Safra de uvas 2021 é concluída na Vinícola Aurora e volume chega a 90 milhões de quilos
A safra de uvas na Vinícola Aurora foi concluída na última sexta-feira (19), surpreendendo pela qualidade e quantidade. Colhida pelas 1,1 mil famílias associadas à empresa, a vindima 2021 da maior cooperativa do setor do Brasil soma 90 milhões de quilos da fruta destinada à elaboração de produtos vinícolas. As primeiras variedades foram recebidas no dia 29 de dezembro. O volume representa 12% da projeção total estimada para o Rio Grande do Sul, o principal polo vitivinícola do país, que neste ano deverá chegar a cerca de 750 milhões de quilos da matéria-prima para processamento, segundo a Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho).
Ao todo, a produção da Vinícola Aurora foi realizada em 2,8 mil hectares de vinhedos, localizados em 11 municípios da Serra Gaúcha – todos em um raio de 50 quilômetros das três unidades industriais da empresa, em Bento Gonçalves. Das 60 variedades produzidas pelos cooperados da Aurora, as primeiras uvas recebidas foram a Chardonnay e a Pinot Noir e as mais tardias foram as Moscatos, as Cabernets Sauvignon e Franc e a BRS Carmen. Durante todo o processo vegetativo, os vinhedos são acompanhados pelas equipes técnicas agrícola e enológica da Aurora.
“Estamos muito satisfeitos com a safra deste ano e com o empenho e a dedicação das famílias associadas. Teremos produtos muito bons, mesmo diante do grande volume. A qualidade, especialmente das uvas precoces, como Chardonnay, Pinot Noir e Riesling, está excelente. Neste ano, pela própria natureza, as uvas para espumantes vieram muito especiais, sem que tivéssemos de antecipar a colheita para o equilíbrio ideal das variedades. Também tivemos um bom comportamento na Merlot, nas Cabernets Sauvignon e Franc e nas Malvasias. Nenhuma variedade de uva ficou devendo no quesito qualidade”, avalia o presidente do Conselho de Administração da Vinícola Aurora, Renê Tonello, que é viticultor da cooperativa.
O coordenador Agrícola da Vinícola Aurora, Maurício Bonafé, explica que, apesar da quantidade surpreendente, o volume de produção não é sinônimo de baixa qualidade, como alguns consumidores imaginam. No caso da safra 2021, as condições da matéria-prima superaram positivamente as expectativas.
“A temperatura foi estável durante a brotação, o que favoreceu no desenvolvimento e, consequentemente, fez com que a videira produzisse mais. De modo geral, as plantas estavam equilibradas e conseguiram distribuir bem os seus nutrientes, o que não comprometeu a qualidade da uva”, analisa o agrônomo. “Neste ano, o volume veio a nosso favor, já que, devido às vendas históricas em 2020, ficamos praticamente sem estoque de produtos e, alguns deles, como o moscatel, tivemos que suspender as comercializações por falta da bebida. Com o volume de uvas deste ano, estamos voltando aos estoques normais da cantina”, complementa Bonafé.
Historicamente, a uva Isabel, destinada para a elaboração de suco e de vinho de mesa, representa cerca de 25% da área cultivada pelos cooperados, seguida das também variedades Americanas e Híbridas Bordô, BRS Carmen, Magna e Cora. Entre as Vitis Viniferas, as mais representativas são as Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat e, nos últimos anos, há um crescimento no cultivo das Moscatos e Malvasias, por incentivo da própria Aurora, para ampliar a elaboração de produtos provenientes dessas uvas.
“Nos últimos dois, três anos, a cooperativa vem incentivando as famílias para ampliarem as áreas de produção de Moscato Giallo, Moscato Branco e Malvasia Aromática para que possamos atender à necessidade existente no mercado”, revela Bonafé.
Safras diferentes, mas virtudes para grandes produtos
Com as uvas recebidas, os tanques já estão em pleno funcionamento nas unidades da Vinícola Aurora. A previsão é que os primeiros produtos elaborados da safra 2021 cheguem aos consumidores ainda em março.
De acordo com o enólogo-chefe da empresa, Flavio Zilio, os sucos de uva já estão sendo produzidos e deverão ser encontrados nas prateleiras nos próximos dias. Na sequência, em abril, serão engarrafados os vinhos brancos de mesa e os espumantes moscatéis, e em maio será a vez dos vinhos brancos jovens, como Riesling, e os tintos de mesa. Entre agosto e setembro, as primeiras garrafas de vinhos tintos viníferas, como Pinot Noir, chegam às lojas.
“Nos vinhos tintos, o consumidor pode esperar bastante sutileza e elegância, além de aroma intenso. Entretanto, não serão vinhos tão encorpados quanto os de 2020, que possibilitavam um maior potencial de guarda. Mas isso não é um demérito. Serão vinhos diferentes da safra anterior, mas ambos com suas virtudes. Já os brancos, serão vinhos bem refrescantes e aromáticos, com elegância e a acidez pronunciada na medida”, analisa o enólogo-chefe.
O produto mais vendido da Vinícola Aurora, o suco de uva integral, também deve surpreender: “No suco, o público encontrará um produto com uma cor muito boa, tanto em tonalidade quanto intensidade”, assegura Zilio.
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