CNA orienta produtores de soja e milho sobre gestão de risco de preços
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na quinta (31), um curso sobre gestão de risco de preços no agro para auxiliar produtores rurais de soja e milho da região Sul.
O encontro foi promovido em parceria com as Federações de Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), Rio Grande do Sul (Farsul) e do Paraná (Faep).
“Foi uma iniciativa do Projeto Campo Futuro para apresentamos ferramentas estratégicas contra as oscilações de preços aos produtores rurais como uma forma de auxiliá-los nas tomadas de decisão”, afirmou a coordenadora do Núcleo de Inteligência de Mercado da Confederação, Natália Fernandes, que abriu o evento.
O Campo Futuro faz o levantamento do custo de produção de diferentes atividades agropecuárias para gerar informações estratégicas do setor rural, contribuindo para as tomadas de decisão produtor no campo.
Durante o evento, a CNA apresentou dois temas aos produtores rurais. O primeiro tratou da gestão de custos de produção e como ela pode ajudar na escolha da proteção de riscos de preços.
O assessor técnico Thiago Rodrigues explicou que o grande desafio do produtor está em administrar bem suas atividades ao longo dos ciclos e saber controlar os custos.
“O controle de custo é o ponto de partida para a operacionalização da gestão de riscos na propriedade. Contudo, buscar reduzir custos continuamente nem sempre deve ser o foco exclusivo da atividade”, disse.
Rodrigues pontuou ainda que o produtor precisa entender os riscos do negócio e saber gerenciá-los, e ressaltou que é importante valorizar a atividade fazendo diagnóstico e monitoramento de custos, análise e gestão de riscos e compreensão de mercado.
“Para gerenciar os riscos os produtores precisam ir além de custos e receitas para garantir a sustentabilidade econômico-financeira da atividade. É preciso alinhar o retorno aos investimentos com os riscos associados à atividade agropecuária e montar processos e ações que possibilitem identificar os pontos prejudiciais ou favoráveis à atividade.”
Pedro Stark, especialista em commodities agrícolas da Messem Investimentos, fez um panorama sobre os mercados de soja e milho e sua influência na comercialização.
Segundo ele, em 2021, o milho sofreu com a questão climática que elevou o preço a um patamar recorde, e a soja, mesmo com maior produção, também atingiu um preço recorde.
“Para 2022, a expectativa para o mercado de grãos dependerá de muitos fatores como clima, mercado, câmbio, políticas públicas e crédito, além do cenário de guerra que tem influenciado com forte aumento dos preços. A guerra traz grandes incertezas no mercado e flutuação de preços muito forte”, afirmou.
Stark apresentou alguns tipos de operações que os produtores podem adotar, como hedge (protege um ativo contra uma possível desvalorização ou valorização de seu valor numa data futura) e Mercado Futuro (acordos de compra/venda de um ativo para uma data futura a um preço estabelecido entre as partes, em bolsa).
Ele também falou sobre o Mercado a Termo (NDF - Acordo entre duas partes em que compradores e vendedores fixam preços a uma determinada mercadoria) e o Mercado de Opções (que confere ao produtor rural o direito de comprar ou vender um ativo/produto em data futura pagando ou recebendo um prêmio por esse direito).
“Nossa ideia é adicionar conhecimento ao negócio de vocês para proporcionar um maior nível de sucesso na atividade, melhorando a operacionalização e a margem de lucro”, ressaltou Stark.
A CNA iniciou a parceria com a Messem Investimentos em agosto de 2021 para atender os produtores rurais sobre temas relacionados a gestão de riscos de preços no setor.
Maurício Konstansky, assessor de investimentos da empresa, afirmou que a empresa está no mercado há 15 anos e tem uma área especializada para atender o produtor rural. “Queremos fazer com que a união entre produtor e mercado financeiro se intensifique cada vez mais”.
Também durante a programação do curso, a Confederação realizou um quiz com os participantes para entender qual o nível de conhecimento deles sobre os temas abordados.
0 comentário
Ibrafe: Produtores continuam à espera da demanda
Arroz/Cepea: Liquidez segue baixa e cotações, em queda
Anec reduz projeções de exportações de soja e milho do Brasil em novembro
Acordo comercial entre Brasil e China pode impulsionar a produção de gergelim no Brasil
Ibrafe: Adidos agrícolas fazem a diferença no Feijão
Ibrafe: Feijão-carioca segue indicando melhora