Argentina: Notícias Agrícolas e Grupo Labhoro iniciam crop tour 2024 neste domingo (18)
O Grupo Labhoro e o Notícias Agrícolas desembarcam neste sábado (17) na Argentina para a edição de 2024 do crop tour em um cenário bastante diferente do que se registrou no ano passado e as primeiras informações da visita técnica começam a ser reportadas já neste domingo, 18 de fevereiro. Depois de três anos de secas intensas - sendo a última uma das piores da história do país - as perspectivas são de uma colheita ao menos regular entre suas principais culturas, soja e milho.
Lavouras de soja que sofreram com a seca na Argentina
Fotos: Federação Agrária da Argentina
O arranque da nova temporada foi bastante positivo, com bom andamento do plantio e desenvolvimento inicial das plantas. Na sequência, porém, uma onda de calor atingiu o país e castigou a principal região produtora de grãos, a chamada Zona Núcleo.
Nos últimos dias, os campos receberam algumas chuvas em volumes consideráveis e com boa distribuição, com os produtores ainda avaliando os impactos sobre suas lavouras. Agora, o time do crop tour vai percorrer estes campos, nas principais áreas produtoras, para também fazer sua avaliação, em especial depois das últimas chuvas.
Especialistas locais afirmam que estas precipitações, de fato, estancaram a deterioração dos campos, porém que os danos causados pelo tempo quente e seco sobre o potencial produtivo já estavam feitos e muito são irreversíveis. "Os reportes das bolsas confirmam que as condições hídricas melhoraram notoriamente, mas a seca das últimas três semanas e a onda de calor causaram prejuízos que não se reverteram com as últimas chuvas", informa o portal argentino Infocampo.
Na última quinta-feira (15), o Notícias Agrícolas trouxe uma reportagem detalhando as condições das lavouras de soja e milho depois das chuvas. O índice de lavouras de soja classificadas como boas ou excelentes foi mantido em 31% de uma semana para outra e, no milho, o percentual passou de 31% para 27%, além do índice de campos em condições ruins ou péssimas saiu de 15% para 17%.
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"A grande onda de calor teve um efeito danoso maior do que o esperado por vários fatores: foi muito longa, muito intensa, sem camadas ou reservas de água nos níveis profundos do solo e afetou a soja com avançado desenvolvimento vegetativo, em estágios sensíveis e em período crítico", afirma o Guia Estratégico para a Agricultura, da Bolsa de Comércio de Rosário. "Vai se confirmando um horizonte de perdas de 20% a 30% do potencial de cultivo na Zona Núcleo".
Sobre o milho, as lavouras plantadas mais tarde registraram um impacto melhor das últimas precipitações.
"Embora alguns campos não tenham se recuperado completamente, as projeções para aqueles que se beneficiaram das chuvas são otimistas, com expectativas de rendimento que variam dependendo da localização e das condições específicas de cada cultura", conclui o GEA.
Lavouras de milho em regiões produtoras da Argentina
A Bolsa de Comércio de Rosário estima a produção de milho da Argentina em 59 milhões de toneladas e a Bolsa de Cereais de Buenos Aires projeta que sejam colhidas 52,5 milhões de toneladas de soja.
POLÍTICA E COMÉRCIO
A safra 2023/24 também se desenvolve em cenários político e de comércio de grãos diferente dos últimos anos. O presidente Javier Milei tem proposto mudanças profundas e importantes para a recuperação da Argentina e há inúmeras pautas sendo discutidas entre representantes do governo e do agronegócio, incluindo o futuro das retenciones.
As questões cambiais também estão em foco, já que ao assumir, Milei se deparou com dezenas de tipos diferentes de dólar, além de uma desvalorização histórica do peso, o que manteve os produtores muito afastados de novos negócios por bastante tempo.
INFORMAÇÕES IN LOCO DE 18 a 24 DE FEVEREIRO
A partir deste domingo, acompanhe as avaliações de Ginaldo Sousa, Daniel Olivi e um time de especialistas que que percorrerão os campos para conferir, in loco, os efeitos do clima e o atual potencial da safra 2023/24 da Argentina.
"No dia 18 já estaremos na região de Santa Fe, saindo de Buenos Aires", afirma o diretor geral da Labhoro, Ginaldo Sousa, e o roteiro ainda inclui outras áreas importantes como Santa Maria, Córdoba, La Pampa, Rafaella, General Pico, Santa Rosa, Rosário, Vila Maria e San Pedro. "É um crop tour muito importante, com técnicos, pessoas habilitadas, medindo, avaliando, como está o solo, a umidade, quantas vagens por pé. Vamos percorrer a grande área de soja e milho e seremos o espelho para vocês, explicando o que está acontecendo com a safra argentina, transmitindo a realidade".
1 comentário
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ANGELO MIQUELÃO APUCARANA - PR
É fato, as chuvas que caíram tanto lá como aqui, apenas cessaram as perdas, o ciclo já passou e não haverá inclemento de produção. As vezes ouço certas opiniões que me deixam perplexo, principalmente quando se originam de pessoas as quais supostamente são detentoras de conhecimento técnico, estes por vezes ignoram os ciclos das lavouras, parecem desconhecer o básico. Falando especificamente de soja, eu sempre digo que uma pequena estiagem no início da cultura traz benefícios, quando falo em início estou falando dez a quinze dias pós germinação, nesta fase as chuvas em excesso prejudicam pois facilitam a vida da planta, deste modo as raízes ficam na superfície e, quando dá uma estiagem a planta sofre e por consequência apresenta perdas razoáveis. Os anos que mais colhi soja, foram quando ocorreram estes fatores, chuva para germinação e depois uma estiagem curta. Já quando tivemos excesso de chuvas ao longo do ciclo, foram colheitas medianas, faltou luz. Acredito que há muitos fatores, principalmente o fator solo, se arenoso, mistos ou argilosos como os nossos aqui. Vamos aguardar...