Cuidados na semeadura do girassol

Publicado em 22/08/2008 19:30 e atualizado em 09/03/2020 21:22

O mês de agosto é a época recomendada para a semeadura do girassol no Rio Grande do Sul. A chuva dos últimos dias atrasou um pouco o processo que deverá ficar acelerado na próxima semana. Cuidados na implantação da lavoura podem ser definitivos para o retorno no rendimento. <?XML:NAMESPACE PREFIX = O />

O girassol foi introduzido no Brasil no começo do século XX, com os primeiros cultivos realizados por imigrantes portugueses no Rio Grande do Sul. Os grãos eram torrados para fazer café, com pequenas lavouras implantadas próximas às moradias. Atualmente, a área plantada se mantém estável no país em 100 mil hectares (ha), concentrados no na região centro-oeste (MT, GO).

No Rio Grande do Sul, a área ficou em 20 mil ha em 2007. Fatores como luminosidade e temperaturas elevadas colocam a região das Missões como microclima ideal para o desenvolvimento do girassol. A baixa umidade, com precipitações entre 200 a 800mm de chuva durante todo o ciclo (4 meses), também favorece as áreas indicadas para cultivo.

No Estado, o girassol surge como alternativa na rotação de culturas. Estudos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) mostram que o girassol pode acrescentar até 15% no rendimento das culturas subsequentes de verão, como a soja e o milho. A rotação que tem apresentado melhores resultados é girassol-milho-trigo-soja-girassol. Em algumas regiões, como no Planalto Gaúcho, a maturação do girassol pode atrasar um pouco a semeadura da soja, mas ainda assim o girassol pode ser o melhor investimento, já que os preços de mercado são semelhantes à soja, com custos de produção até 20% menores e produção contratada. A produtividade do girassol está em 2 mil kg/ha, sendo a metade para cobrir os custos de produção.

De acordo com o analista da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), Osvaldo Vieira, a maior dificuldade no cultivo do girassol está justamente na implantação da cultura. Ele elenca uma série de fatores para orientar o produtor:

·Escolha da Área: apesar de tolerante à seca, em função das raízes que podem chegar à 2 metros de profundidade, o girassol é muito sensível à compactação do solo, bem como a acidez. Áreas de declive podem favorecer o acamamento da cultura. Como não existem herbicidas registrados para o controle de folhas largas no girassol, é necessária um boa dessecação antes da semeadura.

·Sementes: poucasempresas sementeiras trabalham com girassol no RS, mas o investimento em semente certificada é a única segurança no retorno da lavoura. A Embrapa Transferência de Tecnologia (escritório de Passo Fundo) dispõe da relação dos fornecedores de semente certificada. São necessários 4kg sementes/ha, hoje custando cerca de R$ 32/kg. Recomenda-se fazer o teste de germinação antes da semeadura para permitir uma população adequada na lavoura. É necessário observar a incidência de pragas logo após a semeadura pois as mesmas podem comprometer a população de plantas e consequentemente a produção. Caso seja necessário, a aplicação de inseticidas é recomendada.

·Maquinário: podem ser usadas as mesmas semeadoras da soja e do milho, desde que seja inserido o disco de semeadura específico para o girassol, com espessura mais fina, que evitam a queda de sementes extras na linha. A média adequada para a Região Sul é de 40 a 45 mil plantas/ha.

·Velocidade de Semeadura: a velocidade precisa ser mais baixa que o milho, ficando em 5km/h, para garantir que a leveza da semente não resulte numa lavoura desuniforme. Dicas como colocar um saco de areia dentro da semeadora para fazer peso e misturar grafite à semente para dar mobilidade no disco podem ajudar.

·Desenvolvimento da Cultura: cuidados com as pragas iniciais – como lagartas e patriotas (vaquinhas) – que migraram dos cereais de inverno. É a única preocupação do produtor ao longo dos meses de desenvolvimento da flor. A partir da floração, fatores climáticos como excesso de umidade, têm potencial de dano até a maturação.

·Colheita: acompanhar as previsões climáticas para definir o melhor momento da colheita é a principal recomendação dos especialistas. A umidade dos grãos pode estar em 16%. Lembra-se que chuva na época de colheita poderá acarretar em sérias perdas por debulha.

 

A liquidez do girassol ainda está concentrada na alimentação, através da produção de óleo principalmente, que valoriza os grãos como alimento nutracêutico. Entretanto, o fomento da produção de biocombustíveis abre novas oportunidades para a cultura, que deve crescer rapidamente em importância na produção nacional de grãos.

 

Fonte: Embrapa Trigo

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