Trigo: Micheletto cobra apoio do governo
O coordenador político da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), voltou hoje (25) a bater às portas do Ministério da Agricultura para cobrar mais uma vez do governo federal apoio aos produtores de trigo do Paraná. É que hoje vencem os financiamentos contratados para a comercialização do produto - os Empréstimos do Governo Federal (EGF) - e os produtores não têm condições de quitar esses débitos. “Estão sem condições de pagar os bancos porque não conseguem vender o trigo, nem mesmo pelo preço mínimo que o governo prometeu garantir”.
Num esforço para resolver essa dramática situação dos triticultores paranaenses, Micheletto se reuniu com o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Gerardo Fontelles, e com o secretário de Política Agrícola, Edilson Guimarães, além de técnicos que acompanham o mercado do produto. No encontro, o deputado apresentou várias propostas que suavizariam o drama vivido agora pelos produtores paranaenses e cobrou o cumprimento das medidas do Plano Nacional de Trigo anunciadas pelo Ministério da Agricultura para incentivar e apoiar a produção e a comercialização do produto.
Entre as medidas de apoio ao trigo anunciadas na época pelo Ministério da Agricultura, destacavam-se o reajuste de 20% no preço mínimo do trigo para a safra 2008/2009; a ampliação do limite de financiamento para custeio das lavouras de trigo de sequeiro, para R$ 400 mil por produtor, um reajuste de 33%; e a possibilidade de contratação de Empréstimo do Governo Federal (EGF) durante todo o ano, e não apenas no período de safra. A intenção era aumentar em 25% a produção e garantir cerca de 50% da demanda brasileira, além da criação de uma Linha Especial de Crédito (LEC) para comercialização com taxas de juros de 6,75% ao ano e a garantia de R$ 1,2 bilhão do crédito rural.
No lançamento das medidas, dia 17 de abril do ano passado, o Ministério da Agricultura distribuiu com pompa e circunstância uma nota aos meios de comunicação destacando: Com essas ações, o Governo reafirma seu comprometimento em empenhar-se no apoio à produção e à comercialização do trigo, diminuindo a dependência externa do País em relação ao cereal. O reajuste dos preços mínimos, a níveis que garantam preço ao produtor e que sustentem a formação da renda da atividade, foi um sinal claro nesse sentido.
Recorda-se que muitas dessas medidas não estão sendo cumpridas pelo governo federal. “Veja que na época este plano foi divulgado conclamando o agricultor a produzir mais e tirar o Brasil desta eterna dependência do mercado externo, principalmente da Argentina”, lembrou Micheletto. A seu ver, é realmente revoltante esse cenário que os triticultores paranaenses enfrentam agora: têm o produto para vender, não encontram compradores, as dívidas vencendo, os credores cobrando e o governo federal deixando-os à própria sorte sob o argumento de que não dispõe de recursos para ampará-los.
Segundo o coordenador político da FPA, o que o setor quer no momento é a garantia do preço mínimo de R$ 29,22 para o trigo pão e R$ 24,66 para o brando (60kg) e recursos para as aquisições do governo (AGF); manutenção dos leilões de Prêmio para Escoamento de Produção (PEP); liberação imediata do Proagro e do seguro rural; negociações com a Argentina e demais países do Mercosul, estabelecendo limite de até 50% do consumo interno e estabelecer tarifas dos países que não fazem parte deste mercado comum, limitando também em até 200 mil t de mescla e de farinha de trigo, além de estabelecer salvaguardas necessárias à competitividade da triticultura brasileira.
- As indústrias? São as inimigas da lavoura brasileira de trigo. Com as facilidades que tem, sempre deram preferência para o produto importado, tanto que montou suas estruturas próximas aos portos brasileiros, e sempre deram as costas para o nosso triticultor, não têm o mínimo interesse na nossa autossuficiência, muito pelo contrário. Se algum dia a gente sonhou com a autossuficiência este sonho agora se tornou mais distante, se tornou um verdadeiro pesadelo. É de se imaginar que têm muitos interesses por trás de tudo isso. E interesses escusos.
Depois de sair decepcionado do Ministério da Agricultura, Micheletto disse que vai bater às portas do Ministério da Fazenda e do Planejamento e outros órgãos do governo a fim de conseguir recursos para apoiar os produtores de trigo do Paraná. “É muita angústia, muito desespero. Do jeito que está não dá para continuar”.
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