Fapesp aprova projeto do Fundecitrus que vai avaliar medidas para prevenção das infecções do greening vindas de fora dos pomares
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) aprovou um projeto do Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus que vai avaliar a viabilidade técnica e econômica de medidas de manejo para a diminuição das infecções primárias do greening, que são oriundas de psilídeos (inseto transmissor da doença) que se contaminam em fontes externas aos pomares comerciais. O objetivo é aprimorar o pacote de técnicas integradas para que possa ser recomendado aos citricultores. O projeto terá duração de cinco anos e será desenvolvido em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) e a Embrapa Mandioca e Fruticultura.
De acordo com o pesquisador do Fundecitrus Renato Bassanezi, responsável pelo projeto, espera-se aprimorar a curto e médio prazo o manejo do greening para prevenção das infecções primárias enquanto métodos curativos ou plantas resistentes à bactéria ou repelentes ao psilídeo não estejam disponíveis. “Esse aprimoramento é essencial para a continuidade da citricultura paulista e nacional no nível de competitividade e eficiência em que se encontra”, diz. “As inovações avaliadas e validadas poderão ser imediatamente aplicadas no campo, inclusive por pequenos citricultores, reduzindo o impacto social da doença com a permanência destes na atividade”, completa.
As infecções primárias não são completamente evitadas com a adoção das medidas atuais de controle do greening. Elas são causadas por psilídeos que adquirem a bactéria do greening em locais com plantas de citros que não recebem o controle do inseto nem da doença, em áreas rurais ou urbanas, como chácaras, quintais e pomares abandonados – o psilídeo utiliza essas plantas para se alimentar e se reproduzir e depois leva e transmite a bactéria para os pomares comerciais vizinhos.
As medidas de controle testadas no projeto do Fundecitrus serão para aplicação fora e dentro dos pomares. Nos arredores das fazendas, serão avaliadas medidas que podem ser aplicadas diretamente no controle das fontes de contaminação, como a elaboração de um protocolo efetivo de liberação de Tamarixia radiata, vespinha que é inimigo natural do psilídeo, e a previsão de risco de infecções baseada na dinâmica de brotação das plantas de fora do pomar
e no clima. No interior das fazendas, o foco são as ações aplicadas na faixa de borda (primeiros 200 m dos talhões localizados na divisa das propriedades), locais onde o psilídeo preferencialmente se concentra ao chegar no pomar: serão avaliadas técnicas para impedir a dispersão dos insetos e seu acesso e alimentação nas plantas de citros, dentre elas plantio-isca de murta e curry (ambas atrativas ao psilídeo); direção e densidade de plantio dos talhões de
borda; momento, frequência e largura de faixa mais adequados para o controle do inseto vetor; uniformidade de brotações modelada por poda ou combinação copa/porta-enxerto; uso do caulim processado e de compostos voláteis repelentes ao psilídeo.
Ao longo dos trabalhos, espera-se ainda aumentar o conhecimento sobre o greening e o psilídeo e auxiliar na formação de recursos humanos para a pesquisa no estado de São Paulo por meio da participação no projeto de alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
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