Produção de cacau deve dobrar e voltar ao patamar do final da década de 1980
Representantes da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) reuniram-se nesta terça-feira (21) com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, para apresentar um plano de crescimento da cultura do cacau no país. De acordo com o documento apresentado ao ministro, em dez anos, a produção de cacau do Brasil, que hoje gira em torno de 180 mil toneladas ano, deve atingir os mesmos patamares do que era produzido no final da década de 1980 pelo estado da Bahia, ou seja, cerca de 400 mil toneladas, quando o país era o maior produtor mundial do produto.
Os representantes da entidade pediram apoio para a ampliação da assistência técnica e investimentos para pequenos e médios produtores da região amazônica e de parte do Mato Grosso voltados para o aumento da produção. “Por ser uma planta nativa do bioma amazônico, não há problemas de desmatamento. Além do mais, existe uma experiência de sucesso na Bahia, de integração do cacau com a floresta”, comentou Juvenal Cunha, diretor da Ceplac.
O estado da Bahia já foi o maior produtor de cacau do país. No início dos anos 1990, a vassoura de bruxa praticamente dizimou a produção brasileira, grande parte concentrada na Bahia. Atualmente outras regiões estão cultivando o fruto e o maior potencial encontra-se na região Norte.
No entanto, a produção ainda está muito abaixo do seu potencial. Segundo dados da AIPC, 73% do cacau produzido no mundo se encontra na África, desse total 43% só na Costa do Marfim. O Brasil produz atualmente apenas 4% do cacau consumido no mundo, figurando na 7ª posição.
A AIPC estima que, com assistência técnica correta e financiamento garantido, haverá crescimento muito grande do setor, garantindo renda média de U$ 1.200 por hectare. O consumo anual do chocolate no mundo tem aumentado 1,7%.
O ministério sediou nesta terça-feira o 1º Fórum Mundial do Cacau, onde foram discutidas ações para promover a sustentabilidade, promoção e produtividade do Cacau. O evento teve a participação de palestrantes e colaboradores, como Pedro Ronca, engenheiro agrônomo membro do Cocoa Action Brasil, Terezinha Rios, daUSP e Caio Márcio Vasconcelos, auditor fiscal da Ceplac (Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira). A produção foi abordada nos painéis Viabilidade econômica na produção de cacau, conservação ambiental, Questões sociais e modelos de cooperativismo. O fórum foi organizado pelo World Cocoa Foundation (Fundação Mundial do Cacau), organização nacional sem fins lucrativos, que promove a sustentabilidade do cacau.
Nos dias 23 e 24 de outubro, o Brasil vai sediar a reunião anual da World Cocoa Foundation – WCF (Fundação Mundial do Cacau), que definirá ações voltadas às parcerias público-privadas do setor cacaueiro internacional, visando a sustentabilidade da cacauicultura em todo o mundo. O ministro já confirmou presença na abertura do evento. O encontro, “Partnership Meeting” (Reunião de Parceiros), será realizado em São Paulo, com a participação de representantes dos países produtores e consumidores de cacau.
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