Plantio consorciado de arroz e pastagem apresenta resultados positivos com uso de tecnologias apropriadas
A unidade experimental de recuperação de áreas degradadas implantada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) e parceiros, no Centro Agrotecnologico de Palmas apresenta resultados positivos com o uso do sistema Clearfield (CL), que se baseia no uso de sementes tolerantes a um herbicida especifico. Desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a BASF, empresa química alemã global e líder mundial na área química, a tecnologia foi utilizada para avaliar a produtividade e otimização de recursos na propriedade rural.
O Gerente de Agricultura, o engenheiro agrônomo, Edmilson Rodrigues, informa que na área foram consorciados o arroz terras altas BRS A501 CL, resistente ao herbicida Kifix, com quatro cultivares de capim, e destaca que o plantio realizado em 5 de abril de 2019 já apresenta resultados em 120 dias. O gerente explica que o arroz é uma cultivar nova, sendo desenvolvida pela Embrapa. “Neste caso a cultiva de arroz terras altas BRS A501 CL é resistente ao herbicida Kifix, sendo uma alternativa na recuperação de pastagens degradadas. É uma parceria da Embrapa que realizou a pesquisa com a BASF, e com o trabalho da extensão rural está multiplicando para os produtores. As cultivares foram plantadas no mesmo dia e hora, na mesma área com parcelas divididas. O arroz está sendo colhido em 120 dias, e o capim permanecerá deixando a pastagem formada ”, avaliou.
O agrônomo afirma ainda que a proposta é multiplicar em torno de 70 hectares em experimento na safra 2019/2020, com média de 15 a 20 hectares para mais de seis produtores em unidades demonstrativas. "Se o produtor fosse realizar a reforma direta da pastagem, teria que entrar com calagem, fosfatagem e adubação, e o retorno seria de 180 dias ou seis meses para alocar os animais. Com o arroz o beneficio é maior, pois ele colhe o arroz, paga a reforma e depois já introduz os animais, é uma renda a mais, porque os animais usarão a pastagem, assim o arroz se pagou porque já saiu a cultura”, declarou.
A pesquisa apresenta bons resultados em outros estados, como Mato Grosso e Paraná e no Tocantins não são diferentes. Aqui produtores também mostram sua satisfação com o uso da tecnologia e já possuem resultados de pastagens após a colheita do arroz.
O produtor Alício Alves, proprietário da Fazenda Cria Bem, no município de Crixás, atendido pelo programa Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono em Integração, Lavoura, Pecuária e Floresta (ABC/ ILPF), é um dos produtores que implantaram a tecnologia em sua propriedade. Ele demonstra satisfação com os resultados e relata sobre a diferença do consumo de sal dos animais. “A diferença é muito grande, eu gastava com 80 vacas paridas, um saco de 30 kg de sal por dia, os bezerros e as vacas que comiam um saco de 45 kg de ração por dia, agora levaram dez dias para comer o primeiro saco de sal. Só que não é um sal normal, é quase um proteínado de baixo consumo, é claro que quando se reduz o capim aumenta o consumo. Ao fechar o mês farei a média de quanto baixou e do quanto eu ganhei em dinheiro com a tecnologia. Se eu fosse descrever o tamanho da minha satisfação com o Ruraltins e a Embrapa, eu passaria o dia todo relatando. Para mim foi muito gratificante receber todo o apoio dessas Instituições, além da Agencia de Defesa Agropecuária (ADAPEC) e a Basf, concluiu.
Custos de Produção
O custo de produção do agricultor Alicio Alves, consorciando o arroz com o capim, gira em torno de R$ 2.028,59, com a venda da saca do arroz ao preço de R$ 57,00, o produtor obtém uma receita no valor de R$ 4.750,00 e lucro de R$ 2.700,00 no arroz para a reforma.
Vantagem
A maior vantagem desse sistema de produção é a amortização do custo da reforma da pastagem que entra com uma cultura de ciclo curto, sendo o arroz colhido em 120 dias, pagando assim a reforma da pastagem, estando disponível para alimentação do gado.
Sistema Clearfield
É um sistema de produção que permite a otimização dos recursos para o produtor e bons resultados na produtividade. A tecnologia é eficiente no manejo das principais plantas daninhas que ocorrem na lavoura de arroz, especialmente o arroz vermelho, que é o grande inimigo da orizicultura brasileira.
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