Brócolis e couve-flor de São José dos Pinhais se destacam no Estado
Desbravar o interior de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, é entender um pouco mais do alimento que chega até a mesa dos paranaenses, especialmente daqueles que moram nos arredores da Capital. O percurso entre uma das rodovias que leva ao munícipio e às tantas propriedades rurais é ilustrado por diferentes plantações. Tem repolho, acelga, abobrinha, couve, beterraba, pimentão, alface e, no inverno, muitos, mas muitos pés de brócolis e couve-flor – a cidade é quem mais produz esses tipos de olerícolas no Paraná.
De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), São José dos Pinhais liderou como um todo a produção de hortaliças no Paraná em 2019, dado mais recente disponível. O volume total foi de 319,6 mil toneladas, ou 11% de tudo o que saiu das roças do Paraná.
O negócio rendeu para o município aproximadamente R$ 528 milhões, praticamente o dobro de Guarapuava, a segunda colocada, que movimentou R$ 275 milhões, com 5% de participação no mercado.
Hortaliças como brócolis e couve-flor mudam a paisagem de São José dos Pinhais
O gráfico agro aponta que 15% (19.250 toneladas) de toda a produção municipal foi de couve-flor e 7% de brócolis (17.450 toneladas). Safra dividida em uma infinidade de pequenas plantações familiares, o que explica a paisagem interiorana.
É aí que entram os Burakowski e os Suotas. Vizinhos de poucos quilômetros dentro da Colônia Murici, eles vivem das hortaliças há tempos, um negócio de pai para filho.
Patriarca dos Burakowski, Pedro tem mais de 40 anos de lida, sempre em São José dos Pinhais. Angariou para o time, com o tempo, a esposa, os dois filhos e uma das noras. É eles que tocam tudo por ali.
Duas vezes por semana, o caminhão refrigerado abarrotado de brócolis e couve-flor (e outros verdes mais) sai pontualmente à 1h40 rumo à Ceasa de Curitiba. Vender, na pedra, a produção que sustenta a família.
“Produzimos de tudo, o ano inteiro temos hortaliças. No inverno o que mais vendemos é brócolis e couve-flor mesmo. Plantamos 2 mil pés de cada cultura por semana o que, numa colheita boa, rende 150 dúzias de couve-flor e mais 150 dúzias de brócolis”, diz a matriarca Maria Janete Burakowski, 34 anos de roça, como faz questão de dizer.
A propriedade é pequena, de aproximadamente 7 hectares, mas nem toda a área fica com a agricultura, outra semelhança na região. “Há momentos bons e outros nem tanto. Agora, com a pandemia, parece que o dinheiro sumiu e está bem ruim o comércio. O custo, especialmente por causa do adubo, está alto para quem produz. E a caixa com uma dúzia de couve-flor, por exemplo, que precisávamos vender a R$ 25, estamos entregando a R$ 15 ou R$ 20”, afirma Bruno Burakowski, o primogênito de Pedro e Maria Janete.
Os Suotas, por sua vez, se especializaram no brócolis, carro-chefe da produção de inverno da família – couve manteiga e as alfaces crespa e americana completam o cardápio. Ali, no sítio de 2,5 hectares de área plantada, a família de três pessoas mantém a média de mil a 1,6 mil pés de cada cultura. Assim com os vizinhos, o comércio é feito no Ceasa. Uma parte da produção, porém, vai de caminhão para os estados vizinhos de Santa Catarina e São Paulo.
“Eles vêm aqui, carregam e se vão”, diz Felipe Suota, 48 anos.
ABRANGÊNCIA – Ainda de acordo com dados da Seab, a área cultivada das hortaliças no Paraná em 2019 foi 117,8 mil hectares, redução de 1,4% em relação a 2018. A produção total ficou em 2,9 milhões, movimentando aproximadamente R$ 4,87 bilhões.
Os três principais núcleos regionais no ranking paranaense das hortaliças foram Curitiba (41%), Guarapuava (9%) e Ponta Grossa (7%). “São plantações pequenas, mas que somadas têm uma importância grande para o agronegócio do Paraná”, destaca o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab, Carlos Alberto Salvador.
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além do Paraná, se destacam também São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina na produção de brócolis e couve-flor.
0 comentário
HORTI RESENHA #77 - Abrafrutas: 10 anos fomentando exportações de frutas do Brasil
Abrafrutas celebra grande conquista: mercado chinês abre as portas para uvas frescas brasileiras
Pepino caipira é o destaque da semana (18 a 22/11) no atacado da CEAGESP
Maçã/Cepea: Perspectivas iniciais sobre a safra 2024/25 da eva
Cenoura/Cepea: Preços sobem com força em São Gotardo (MG)
CNA participa de reuniões de câmaras setoriais de mandioca e florestas plantadas