Maçã Fuji de São Joaquim tem suas características únicas reconhecidas pelo registro de Indicação Geográfica
Doces, redondas, bem vermelhas, suculentas e crocantes. Essas são características que permitiram à Maçã Fuji de São Joaquim, em Santa Catarina, receber o registro de Indicação Geográfica na categoria Denominação de Origem.
O local de cultivo das maçãs foi considerado essencial para que a fruta apresente os atributos mais procurados pelo consumidor. A área engloba os municípios de São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Urupema, Urubici e Painel.
A Maçã Fuji apresenta alto grau de adaptabilidade às condições da região de São Joaquim, que apresenta altitudes de 1.100m e permite uma ocorrência de pelo menos 700 horas de temperaturas abaixo de 7,2°C no inverno.
O clima da região é apontado por produtores e técnicos agrícolas como o principal fator que torna as maçãs da região de São Joaquim tão especiais. “Nossa região se aproxima das características de clima temperado, com inverno característico. Com isso, a planta da macieira passa por todos os seus estágios fisiológicos (dormência, indução de brotação), de maneira mais natural possível, com florescimento ainda mais abundante”, explicou o técnico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina Marlon Couto.
Com temperaturas mais amenas, a Maçã Fuji da Região de São Joaquim desenvolve-se mais lentamente, resultando em frutos de maior tamanho, mais arredondados, bem como em um menor percentual de frutos achatados ou deformados, além da presença de teores mais elevados de cálcio, que permitem períodos de armazenagem e abastecimento do mercado por mais tempo.
O frio que antecede a colheita também favorece a ocorrência do chamado pingo de mel, alteração fisiológica que deixa o fruto mais doce, além de proporcionar uma pigmentação vermelha mais intensa às cascas dos frutos.
Além do frio, o fator humano também é fundamental para a produção de frutos de qualidade. A forte influência da cultura japonesa, que se estabeleceu na região no século XX, trouxe o saber-fazer nipônico, que foi acrescido ao longo do tempo por práticas e técnicas adaptadas às características edafoclimáticas encontradas na região de São Joaquim, incluindo o predomínio da mão de obra familiar.
Por apresentar tradição no cultivo de maçãs e grande conhecimento relacionado ao manejo e tratos culturais da macieira, atualmente, a região possui não apenas o maior número de produtores, mas também a maior produtividade do Brasil, representando cerca de metade da produção nacional.
A maçã Fuji de São Joaquim encontra seus principais mercados internos na região Sudeste do Brasil, além de exportar para países como Bangladesh, Rússia, Índia.
Reconhecimento
Todas essas características somadas, agora, ao reconhecimento da Indicação Geográfica, podem impactar para uma valorização da fruta no mercado, tornando sua produção mais vantajosa para os produtores e abrindo oportunidades no mercado local.
“A gente vai conseguir agregar valor ao produto, melhorar a receita para nossas cidades, aumentar a oportunidade de empregos, pois as empresas embaladoras terão que estar sediadas na nossa região. Isso tudo, somado ao fator de que vamos fidelizar o mercado. Muitas vezes se compra uma maçã fuji, mas não se sabe a exta procedência e, agora, os comerciantes vão fazer questão de comprar a maçã de São Joaquim com o reconhecimento das nossas características únicas. É a cereja do bolo que faltava”, comemorou o presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap), Dioni Nunes Pereira.
O registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer (know-how ou savoir-faire).
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é uma das instâncias de fomento das atividades e ações para Indicação Geográfica de produtos agropecuários.
0 comentário
Pepino caipira é o destaque da semana (18 a 22/11) no atacado da CEAGESP
Maçã/Cepea: Perspectivas iniciais sobre a safra 2024/25 da eva
Cenoura/Cepea: Preços sobem com força em São Gotardo (MG)
CNA participa de reuniões de câmaras setoriais de mandioca e florestas plantadas
Uva/Cepea: Oferta de sem semente se mantém restrita no Vale
Mandioca/Cepea: Preços sobem pela 24ª semana consecutiva