Produtor investe em mudas de cacau para fabricação de chocolate em MT
O proprietário da Fazenda A.L. Company, André Francisco de Sousa (40), do município de Colniza (1.065 km a Nordeste de Cuiabá), com experiência no cultivo do café, desde o plantio das mudas até a industrialização, está diversificando a lavoura com a introdução da cultura do cacau.
Foi instalado um viveiro que já produziu 20 mil mudas da cultura com variedades selecionadas para o cultivo de amêndoas de qualidade, que serão destinadas a fabricação do chocolate. A partir de janeiro de 2021, começará o plantio do cacau numa área de quatro hectares. O produtor investe no uso de tecnologia utilizando materiais enxertados e clones superiores.
De acordo com o produtor André, em julho de 2021 vai começar a fabricar o chocolate na propriedade, adquirindo as amêndoas dos produtores da região. Na fabricação do chocolate vai usar os equipamentos que utiliza para secagem, torrefação e moagem do café.
“Farei algumas adaptações nos equipamentos já que o processo é muito semelhante com a produção de chocolate”, explica.
As mudas de cacau produzidas no viveiro da Fazenda A.L. Company também serão comercializadas para produtores interessados por R$ 5,00 a unidade. “A minha intenção é produzir chocolate e, com certeza, terei que adquirir matéria-prima dos produtores vizinhos para dar conta da demanda programada. Com as mudas de variedades selecionadas poderemos ter produtos de qualidade e ideal para produção da indústria”, comenta André.
Com experiência na área de viveiros, já produziu 120 mil mudas de café para o cultivo numa área de cinco hectares. Conforme André, com as mudas selecionadas conseguiu excelentes resultados na sua primeira colheita, atingindo uma produtividade de 4.800 quilos de café por hectare. Toda produção de café é industrializada e embalada na fazenda. Ele quer fazer o mesmo com o cacau para vender o chocolate.
A intenção do produtor é transformar a sua propriedade rural numa empresa que possa gerar lucro, renda e muita satisfação aos consumidores. Ele quer ampliar a produção de café nos próximos anos e investir também no cacau, principal matéria-prima para a fabricação do chocolate. “Quero continuar entregando o café e em breve o chocolate pronto para o consumidor. Terei o prazer e a satisfação de dizer que são produtos diretos da roça para a mesa do cliente”, comenta André.
O engenheiro agrônomo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Ronaldo Benevides de Oliveira Filho, explica que lavouras formadas por mudas enxertadas são mais uniformes, produtivas, precoces e de fácil realização dos tratos culturais. A enxertia de clones superiores em produtividade e tolerância a doenças tem feito o diferencial para o crescimento da cultura do cacau na região.
Hoje o município possui uma área de 57 hectares em produção com uma produtividade de 900 quilos por hectare. “A estratégia utilizada pela Empaer e a Secretaria de Agricultura do município, para adesão de novos agricultores, tem sido o incentivo ao uso de tecnologias como a enxertia e clonagem de cacaueiros mais produtivos, acompanhamento técnico, orientações de adubação e podas, dentre outros”, enfatiza.
Após o plantio, a primeira colheita do cacau acontece no terceiro ano (2023), e a previsão é de colher até 1.000 kg/hectare. Conforme Ronaldo, no quinto ano de cultivo, ou seja, em 2025, a previsão é colher de 1.500 kg de cacau/hectare, com uma produção que pode chegar a 126 toneladas de amêndoa. A previsão é chegar ainda este ano de 2020, mesmo com a pandemia do novo Coronavírus, a uma área estimada de 84 hectares com o plantio do cacau. A comercialização do produto é realizada no município e no Estado de Rondônia.
Revitalização da lavoura
Os clones para enxertia são fornecidos pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que está elaborando um plano de revitalização e expansão da lavoura cacaueira em Mato Grosso. Segundo Filho, a estratégia adotada para que os cacauicultores interessados tivessem acesso aos novos materiais genéticos desenvolvidos pela Ceplac e seus parceiros, foi implantar campos de multiplicação ou “jardins clonais” das respectivas matrizes com genótipos melhorados visando a produção de mudas para formação de lavouras comerciais.
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