Área plantada de trigo nos EUA recua aos níveis de 1909 e impulsiona cotações
As plantações de trigo nos Estados Unidos atingiram a menor área em mais de um século, provocando elevação dos preços para acima de US$ 5,60 por bushel. Nesta temporada, foram cultivados cerca de 30,8 milhões de acres (12,46 milhões de hectares) com trigo de inverno, área 1% menor em relação ao ano anterior, mas não muito maior do que o semeado em 1909, 29,2 milhões de acres (11,93 milhões de hectares), de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
A redução da área com trigo ocorre porque o trigo está perdendo espaço para culturas mais rentáveis, como o milho e a soja. Essa substituição é observada no centro-oeste, como a oeste do Rio Mississippi, particularmente nas planícies do sul do Texas, Oklahoma e Kansas, segundo o executivo-chefe do grupo industrial Kansas Wheat, Justin Gilpin. As quedas ocorrem ao mesmo tempo em que a Rússia se estabelece como grande fornecedor mundial.
Problemas de qualidade com as recentes colheitas de trigo de Chicago também fizeram os preços subirem. O tempo úmido e de chuvas atrasou os cultivos e colheitas de milho e soja no Centro-Oeste no ano passado, o que prejudicou a cultura do trigo, normalmente plantado após as colheitas do fim do verão. O clima também reduziu a qualidade do cereal, esgotando o teor de proteínas e desencorajando novas plantações.
A expectativa é que os preços mais altos do trigo afetem mais as empresas Campbell Soup Co. e a Kellogg Co., que dependem do cereal para fazer biscoitos e cereais, segundo analistas da Bernstein Research.
As exportações do cereal também tornaram-se cada vez mais difíceis com o dólar forte, avalia o corretor de futuros da Daniels Trading em Chicago, John Payne. "Se você não está exportando trigo, não faz sentido cultivá-lo", disse. "Não podemos processar o suficiente neste país para realmente usá-lo."
A alta das cotações do produto também ocorre, em parte, por causa da diminuição da produção na Austrália, onde a seca e os incêndios prejudicaram a safra, assim como na Rússia. Os traders também continuam atentos à possibilidade de redução da oferta russa, com as notícias de que o País deve limitar as exportações este ano. Fonte: Dow Jones Newswires
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