Colheita do feijão avança e ultrapassa 80% da área cultivada no RS

Publicado em 06/04/2017 17:16

Beneficiada pelas condições climáticas dos últimos períodos, a colheita do feijão 1ª safra se encaminha para o final nos Campos de Cima da Serra, com mais de 80% da área colhida. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, o rendimento médio das lavouras, em média de 2.700 kg/ha, é considerado muito bom e acima da expectativa inicial, que era de 2.400 kg/ha. A qualidade dos grãos é muito boa devido ao clima favorável durante todo o ciclo e especialmente na colheita.

Já para o feijão safrinha ou 2ª safra, restam poucas áreas para serem plantadas, porém, a baixa umidade do solo, devido ao período de mais de duas semanas sem chuvas, desfavorece o desenvolvimento em algumas regiões. Em algumas áreas, ocorre a migração de pragas das lavouras da soja para as de feijão, em especial de mosca-branca e percevejo. Mesmo assim, em geral, a cultura se encontra com boa sanidade.

No milho, a colheita segue e atinge 75% do total semeado, com 23% prontos para a colheita e 12% em enchimento de grãos. O percentual de colheita do milho poderia ser maior não fosse o interesse pela soja. Apesar dos bons rendimentos obtidos até o momento, os agricultores estão insatisfeitos com os preços praticados no mercado, o que provoca insegurança a respeito do investimento para a próxima safra. Com a boa produção sendo obtida este ano, os preços do milho seguem a tendência de baixa, com a saca de 60 quilos valendo, para o produtor, R$ 21,76. A diferença em relação ao ano passado, nesta mesma época, chega a -50,40%.

A soja segue em plena colheita, se aproximando de 50% da área colhida, com 35% das lavouras prontas para serem colhidas e 15% em enchimento de grãos. Com a baixa umidade e a falta de precipitações, a maturação foi antecipada, porém apresentando plantas e vagens verdes nas partes externas em pontos específicos de algumas lavouras. Essa característica de baixa umidade, que chega ao extremo de 8,5%, tem provocado perdas na plataforma de corte devido ao impacto do equipamento nas vagens. Também se observou grande quantidade de grãos quebrados e danificados em consequência da combinação de baixa umidade, altas temperaturas e processo de corte inadequado. De maneira geral, essa situação preocupa os produtores, principalmente os que se dedicam à produção de semente, devido à possibilidade de danos nos grãos que comprometem o poder de germinação e vigor das plantas para a próxima safra.

Trigo – Com a cultura em entressafra, os agentes financeiros estão acolhendo propostas para custeio das lavouras. Os produtores começaram a se mobilizar e planejar o plantio da próxima safra, realizando análise de solo e providenciando demais documentos necessários para o encaminhamento de novas propostas de custeio. Em decorrência de problemas com a comercialização nas cooperativas, está ocorrendo a troca do produto comercial por sementes e insumos para o plantio da nova safra. A tendência de área para a próxima safra deverá ser muito parecida com a anterior, com pequena variação para mais ou para menos. Nesse sentido a Emater/RS-Ascar já iniciou a pesquisa junto aos seus escritórios municipais para averiguar a intenção de plantio junto aos produtores. O primeiro levantamento deverá ser publicado no início de maio.

OLERÍCOLAS E FRUTAS
Batata-doce – Na região Centro-Sul, nos municípios de Mariana Pimentel, Barra do Ribeiro e Sertão Santana, estima-se que já tenham sido colhidos e comercializados em torno de 12% da produção desta safra. O período de plantio está encerrado. As lavouras estão produzindo em média 14 t/ha, com produto de qualidade regular. Os preços reduziram em função da entrada de batata-doce vinda do Nordeste do país e à grande oferta de produto na região.

Banana – No Litoral Norte, municípios de Morrinhos do Sul, Três Cachoeiras, Mampituba, Dom Pedro de Alcântara e Torres, o clima ameno e a umidade no solo mantêm o bom desenvolvimento da cultura da banana. O mercado ainda apresenta boa procura, de modo que mantém os preços. Na região, a banana Caturra é comercializada a R$ 20,00/cx de 20 quilos a de primeira e R$ 10,00 a de segunda. A banana variedade Prata é vendida a R$ 36,00/cx de 20 quilos a de primeira e R$ 18,00 a de segunda. Já a banana Ecológica é comercializada a R$ 3,50/kg a variedade Prata e R$ 2,50/kg a variedade Caturra (comercializada em feiras). A disponibilidade de frutos para a colheita na região está abaixo das quantidades normais para a época.

CRIAÇÕES
Bovinocultura de corte - Durante este período, as forrageiras ainda apresentaram crescimento, especialmente o campo nativo, que está se acumulando nas invernadas. No entanto perdeu muita qualidade em função do final de ciclo das gramíneas de verão e a época agora é de implantar as pastagens anuais de inverno. O rebanho apresenta um bom escore corporal, pois foi muito boa disponibilidade e a distribuição de chuvas no verão, favorecendo o bom desenvolvimento dos campos e pastagens. Atualmente, apesar de em muitos locais as plantas mostrarem sinais de déficit hídrico, a oferta de volumoso continua suficiente para manter o peso do rebanho.

Piscicultura - Na região de Erechim, alguns piscicultores estão realizando a despesca. Há boas perspectivas de comercialização na Semana Santa. Nas propriedades, as carpas foram vendidas entre R$ 8,00 e R$ 10,00/kg, considerado um bom preço pelos criadores. Nas feiras, os preços das carpas situaram-se entre R$ 4,00 e R$ 6,50/kg, dependendo da espécie e do tamanho; carpas-capim grandes têm os melhores preços.

Na região Noroeste, em Horizontina, está acontecendo a Programação de Despesca e Comercialização de “Peixe Vivo nas Feiras do Interior” até o final da Semana Santa, com venda em três propriedades e disponibilização de tanques para abate – serviço que deve ser executado pelo comprador, conforme exigência sanitária. Em Santa Rosa, há mais de 20 anos, na quarta-feira que antecede a Páscoa, é realizada a feira do peixe no Mercado Público Municipal, com apoio da Emater/RS-Ascar, entre outras entidades com previsão de venda de 15 toneladas de peixe, especialmente carpas e tilápias. Nos demais municípios, diversos agricultores estão aproveitando para realizar despesca e venda direta ao consumidor na propriedade; comerciantes e intermediários formam estoques para a Semana Santa.

Há um descontentamento generalizado por parte de piscicultores que, por não possuírem licenciamento ambiental da atividade, estão impossibilitados de fazer a manutenção dos tanques; por ser de impacto local, o licenciamento é feito pela prefeitura municipal, sendo que o nível de exigência para obter este documento, na prática, tem sido impeditivo para o produtor, refletindo em baixa rentabilidade e, na grande maioria dos casos, em abandono da atividade.

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Fonte:
Emater RS

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