HOME VÍDEOS NOTÍCIAS METEOROLOGIA FOTOS

Santa Catarina é o terceiro maior produtor de alho do país

Publicado em 04/05/2021 10:15 e atualizado em 04/05/2021 11:37

Com uma produção de 14.700 toneladas na safra 2020/21, Santa Catarina se mantém como o terceiro maior produtor de alho do país. A falta de chuva afetou a produção, mas a qualidade para o consumo foi garantida, apesar dos bulbos de menor calibre, o que reduz o preço no mercado. Por outro lado, a colheita foi marcada pela alta sanidade, o que permite aos produtores estocarem o produto por mais tempo, à espera de melhores preços para comercialização.

Segundo Jurandi Teodoro Gugel, analista da Epagri/Cepa, a estimativa inicial para safra de alho 2020/21 era de aproximadamente 20 mil toneladas. Contudo, a estiagem afetou a produção e forçou, em alguns períodos, que muitos produtores racionassem água para irrigação em função do desabastecimento dos reservatórios e mananciais.  A falta de chuvas desde o período de plantio contribuiu para a redução na área cultivada, o que impactou negativamente o total produzido. Na safra anterior, Santa Catarina havia produzido 16.400 toneladas da hortaliça.

Apesar dos problemas climáticos ocorridos em praticamente todo o ciclo da cultura, como estiagem, vendavais e granizo, que se refletiram na quantidade e qualidade comercial da hortaliça, a safra catarinense está trazendo bons resultados econômicos para a maioria dos produtores catarinenses, que têm conseguido comercializar o produto com valor acima do custo médio de produção, que foi de R$6,660 o quilo para muitas propriedades.

O alho catarinense foi colhido entre dezembro e janeiro e segue agora em plena fase de comercialização. Jurandi relata que no início de abril os produtores catarinenses haviam comercializado 55% dos seus estoques, o que é considerado um ritmo lento. “Esse alho foi produzido em período mais seco, o que lhe deu melhor sanidade, permitindo mais tempo de armazenamento", descreve o analista. Assim, os agricultores seguem uma estratégia de comercialização escalonada, na busca de um preço mais favorável para colocar a produção no mercado.

Oferta e demanda

Em 2019 o Brasil produziu 131 mil toneladas e consumiu 296 mil toneladas de alho, o que forçou o país a importar 165 mil toneladas. “Produzimos menos da metade do consumido naquele ano e, para 2020, especula-se que o consumo tenha chegado a 330 mil toneladas”, relata Jurandi. Ele explica que o Brasil precisa superar alguns gargalos para produzir mais.

Segundo o analista da Epagri/Cepa, é necessário reduzir o custo de produção da hortaliça no território nacional. Dentre outras questões, “automatizar o plantio poderia ser uma solução, pois é uma atividade que demanda muita mão de obra, que muitas vezes só a família agricultora não supre, é preciso contratar” detalha.

Jurandi lembra que o uso de sementes de qualidade é outro diferencial para elevar a produção. Nesse sentido, ele destaca o estudo da Epagri, em parceria com a Embrapa, para desenvolvimento de sementes de alho livre de vírus. “Essa é a principal tecnologia que tem contribuído para o aumento da produtividade da hortaliça no Brasil”, destaca.

Com mais produção, o Brasil poderia fazer frente ao produto chinês, que chega ao Brasil com preços muito baixos, e também ao produto da Argentina, nossos principais fornecedores. “A China produz 77% de todo o alho mundial, eles dão as cartas no mercado internacional”, atesta Jurandi. Ele lembra que, apesar da política antidumping nacional, que taxa o quilo do alho chinês em US$ 0,78, o produto ainda chega no Brasil a um preço baixo. Em contrapartida, o alho chinês é de qualidade muito inferior ao produto nacional e o consumidor brasileiro vem dando cada vez mais importância a essa questão, na avaliação do analista.

De acordo com Jurandi, Santa Catarina é o berço nacional da cultura do alho, que iniciou na região de Curitibanos. Por isso, o Estado segue até hoje como uma referência em produção e pesquisa nessa cadeia produtiva. Para a próxima safra o analista prevê um discreto crescimento na área plantada no Estado, de 3% a 5%. “Mesmo com os problemas climáticos que o Estado seguidamente enfrenta e os desafios técnico-produtivos, a cultura ainda encontra um ambiente positivo em Santa Catarina, do ponto de resultado econômico da produção”, avalia ele.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Epagri

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário