Moagem nacional de amêndoas de cacau recua 3,9% na safra 2020/2021
A queda na safra brasileira 2020/2021 de amêndoas de cacau provocou uma diminuição na entrega do produto às indústrias processadoras de cacau de acordo com os dados divulgados pelo SindDados. A temporada, que teve início em maio de 2020 e se encerrou em abril com 155.691 toneladas, representa uma queda de 15,4% em relação à produção da safra 2019/2020, que foi de 184.106 toneladas. “Essa redução causou a queda do recebimento de cacau no primeiro quadrimestre do ano. Em relação à próxima safra (2021/2022) há expectativa de melhora, com a entrada da safra temporã”, explica Anna Paula Losi, diretora-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Com isso, a moagem recuou 3,99% passando de 222.433 toneladas na safra 19/20 para 213.545 toneladas na safra 20/21. O resultado do primeiro quadrimestre também recuou 1,49%, passando de 74.881 toneladas de janeiro a abril de 2020 para 73.769 toneladas nos primeiros quatro meses de 2021. A indústria moeu 17.496 toneladas de amêndoas em abril, uma queda de 2,23% em relação às 17.896 toneladas processadas no mesmo mês do ano passado.
Os produtores do Estado da Bahia, maior produtor nacional, entregaram 93.948 toneladas de amêndoas para as indústrias na temporada 20/21, queda de 18,7% ante as 115.607 toneladas da safra 19/20. No primeiro quadrimestre deste ano foram 14.087 toneladas de amêndoas, uma queda de 32,9% em relação às 21.002 toneladas produzidas no mesmo período do ano passado. O Pará apresentou queda de 11,3% de volume de amêndoas entregues às indústrias na safra 20/21 com 54.883 toneladas ante 61.873 na temporada anterior. Nos quatro primeiros meses de 2021 a queda no volume foi de 68%, com 5.407 toneladas ante 16.657 toneladas. Somente no mês de abril, as indústrias receberam 8.016 toneladas, uma queda de 33% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já nos primeiros quatro meses de 2021, os recebimentos de cacau foram de 21.177 toneladas, um recuo de 47% em comparação com as 39.770 toneladas entregues no mesmo período de 2020.
Importações
Para manter o parque industrial funcionando e atender à demanda dos clientes internacionais, as indústrias processadoras importaram na safra 20/21 43.200 toneladas, crescimento de 2,77% no volume ante 42.032 mil toneladas na safra 19/20. Em abril deste ano 8 mil toneladas de cacau, enquanto no mesmo mês do ano passado não houve importação. No primeiro quadrimestre as importações somaram 30,5 mil toneladas, um aumento de 32,5% em relação às 23,023 mil toneladas importadas no mesmo período do ano passado. “No ano passado, por conta da retração no consumo e uma safra melhor, nós reduzimos as compras externas. Nesta temporada, no entanto, o cenário é um pouco diferente. Temos uma safra bem menor, o que faz com que seja necessário importar mais, a fim de cumprirmos os contratos de exportação”, explica Anna Paula.
Como o Brasil, que ocupa o sétimo lugar no ranking mundial de produção de cacau, não tem autossuficiência para atender às necessidades da indústria nacional, o setor importa o produto pelo regime aduaneiro especial Drawback, no qual as amêndoas são isentas de impostos desde que o produto processado seja 100% exportado. “As importações são essenciais para que as indústrias mantenham seus parques fabris funcionando a fim de complementar os volumes para atender às demandas dos clientes internacionais”, afirma Anna Paula.
Em abril deste ano, a exportação de derivados do cacau atingiu a marca de 3.543 toneladas, uma queda de 12,9% na comparação com abril de 2020, quando foram embarcadas 4.068 toneladas. Embora haja esse recuo mensal, nos primeiros quatro meses do ano as exportações de derivados chegaram a 18.119 toneladas, um aumento de 14% em relação às 15.932 toneladas vendidas no exterior no mesmo período do ano passado.
Entre os países que receberam derivados do cacau brasileiro estão Argentina, Chile e Estados Unidos, representando, respectivamente, participações de 46,56%, 19,25% e 15,06% das vendas externas. “Se deixarmos de importar cacau perderemos esses importantes mercados e, consequentemente, teremos que reduzir nossas operações, em um momento que notamos a ampliação das operações de moagem em outros mercados, inclusive na África”, explica Anna Paula.
A diretora-executiva da AIPC avalia que o mercado em 2021 apresente estabilidade em relação ao ano passado. “A preocupação agora é o quanto à extensão da pandemia e como as dificuldades da economia podem impactar o consumo.”
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