Na Folha: Maior fornecedora mundial, China enfrenta bolha dos preços do alho
No século 17, a Holanda passou pela mania das tulipas. Agora, os chineses enfrentam uma bolha em um bulbo de odor mais pungente: o alho.
Os preços quase dobraram nos últimos 12 meses, atingindo um recorde, em razão do clima desfavorável e de uma disparada no interesse dos compradores especulativos, que aceleraram o mercado. Como a China responde por mais de 80% das exportações mundiais de alho, os importadores vêm enfrentando dificuldades.
"Acabo de voltar da China e não há como comprar alho agora", disse Joey Dean, da Denimpex, trading de frutas e legumes de Amsterdã. "Grandes especuladores, com muito dinheiro, compraram volume considerável."
Não existe mercado futuro de alho na China, mas o preço do produto físico em yuan começou a subir em 2015, depois que um período de pesadas chuvas, seguidas por neve, danificou a safra chinesa plantada para colheita em 2016. O salto no preço para um nível recorde atraiu compras especulativas, alimentando a disparada do preço, de acordo com analistas.
O alho é cultivado predominantemente na província de Shandong. A expectativa de safras pobres levou à formação de reservas pelos produtores locais, no passado, mas dinheiro vindo de Pequim e de outras grandes cidades está ingressando no mercado, segundo Cui Xiaona, analista do Sublime China Information Group, um serviço de informações sobre commodities.
"Neste ano, muita gente sabia que a safra de alho seria pobre e por isso imaginaram que seria possível ganhar dinheiro com o diferencial de preços. Assim, muitos correram para formar estoques."
Os esforços das autoridades chinesas para estabilizar o mercado de ações impondo limites às transações com ações, em 2015, resultou em que dinheiro afluísse para ampla gama de commodities.
Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.
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