bom, com empresas pagando US$ 2 a 3 mil acima dos valores internacionais”, explica Silvano Franco Pinheiro, diretor da JSP.

No mercado interno, houve também queda de preços na última semana após a chegada de 120 mil sacas de cacau nos portos. No entanto, esse volume já foi escoado e novas remessas não devem chegar tão cedo devido às más condições e ao volume da colheita africana. De forma geral, os preços são considerados remuneradores, com média de R$ 710/@ na Bahia, R$ 2.800/saca no Espírito Santo e R$48/kg no Pará.

“Contabilizando a safra temporã e a safra principal, devemos ter uma produção total de cerca de 265 mil toneladas, mas isso vai depender do regime de chuvas”, argumenta Silvano. “Diferente do El Niño, o La Niña traz muitas chuvas para as regiões da cacauicultura brasileira e isso pode afetar nossa produção, então é possível dizer que, mesmo com variações, os preços internacionais e nacionais devem se manter em níveis positivos para os produtores”, complementa Lisboa.

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Por:
Ericson Cunha
Fonte:
Notícias Agrícolas

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