Olivicultores no Sul do Brasil utilizam bioativos naturais para enfrentar dificuldades climáticas
Em plena época da colheita das azeitonas e da transformação em azeite, a qualidade do produto final chama atenção no RS. Essas experiências, que foram se aprimorando ao longo da última década – só estão sendo possíveis graças às tecnologias adotadas pelos olivicultores que apostaram no terroir gaúcho para a produção de azeite.
O Rio Grande do Sul é hoje o maior produtor de azeite de oliva do Brasil. Segundo dados do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva), em 2022 foram produzidos 448,5 mil litros de azeite no estado.
Diante da expansão do cultivo, cresce a necessidade e a demanda por novas tecnologias para proteger e potencializar os olivais. Apesar de aptidão de muitas regiões para o plantio das oliveiras, sobretudo no RS, MG e SP, as dificuldades climáticas enfrentadas pelos produtores ainda persistem e podem prejudicar a safra.
Para driblar essas dificuldades, uma tecnologia desenvolvida na Irlanda vem sendo muito utilizada em diversos países, inclusive no Brasil, para atuar na neutralização dos processos oxidativos causados por eventos climáticos em plantas como as oliveiras.
O bioativo natural ou SuperFifty foi desenvolvido pela multinacional irlandesa BioAtlantis e chegou ao Brasil há mais de 5 anos. De lá pra cá vem sendo utilizado com grande sucesso, não só na olivicultura, mas também na hortifruticultura em geral.
Na região da Campanha gaúcha, uma das principais produtoras de azeitona do estado, a tecnologia do SuperFifty foi fundamental para mitigar os efeitos da estiagem enfrentada na região. “Nos solos mais arenosos do lado norte do município de Bagé, onde aplicamos o SuperFifty foi possível observar um resultado melhor, após a aplicação desse bioativo em um pomar sem irrigação. Apenas com o produto e manejo de nutrição percebemos plantas perfeitas que resistiram bem a seca”, destaca o consultor em olivas na região da Campanha, Emerson Menezes.
O SuperFifty atende uma grande necessidade dos produtores de diferentes culturas no Brasil, que vem sofrendo com condições climáticas extremas, resultando num estresse oxidativo na planta. De origem natural, a tecnologia “alerta” a planta para um evento climático previsto, fazendo com que ela se prepare para não sofrer os danos de uma estiagem ou do frio extremo também. Além disso, por ser uma tecnologia limpa, tem selo para agricultura orgânica, não deixando resíduos no ambiente e nem para quem manuseia.
Ao final do ciclo, os resultados vão além da redução do estresse oxidativo. Há uma melhora na florada, na frutificação e rendimento, além de garantir a qualidade do produto, no caso das oliveiras, o azeite. “Só em Bagé, temos a expectativa de receber em nossa unidade industrial da Azeites do Pampa umas 200 toneladas da azeitona. Mas em todo o estado, há uma expectativa de um crescimento em torno de 20% em termos de volume de azeite nesta safra”, acrescenta o consultor.
Em Santana do Livramento, onde é produzido o Azeite Viridi, os resultados também surpreenderam a olivicultora Zélia Scherer. “Usei SuperFifty no meu pomar. A safra foi muito boa e o que mais me surpreendeu foi o rendimento do azeite”, enfatiza Zélia.
Para Francisco Bino Lacerda, representante Técnico da BioAtlantis no RS, o sucesso do SuperFifty no Brasil se deve a uma tecnologia amplamente testada e aprovada em vários países que agora está à disposição dos produtores brasileiros. “Essa tecnologia chegou para mitigar os estresses climáticos e atuar na fisiologia das plantas, por isso teve boa aceitação no setor da oliva no estado. A prova disso é que mais produtores vem nos procurando a cada ano. E Muitos deles por indicação de outros olivicultores e consultores”, destacou.
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