Estado e trabalhadores discutem fortalecimento da cadeia produtiva do açaí no Pará
A implementação de um cadastro e a rastreabilidade de todos os produtores de açaí, visando ao desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao segmento, foi um dos pontos discutidos durante a reunião realizada nesta segunda-feira (24), na sede da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).
O encontro foi solicitado pela Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará (Fetagri), junto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Federação Estadual das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fecafes). Além do titular da Sedap, Hugo Suenaga, participaram os representantes da Diretoria de Agricultura Familiar (Dafa) e da Gerência de Fruticultura, além de representantes da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará).
A preocupação das entidades, disseram os representantes, é com o preço praticado pelas empresas e atravessadores no início de safra, sobretudo na região do Baixo Tocantins, onde estão localizados mais de 10 municípios, entre os quais Igarapé-Miri, maior produtor de açaí do Pará.
Prioridade - O secretário Hugo Suenaga afirmou que a cadeia produtiva do açaí, atualmente, é prioritária no Pará. Segundo ele, o governador Helder Barbalho já orientou a Sedap e demais órgãos envolvidos no setor que sejam feitos todos os esforços para, cada vez mais, investir no setor, tanto nas agroindústrias quanto no extrativismo do açaí. “Tivemos uma conversa com a Secretaria da Fazenda (Sefa) e também com o governador para fazermos um fundo, para que a gente possa trabalhar o desenvolvimento da cadeia como um todo”, anunciou o secretário. O fundo, adiantou, seria semelhante ao que já existe para o cacau (Funcacau).
Hugo Suenaga ressaltou, também, a parceria mantida com a Adepará na construção de políticas públicas e no apoio ao trabalho para fortalecimento da cadeia do açaí.
Guia de Trânsito - O diretor de Defesa e Inspeção Animal da Adepará, Jamir Macedo, informou aos participantes que o órgão já trabalha para estender a Guia de Trânsito Vegetal (GTV), para o açaí. “Essa guia foi implementada para que tenhamos a rastreabilidade dos produtos agrícolas de origem vegetal, entre eles o açaí. Através disso, vamos conseguir ter uma base de dados, que é um cadastro de todos os produtores”, explicou.
O gestor informou que a Adepará já iniciou o trabalho, e agora vai estudar a possibilidade de ampliação, tanto do ponto de vista de cobrança quanto de repasse das informações, em parceria com agroindústrias e transportadores, para ter acesso e conhecimento mais amplos desse universo da produção.
Grupo de Trabalho - A presidente da Fetagri, Ângela de Jesus, considerou a reunião positiva, já que o debate envolveu todo o processo do açaí, desde a plantação até a comercialização, incluindo preço mínimo, mais medidas sanitárias e melhor entendimento da GTV. Ela informou que será criado um grupo de trabalho para avaliar todas as informações, como o quanto é produzido e colhido de açaí.
“A nossa pauta com o secretário e as demais instituições foi no sentido de dialogar como a gente melhora isso, e uma ação de Estado para garantir um preço mínimo e a sustentabilidade dos agricultores, bem como fugir dos atravessadores. Aí tem a questão da origem do produto. É um debate que envolve toda a cadeia produtiva do açaí”, disse a presidente da Fetagri.
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