Governo sinaliza apoio ao produtor de trigo por preços baixos
SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério da Agricultura informou nesta sexta-feira que o governo federal poderá autorizar a realização de operações de apoio à comercialização do trigo, cujos preços estão abaixo do mínimo garantido pelas políticas públicas, desestimulando produtores.
O apoio seria feito por meio de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e Prêmio para Escoamento do Produto (Pep), um subsídio que visa estimular os negócios.
Segundo o ministério, a medida, que está tramitando na área econômica, visa apoiar produtores que sofrem com preços baixos da grande safra esperada para 2016/17, cuja colheita está em andamento.
Diante da grande oferta também no mercado global, a situação é tão grave para os produtores que lotes de trigo de alta qualidade estão sendo negociados para granjas de aves e suínos, que utilizam o grão na elaboração de ração, conforme reportagem da Reuters mostrou nesta sexta-feira.
O mercado brasileiro está com cotações abaixo do preço mínimo, de 644,17 reais por tonelada para o trigo pão tipo 1, segundo apontou o comunicado do ministério.
Uma portaria interministerial, assinada pelos ministérios da Agricultura, Fazenda e Planejamento, "deverá ser publicada no Diário Oficial da União para que a medida entre em vigor", disse a pasta na nota, que não especificou quando ocorreria a publicação.
Os leilões, caso a portaria seja confirmada, serão realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Do leilão de Pepro, segundo o ministério, poderão participar produtores rurais e cooperativas. Para receber os prêmio, eles terão que comprovar a venda do produto para receber a subvenção do governo federal.
Ainda segundo a nota, poderiam participar do Pep agentes econômicos (moinhos, comerciantes, indústrias de beneficiamento e indústrias de ração) que se dispõem a adquirir o produto pelo preço mínimo.
Em meados de outubro, o governo havia dito que avaliava medidas para garantir o preço mínimo do trigo.
Com a expectativa de apoio governamental, os negócios no mercado têm caminhado lentamente.
(Por Roberto Samora e Gustavo Bonato)
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