Soja: FecoAgro prevê perda maior com estiagem no RS; produção deve cair 18,9%
A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) ajustou suas estimativas de perdas da safra gaúcha por causa da estiagem, elevando a previsão de quebra na soja e reduzindo a de milho. Os prejuízos para a oleaginosa cresceram de 13% da área, esperada no início do mês, para 18,9%, enquanto o milho, que apresentava potencial de perda de 33%, deve recuar 30% na produção.
Os dados fazem parte do segundo levantamento feito pela Rede Técnica Cooperativa (RTC) e consideram uma média ponderada de área de 3,2 milhões de hectares com soja e 337 mil hectares com milho. O presidente da FecoAgro, Paulo Pires, disse à reportagem que a variação na soja ocorre por causa de uma percepção de queda mais acentuada em regiões tradicionais de plantio. Segundo ele, o centro-norte do Estado é o mais atingido, principalmente os municípios de Santa Bárbara, Itapera, Soledade e Não-me-Toque.
Embora tenha chovido nos últimos dias e a colheita da oleaginosa só comece em março no Estado, já se sabe que as lavouras que foram plantadas precocemente, em outubro, têm uma quebra de mais de 30%, segundo Pires. "A soja que foi plantada mais cedo estava em fase de florescimento durante a seca e, por isso, é muito difícil reverter as perdas. No nosso entender, já há uma quebra instalada de produção", disse. As áreas que foram plantadas a partir de 20 de novembro, em contrapartida, como ainda estão começando o processo de reprodução e dependem do clima, podem ter uma boa recuperação se chover regularmente até março.
Caso as condições climáticas não sejam favoráveis, no entanto, as estimativas de quebra podem se agravar, lembra o presidente da empresa. No caso do milho, a situação foi inversa. A nova avaliação apontou que algumas regiões, como a das Missões e de Santa Rosa, que concentram grande área plantada, têm menor quebra na safra. Por isso, o porcentual de perdas em relação ao primeiro levantamento foi reduzido. Para a FecoAgro/RS, as estimativas para o cereal estão mais consolidadas, já que boa parte da colheita avançou no Rio Grande do Sul e a maior parte da quebra já foi definida.
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