Preços do tomate, da batata e da alface sobem no atacado em dezembro, diz Conab
Os preços do tomate, da batata e da alface registraram alta em dezembro passado no mercado atacadista do País. A cebola mostrou movimento de redução nas cotações no mesmo mês, enquanto a cenoura não apresentou tendência uniforme.
A constatação é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta quinta-feira, 23, o primeiro Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) de 2020. Conforme a Conab, a cebola voltou a ser destaque com a queda de preços nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País.
O produto registrou baixas no último mês de até 26,51% em Curitiba/PR e de 23,20% em Vitória/ES. A queda de preço foi influenciada pelo aumento na oferta, em virtude da produção nordestina do Vale do São Francisco e a dos Estados do Sul do País, principalmente de Santa Catarina. "O aumento de produção elevou a comercialização nos mercados em cerca de 10%, o que contribuiu para a queda nos preços. Este movimento segue em janeiro", dizem os técnicos da estatal.
A pesquisa considera, além da cebola, outros quatro produtos (cenoura, tomate, batata e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA). O tomate é o destaque de alta de preço, já que os aumentos foram significativos, atingindo na CeasaMinas - Belo Horizonte e na Ceasa/RJ - Rio de Janeiro porcentuais acima de 30%, na primeira 34,69% e na segunda 39,13%.
Os incrementos de preços, muito provavelmente, se deram em virtude da retração da oferta durante alguns períodos no mês. "Mesmo com essas altas expressivas em dezembro, os preços continuam em níveis baixos", diz a Conab. Para a batata, o aumento nas cotações ficou entre 1,03% na Ceagesp - São Paulo e 22,90% na Ceasa/ES - Vitória. "A alta de preços, em dezembro, pode ser atribuída à transição de safra, ou seja, com a saída da safra de inverno e, ao mesmo tempo, a entrada da safra das águas", comenta a Conab.
O preço da alface também subiu em dezembro, na maioria dos mercados. O maior porcentual foi na Ceasa/ES - Vitória (56,71%), seguido da Ceasa/RJ - Rio de Janeiro (29,17%) e na Ceagesp - São Paulo (27,75%). A Conab explica que "a alta de preço da folhosa pode ser considerada normal, diante das dificuldades de produção, com a ocorrência de chuvas constantes e forte e com o calor, que além de prejudicar a produção, aumenta sobremaneira o consumo". A cenoura não apresentou comportamento de preços uniforme nos mercados, ou seja, houve queda de preços em algumas Ceasas e alta em outras.
Frutas
No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia). O destaque é a queda no preço do mamão. O motivo foi a elevação da oferta na maioria dos entrepostos atacadistas, com a redução da demanda no fim do ano passado, diz a Conab.
Em contrapartida, houve aumento no preço da banana em todas as Ceasas, em virtude da redução na oferta, principalmente em relação à banana nanica. A comercialização da laranja registrou preços com leve elevação em algumas Ceasas, conjugado a um leve aumento de oferta na maioria dos mercados atacadistas, que começou a refluir na segunda quinzena do mês.
A maçã registrou suaves aumentos de preços (à exceção da CeasaMinas) e pequena diminuição da comercialização na maior parte dos entrepostos atacadistas. Já a melancia apresentou queda de preços aliada ao aumento da disponibilidade da fruta para o consumidor final em relação a novembro, principalmente para as melancias do sul baiano e do interior paulista, que nessa época do ano são as principais regiões fornecedoras da fruta.
O estudo mostra também que a exportação de frutas aumentou em 14,74% em comparação com 2018, com destaque para as exportações de melões, mangas, limões, limas, uvas, bananas e melancias e queda para maçã e laranja. O Brasil fechou 2019 alcançando, pela primeira vez, US$ 1 bilhão em exportações de frutas.
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