Hortifruti: Impactos do acordo Mercosul-UE à batata
Vivenciando um aumento da demanda interna por batata processada, acompanhada de uma expansão da capacidade produtiva das indústrias instaladas em território nacional, agentes brasileiros de processadoras estão temerosos quanto aos impactos do acordo Mercosul-União Europeia. Isso porque a aliança deve eliminar as atuais taxas de importação de 10% pagas pelo bloco europeu às batatas processadas encaminhadas ao Mercosul, que existem, justamente, para proteger a indústria brasileira.
Nos custos nacionais, pesa a elevada carga tributária, que não recai sobre as importações. Segundo agentes consultados pela Hortifruti Brasil, esse acordo tem mais desvantagens que vantagens para o setor processador de batatas, já que pode resultar em considerável aumento nas importações de batata pré-frita europeia, que é altamente competitiva.
Em 2018, por exemplo, o volume de batata processada importada pelo Brasil chegou a 333,8 mil toneladas, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), dos quais 53,6% eram de origem europeia e 44,3%, argentina. Esse volume importado atualmente corresponde a mais de 60% das necessidades de consumo nacional. Ressalta-se que a disputa não se limitará entre Brasil e Europa; a Argentina – segundo maior fornecedor de batatas do Brasil em 2018 e já sem taxas – também sentirá a ameaça do velho continente, concorrendo pelo mercado brasileiro.
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