Com colheitas em bom andamento para 2017, FAO prevê tendência baixista para o trigo
A Organização das Nações Unidas (ONU) indicou uma perspectiva de "baixos preços" para o trigo, já que as estimativas para as safras de 2017 são boas até o presente momento, em uma época em que os estoques do cereal já estão em níveis recordes.
A agência de alimentos da ONU, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), destacou que os preços já são historicamente baixos nos Estados Unidos.
Os baixos preços também podem levar a uma contração na área de trigo no país, com a área de trigo de inverno para colheita em 2017 caindo em seu nível mais baixo em um século.
No entanto, agricultores de muitos outros países não seguiram o exemplo americano. Logo, a FAO afirma que o plantio deve aumentar na Rússia, Ucrânia, Índia e Paquistão.
Tempo benéfico
Na Rússia e na Ucrânia, as perspectivas de produção para 2017 são favoráveis, em grande parte, devido ao clima benéficos, além do aumento das plantações de inverno, como destaca a FAO.
Na Índia e no Paquistão, "as primeiras projeções apontam para uma maior safra em 2017", graças às "disponibilidade de água para a safra de trigo irrigada", o que aumentou as esperanças de plantio.
Para a Índia, a recuperação da produção viria também como uma recuperação bem-vinda, após uma colheita atingida pela seca neste ano, o que levou os preços locais a reverterem a tendência mundial e atingirem um recorde de alta no mês passado de 2.143 rúpias por 100kg.
O governo indiano, na quinta-feira, cortou o imposto de importação de 10% sobre o trigo, tendo em vista os altos preços.
Estoques
Também na União Europeia, que é uma grande produtora de trigo, o plantio está quase completo, em condições geralmente boas.
E na China, o maior país produtor de trigo, as perspectivas são igualmente positivas, já que as boas condições climáticas facilitaram o trabalho de campo e beneficiaram o estabelecimento da colheita de trigo de forma antecipada.
O início das colheitas de inverno (no Hemisfério Norte) antes de 2017 ocorre quando os estoques mundiais do cereal já estão em níveis recordes, com a FAO aumentando suas estimativas de estoques no final de 2016/17 para 238,5 milhões de toneladas.
As boas perspectivas de colheita na Argentina e na Austrália também pesaram sobre as cotações do trigo.
Tradução: Izadora Pimenta
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