Mercado internacional se mostra desfavorável para o trigo argentino
Os produtores não enfrentam valores favoráveis para o trigo. No mercado global, há um recorde de produção (quase 750 milhões de toneladas), o que gera uma elevada relação estoque/consumo e baixos preços.
"A safra de trigo vem muito bem em todos os países produtores e os Estados Unidos exportarão 27 milhões de toneladas, o que deverá levar os preços aos níveis mais baixos em nove anos em Chicago", disse o consultor Alejandro Vejrup, em um seminário organizado pela Globaltecnos SA e pela Aacrea, na Argentina.
Na Argentina, a disponibilidade interna também será folgada: 15,8 milhões de toneladas, segundo o Ministério da Agroindústria. Este total deve vir de uma área plantada de 5,2 milhões de hectares e de uma produtividade de 48 sacas por hectare. Desta produção, 7,5 milhões de toneladas devem ser destinadas aos moinhos, para consumo interno, sobrando um saldo exportável de 8,3 milhões de toneladas, dos quais o Brasil deve comprar 5 milhões de toneladas. O restante teria de ser exportado para destinos como o sudeste asiático, onde somente se chega com preços e fretes baratos.
Vejrup observa poucos sinais de alento. Um deles poderia ser o comportamento dos fundos especuladores em Chicago, que estão muito vendidos e que poderiam tomar a posição contrária caso surjam problemas climáticos em algum dos provedores globais. Outro poderia ser a demanda dos fundos de índice. "Se a política de Trump provocar inflação, esses fundos, que compram commodities, podem tomar posição no mercado de trigo", disse.
Tradução: Izadora Pimenta
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