Manga e mamão: Impactos do acordo Mercosul-UE às frutas
Mamão e manga já têm zeradas as tarifas de entrada na União Europeia, justamente devido à forte dependência que o bloco tem na importação dessas frutas do Brasil. Portanto, o acordo não traz impactos tarifários, pelo menos no curto prazo.
MAMÕES: O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de mamão, ficando atrás apenas do México. Quando se trata da União Europeia, o País é o maior fornecedor da fruta, tendo pouca concorrência. No ano passado, 91% do volume da fruta importado pelo bloco veio do Brasil, segundo o Trade Hepdesk. Também em 2018, a UE foi o destino de 95% de todo a quantidade de fruta brasileira embarcada, de acordo com a Secex.
Assim, mesmo com o acordo, os envios de mamão devem se manter estáveis e as frutas europeias não devem competir diretamente com a fruta brasileira, devido aos elevados preços. No longo prazo, o maior fluxo do frete poderá minimizar as dificuldades logísticas – vale lembrar que, atualmente, o mamão brasileiro é exportado majoritariamente por frete aéreo, o que acaba sendo muito custoso aos exportadores e até limita maiores volumes.
MANGAS: O Brasil é o principal fornecedor da União Europeia, com participação de 35% do volume adquirido pelo bloco em 2018, mas é seguido de perto pelo Peru, com 31%, segundo o Trade Helpdesk. Nos últimos anos, a participação brasileira tem caído, o que torna cada vez mais importante manter-se competitivo neste mercado.
Como o Brasil e o Peru são isentos de tarifas, ambos caminham em igualdade de condições no que diz respeito ao acesso aos europeus. Agentes entrevistados pela Hortifruti Brasil relatam que o acordo também pode ser importante para a manga, visto que protege contra uma futura taxação, visto que a produção em alguns países europeus, como a Espanha, tem crescido – de 2014 para 2018, o volume exportado pelos espanhóis ao bloco europeu aumentou 51%, segundo o Trade Helpdesk.
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