Em janeiro, IBGE prevê safra recorde de 271,9 milhões de toneladas para 2022
Em janeiro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2022 deve totalizar o recorde de 271,9 milhões de toneladas, 7,4% acima (18,7 milhões de toneladas) da obtida em 2021 (253,2 milhões de toneladas) e declínio de 1,9% (-5,2 milhões de toneladas) em relação à informação anterior (277,1 milhões de toneladas).
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta que a área a ser colhida é de 71,2 milhões de hectares, 3,8% (2,6 milhões de hectares) maior que a área colhida em 2021 e 0,3% (217,2 mil hectares) maior do que o previsto no mês anterior.
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 93,0% da estimativa da produção e respondem por 87,8% da área a ser colhida. Frente a 2021, houve acréscimos de 5,8% na área do milho (6,9% na primeira safra e 5,4% na segunda), de 7,2% na área do algodão herbáceo e de 3,6% na da soja.
Por outro lado, houve declínios de 0,9% na área do arroz e de 1,7% na área do trigo.
Espera-se que a produção de soja totalize 131,8 milhões de toneladas, com redução de 4,7% em relação ao terceiro prognóstico, divulgado em janeiro, e de 2,3% na comparação com a produção do ano anterior. A produção do milho foi estimada em 109,9 milhões de toneladas, com crescimento de 0,9% frente ao mês anterior e 25,2% em relação a 2021. Já a estimativa de produção do arroz foi de 11,0 milhões de toneladas, queda de 4,9% frente ao produzido no ano passado.
A informação de janeiro para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2022 alcançou 271,9 milhões de toneladas e uma área colhida de 71,2 milhões de hectares. Em relação a 2021, a área a ser colhida cresceu 3,8% (2,6 milhões de hectares). Frente ao previsto no mês anterior, houve alta de 217,2 mil hectares (0,3%).
A região Nordeste foi a única a ter aumento (1,1%) em sua estimativa frente ao mês anterior. Ela deve produzir 24,4 milhões de toneladas (9,0% do total do país). O maior declínio foi no Sul (-5,7%), que deve totalizar 80,2 milhões de toneladas (29,5% do total). O Norte teve queda de 2,6% e deve chegar a 12,0 milhões de toneladas (4,4% do total), enquanto o Centro-Oeste, com declínio de 0,2%, deve produzir 128,4 milhões de toneladas, ou 47,2% da produção nacional. O Sudeste, deve produzir 26,8 milhões de toneladas (9,9% do total).
Entre as unidades da Federação, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,5%, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,1%), Paraná (13,1%), Goiás (9,9%), Mato Grosso do Sul (8,5%) e Minas Gerais (6,2%), que, somados, representaram 80,3% do total nacional. As principais variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Piauí (267,9 mil toneladas), no Pará (179,5 mil toneladas), no Distrito Federal (35,3 mil toneladas), em Rondônia (35,0 mil toneladas), no Maranhão (5,4 mil toneladas) e no Rio de Janeiro (424 toneladas).
As principais variações negativas ocorreram no Paraná ( -4,0 milhões de toneladas), em Santa Catarina (-860 mil toneladas), no Tocantins (-538,4 mil toneladas), em Mato Grosso (-336,3 mil toneladas) e no Ceará (-9,9 mil toneladas).
Destaques na estimativa de janeiro de 2022 em relação ao terceiro prognóstico
Em janeiro, destacaram-se as variações positivas nas seguintes estimativas de produção em relação ao terceiro prognóstico: feijão 2ª safra (20,0% ou 214,6 mil toneladas), milho 2ª safra (2,9% ou 2,3 milhões de toneladas), algodão herbáceo em caroço (2,6% ou 160,4 mil toneladas), tomate (2,1% ou 72,5 mil toneladas), sorgo (1,4% ou 37,5 mil toneladas).
Houve quedas na produção da castanha-de-caju (-14,7% ou -20,0 mil toneladas), feijão 1ª safra (-6,4% ou -82,5 mil toneladas), soja (-4,7% ou -6,5 milhões de toneladas), milho 1ª safra (-4,6% ou -1,3 milhão de toneladas), feijão 3ª safra (-1,4% ou -8,1 mil toneladas), café arábica (-0,5% ou -11,0 mil toneladas) e café canephora (-0,0% ou -2 toneladas).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa para a produção de algodão é de 6,3 milhões de toneladas, aumento de 2,6% em relação ao 3º prognóstico, com reavaliação na área plantada. Mato Grosso é responsável por quase 70,0% da produção nacional, tendo estimado um aumento de 3,7% na produção em relação ao mês anterior. Em relação a 2021, esse crescimento chega a 8,8%, devido ao aumento de 7,1% na área plantada.
Na Bahia, responsável por 20,7% da safra nacional, espera-se alta anual de 2,5% na produção, apesar de a área plantada ter crescido 8,3%. Mesmo com recuperação de preços e aumento da demanda internacional, espera-se uma queda 5,4% na produtividade frente ao ano anterior.
CAFÉ (em grão) - A estimativa da produção brasileira de café, para 2022, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 3,4 milhões de toneladas, ou 55,7 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 13,6% em relação ao ano anterior. O rendimento médio, de 1 808 kg/ha, por sua vez, aumentou 12,5% no comparativo anual.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,3 milhões de toneladas, ou 38,5 milhões de sacas de 60 kg, 20,2% acima do ano anterior. Em 2022, a safra do café arábica será de bienalidade positiva, o que deve resultar em um aumento expressivo da produção, embora o clima seco e excessivamente frio do inverno de 2021, inclusive com a ocorrência de geadas em algumas regiões produtores, possa ter reduzido o potencial de produção esperado.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção foi de 1,0 milhão de toneladas, ou 17,2 milhões de sacas de 60 kg, crescimentos de 1,2% em relação a 2021. O rendimento médio, de 2 521 kg/ha, apresenta declínio de 2,1%.
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) – A estimativa da produção, para 2022, foi de 115,9 mil toneladas, aumento de 4,7% em relação ao ano anterior, havendo crescimento de 4,6% no rendimento médio. Os maiores produtores brasileiros são Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A produção do Ceará, de 62,0 mil toneladas, representa 53,5% do total nacional; a do Piauí, de 25,2 mil toneladas, 21,8%, e a do Rio Grande do Norte, de 17,0 mil toneladas, 14,7%. No ano corrente, comparando-se com 2021, foram estimados declínios de 1,7% para o Ceará e crescimentos de 32,7% para o Piauí e de 2,2% para o Rio Grande do Norte. A estimativa da produção pernambucana, de 2,9 mil toneladas, deve crescer 0,9% e na do Maranhão, de 3,9 mil toneladas, aguarda-se aumento de 7,9%. A estimativa da produção da Bahia, de 2,9 mil toneladas, apresenta declínio de 18,1% em relação a 2021.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão, considerando-se as três safras, foi de 3,1 milhões de toneladas, aumento de 4,2% em relação ao terceiro prognóstico. A estimativa da área a ser colhida foi reduzida em 0,7%, mas, o rendimento médio, deve ficar 5,0% maior. Nesta avaliação, os estados com maior participação na estimativa de produção da safra foram Paraná (23,2%), Minas Gerais (17,1%), Mato Grosso (10,9%) e Goiás (10,6%).
A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, declínio de 6,4% frente à estimativa do terceiro prognóstico. A estimativa da área a ser colhida aumentou 0,7%, enquanto o rendimento médio foi estimado com queda de 7,1%. Com relação à estimativa da produção, os destaques negativos couberam ao Paraná, com redução de 31,1% e a Santa Catarina, com declínio de 16,8%. Esses estados sofreram com a falta de chuvas durante o ciclo da cultura, que é muito sensível as condições climáticas. Os destaques positivos foram para Mato Grosso, com crescimento de 23,9% e para o Distrito Federal, 60,0%. Essa 1ª safra representa 39,1% do total de feijão produzido no país.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, um aumento de 20,0% frente à estimativa do terceiro prognóstico. Houve aumento de 23,2% na estimativa do rendimento médio e redução de 2,5% na estimativa da área a ser colhida. No Paraná, a estimativa da produção apresenta um crescimento de 81,7% em relação ao mês anterior, expectativa igual para o comparativo anual, com muitos produtores que tiveram prejuízo com a safra de verão, em virtude da estiagem, devendo investir mais na cultura, visando à recuperação de parte desses prejuízos. Em Mato Grosso, a estimativa da produção apresentou um declínio mensal de 9,8%, em decorrência, principalmente da redução da área de plantio (-11,6%).
Com relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 583,3 mil toneladas, declínio de 1,4% frente à estimativa do terceiro prognóstico, em decorrência da redução de 1,4% na estimativa da área a ser colhida. Dos nove estados com informação para a 3ª safra de feijão, sete mantiveram as estimativas do último levantamento. Houve declínio de 5,1% na estimativa da produção de Mato Grosso e crescimento de 0,2% no Tocantins.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção de milho foi de 109,9 milhões de toneladas, 0,9% acima do mês anterior e de 25,2% em relação a 2021. Após uma grande queda na produção em 2021, efeito do atraso do plantio da 2ª safra e da falta de chuvas nas principais Unidades da Federação produtoras, aguarda-se um ano dentro da normalidade, o que propiciará a recuperação das lavouras, inclusive devendo atingir um novo recorde nacional.
Para o milho 1ª safra, a estimativa é de uma produção de 27,2 milhões de toneladas, declínio de 4,6% em relação ao mês anterior e aumento de 6,1% em relação à safra de 2021. Embora, as chuvas tenham chegado de forma antecipada na maior parte do país, iniciando o ano agrícola no tempo certo, a partir da segunda metade do ciclo da cultura, faltaram chuvas na Região Sul, o que derrubou consideravelmente o potencial de produção da safra.
No Paraná, a produção estimada foi de 2,7 milhões de toneladas, declínio de 25,9% no mês, tendo o rendimento médio caído 26,4%. Em Santa Catarina, a produção foi estimada em 2,4 milhões de toneladas, declínio de 18,0% em relação ao mês anterior e aumento de 20,0% em relação a 2021. No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de milho 1ª safra, a produção foi estimada em 5,2 milhões de toneladas, a mesma estimativa no mês anterior. Contudo, a expectativa é de declínios para os próximos meses, à medida que os levantamentos de campo começarem a mostrar as perdas em decorrência da estiagem e das altas temperaturas.
Em Minas Gerais, importante produtor de milho 1ª safra do País, com participação de 18,8% do total, a produção deve alcançar 5,1 milhões de toneladas, 4,5% acima do ano anterior. Em São Paulo, a estimativa da produção foi de 1,8 milhão de toneladas, declínio de 19,1% em termos anuais. Em Mato Grosso, a estimativa da produção foi de 377,8 mil toneladas, altas de 17,5% em relação ao mês anterior e de 28,4% em relação ao ano anterior. Em Goiás, a estimativa da produção foi de 1,4 milhão de toneladas, declínio de 8,7% em relação a 2021 e em Mato Grosso do Sul, 173,0 mil toneladas, aumento de 31,9% no mesmo comparativo.
Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção é de 82,7 milhões de toneladas, aumentos de 2,9% em relação ao mês anterior e de 33,1% em relação a 2021, com crescimento de 3,7% na área a ser plantada. Na safra 2021, na maioria das Unidades da Federação importantes na produção do cereal, o clima prejudicou o desenvolvimento das lavouras da segunda safra. Além disso, o ano agrícola atrasou, encurtando sua “janela de plantio”, o que deixou as lavouras mais expostas às restrições de chuvas durante o ciclo.
Para 2022, aguarda-se uma conjuntura climática mais benéfica para a segunda safra de milho, quando comparada à de 2021. O ano agrícola não atrasou e o plantio da soja foi realizado, em sua maior parte, na época ideal, o que pode favorecer a “janela de plantio” para o milho segunda safra. Aguarda-se crescimento da produção de Mato Grosso (12,5%), do Paraná (164,2%), de Goiás (14,5%), de Mato Grosso do Sul (54,1%), de Minas Gerais (51,7%), de São Paulo (68,4%), de Rondônia (11,5%), do Piauí (77,1%), de Alagoas (50,2%) e do Distrito Federal (64,7%), e declínios na Bahia (-8,3%), no Maranhão (-10,6%), em Sergipe (-0,8%), em Tocantins (-4,8%) e no Pará (-2,8%).
SOJA (em grão) – A produção de soja, estimada no primeiro mês de 2022, totalizou 131,8 milhões de toneladas, apresentando uma redução 4,7% em relação ao 3º prognóstico e de 2,3% na comparação com a produção do ano de 2021. Apesar de os produtores brasileiros terem destinado maiores investimentos em insumos e tecnologia na produção do grão, proporcionados pela boa rentabilidade alcançada com a cultura nos últimos anos, os efeitos climáticos da estiagem no Centro-Sul do país têm afetado negativamente o desempenho das lavouras em campo, comprometendo a produtividade.
Com isso, mesmo com ampliação de 3,6% na área de produção, que deverá totalizar 40,4 milhões de hectares, a queda no rendimento médio está estimada em 5,7%, alcançando 3.263 kg/ha, reduzindo a produção nacional da leguminosa. Ainda assim, a soja deve responder, em 2022, por 48,5% da produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas no país.
O Mato Grosso, maior produtor nacional, e que novamente deve responder por mais de um quarto da produção nacional, estimou um total de 37,5 milhões de toneladas, acréscimo de 5,1% em relação ao ano anterior. O Rio Grande do Sul estimou a segunda maior produção nacional, totalizando 21,1 milhões de toneladas, um crescimento de 3,2% frente a safra anterior, impulsionado principalmente pela expectativa de aumento de 4,2% na área plantada. Contudo, o Estado vem passando por uma forte estiagem. Até o momento, a estimativa é de uma queda no rendimento médio de 1,0%, mas que deve se intensificar.
No Paraná, a expectativa é de uma queda de 33,7% na produção neste ano, em razão dos efeitos da estiagem. Com uma produção esperada de 13,2 milhões de toneladas, a retração de 34,8% no rendimento médio é a principal responsável pela quebra na safra, uma vez que há estimativa de ampliação de 1,8% na área plantada. Em Goiás, mesmo com expectativa de queda de 0,8% no rendimento médio, a produção deve crescer 3,1%, alcançando 13,5 milhões de toneladas, em virtude da ampliação das áreas de cultivo. Em Mato Grosso do Sul, espera-se uma ampliação de 6,4% na área a ser colhida, elevando para 12,7 milhões de toneladas a estimativa de produção no Estado. Em Minas Gerais, a estimativa é de uma produção de 7,2 milhões de toneladas, crescimento de 2,6% em relação ao ano anterior. Entre os estados do Norte e do Nordeste, destaque negativo para o Tocantins, onde a queda na produção deve alcançar 15,1%, totalizando 3,0 milhões de toneladas e para a Bahia, que deve apresentar retração de 1,5% na produção, com 6,7 milhões de toneladas.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção para a safra de 2022 foi de 2,7 milhões de toneladas, crescimento de 13,0% em relação ao ano anterior. Apesar dos declínios da área a ser plantada (-1,0%) e da área a ser colhida (-0,2%), o rendimento médio apresenta um crescimento de 13,2%. Em 2021, o clima foi desfavorável à produção das culturas de segunda safra, aguardando-se, para 2022, uma normalização climática, notadamente, uma maior disponibilidade de chuvas nas principais Unidades da Federação produtoras.
A produção de Goiás deve alcançar 1,2 milhão de toneladas, alta de 8,8% em relação a 2021, com o rendimento médio devendo aumentar 10,3%. Para Minas Gerais, aguarda-se um crescimento de 38,1% na produção, que deve alcançar 780,4 mil toneladas, com o rendimento médio devendo aumentar 33,6%. Já para a Bahia, a estimativa da produção do sorgo, para 2022, encontra-se 19,1% menor, devendo alcançar 115,1 mil toneladas. No Mato Grosso, a produção deve alcançar 151,1 mil toneladas, aumento de 4,9% em termos anuais, e no Mato Grosso do Sul, 82,0 mil toneladas, aumento de 13,7%. No Distrito Federal, a produção foi estimada em 48,0 mil toneladas, 36,8% acima do ano anterior.
TOMATE –A primeira estimativa da produção brasileira de tomates, em 2022, foi de 3,6 milhões de toneladas, indicando um aumento de 2,1% em relação ao terceiro prognóstico. A área plantada e a área a ser colhida apresentaram crescimento de 2,7% e o rendimento médio, declínio de 0,7%.
Goiás se apresenta, nesta estimativa, como o maior produtor brasileiro de tomates e espera uma produção de 971,4 mil toneladas, o que representa 27,0% do total nacional, sendo seguido por São Paulo com 24,3%, Minas Gerais com 14,2%, Paraná com 6,5%, Bahia com 4,9%, Espírito Santo com 4,4% e Rio de Janeiro com 4,1%. A maior variação positiva na estimativa da produção, em relação ao terceiro prognóstico, foi no Paraná (58,3%).
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