Hortifruti/Cepea: Impactos das chuvas na região Nordeste
UVA: A viticultura do Vale do São Francisco (PE/BA) foi fortemente prejudicada pelas chuvas intensas verificadas desde meados de dezembro. O maior dano foi observado para as uvas que estavam em desenvolvimento e para as prontas para colheita, que apresentaram rachaduras de bagas e doenças, como míldio. A oferta futura também deve ser influenciada negativamente pelo clima, visto que as áreas que estavam em florada registraram perdas devido à alta umidade.
MANGA: As áreas de manga do Vale do São Francisco (PE/BA) em desenvolvimento e prontas para colheita não registraram fortes problemas com as chuvas, mas as que estavam sendo induzidas para colheita, em meados de março e abril, tiveram parte das floradas comprometida.
MELÃO: As chuvas desde dezembro/21 no Vale do São Francisco (BA/PE) vêm afetando a produção de melão local, que registra boa parcela de perdas. Houve alagamento em algumas áreas e a aparição de doenças. No Rio Grande do Norte/Ceará, colaboradores afirmaram que as chuvas até afetaram a produção, mas os impactos são menores.
MELANCIA: Em Teixeira de Freitas (BA), chuvas em excesso em novembro e dezembro (primeira parte da safra 2021/22) dificultaram a colheita e reduziram a produtividade, que ficou muito inferior ao potencial da região. As chuvas, ainda, dificultaram o preparo das áreas referentes à segunda parte da safra.
CEBOLA: As chuvas estiveram acima da média nas regiões de Irecê (BA) e do Vale do São Francisco (BA/PE) até janeiro. Em Irecê (BA), os impactos do clima chuvoso sobre a produção foram maiores, uma vez que o plantio da safra 2022 se iniciou a partir de outubro/21, com perdas significativas sendo registradas entre dezembro/21 e janeiro/22.
CENOURA: A colheita e o plantio de cenoura da região de Irecê (BA) foram prejudicados pelo volume de chuvas acima da média histórica. Produtores relataram problemas no desenvolvimento das raízes, reduzindo o potencial produtivo na região baiana. Além disso, o solo úmido dificultou a entrada de maquinários e, consequentemente, limitou as atividades de campo.
TOMATE: Dentre as regiões produtoras de tomate acompanhadas pela Equipe Hortifrúti/Cepea, a da Chapada Diamantina foi a mais prejudicada pelas chuvas acima da média – algumas lavouras registraram 100% de perdas no início do ciclo, sobretudo as recém-transplantadas. No geral, as chuvas elevaram a incidência de doenças em todas as praças. Por outro lado, as chuvas reduziram a pressão de pragas e abasteceram os reservatórios de irrigação.
BATATA: As chuvas têm atrapalhado a colheita de batata na Chapada Diamantina (BA). Com atraso nas atividades de campo, agentes relatam perda de cor nos tubérculos e redução no calibre. Houve, também, aumento na incidência de canela preta.
BANANA: Chuvas intensas desde dezembro em Bom Jesus da Lapa (BA) atrapalharam algumas etapas de preparo do solo, plantio e drenagem. Bananicultores relataram necessidades de aumento nos tratos para sigatoka. Já no Vale do São Francisco (BA/PE), o intervalo de colheita foi ampliado, o que acarretou em menores carregamentos.
MAMÃO: Chuvas prolongadas no sul e no oeste da Bahia fizeram com que muitas plantas perdessem raízes por conta da podridão e inúmeros pés morreram. Além disso, o clima úmido ocasionou o surgimento de “pescoço” (parte improdutiva do cacho) em muitos mamoeiros. Houve, ainda, alta incidência de doenças (pinta-preta, antracnose, phytophthora, mancha-chocolate), devido à impossibilidade de se realizar pulverizações com defensivos quando ainda está chovendo, e interdição de importantes rodovias.
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