Brasil avança em acordo para importar trigo da Rússia

Publicado em 10/07/2015 07:28

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BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil concluiu as análises para liberar a importação de trigo da Rússia, informou nesta quarta-feira o Ministério da Agricultura, em meio a uma viagem da ministra Kátia Abreu a Moscou.

Em teleconferência com jornalistas, a ministra afirmou que o aval final para o trigo russo será concedido "nas próximas semanas".

Questionada sobre eventual encarecimento do produto devido ao custo do frete, a ministra ponderou que a decisão de comprá-lo, ou não, caberá ao mercado.

"Se o mercado brasileiro achar que os preços de qualquer país são inviáveis, não é o governo brasileiro que vai impor essa compra. Nossa função é habilitar, não tratamos de subsídios em nenhum momento", disse.

O governo brasileiro também avançou nos trâmites para liberar a importação de pescado russo como contrapartida para a abertura daquele mercado para produtos lácteos do Brasil.

"Atualmente compramos trigo de países que não têm comércio intenso com o Brasil, como o Canadá. Vamos mudar isso e priorizar os mercados que nos oferecem reciprocidade, como é o caso da Rússia, um dos principais destinos de carnes bovina, suína e de aves", disse a ministra, em nota.

Habitualmente o Brasil compra no exterior mais da metade dos quase 12 milhões de toneladas de trigo que consome anualmente. Contudo, a Argentina --que goza de isenção tarifária nas vendas para o Brasil-- é o principal fornecedor.

Nos últimos dez anos, as únicas importações de trigo russo pelo Brasil ocorreram em 2010 e em um volume pequeno, de quase 29 mil toneladas, segundo registros do Ministério da Agricultura.

"Confirmamos nossa disposição em princípio para assinar um acordo entre a Rússia e o Brasil relacionado às exigências fitossanitárias para o trigo fornecido pela Rússia ao Brasil, de acordo com as mudanças propostas pela comitiva brasileira", disse um porta-voz do Ministério da Agricultura da Rússia à agência Tass, após encontro entre Kátia Abreu e o ministro russo de agricultura Alexander Tkachev.

 

LÁCTEOS

Onze empresas brasileiras receberam nesta quarta-feira autorização da Rússia para exportar, pela primeira vez na história, leite em pó àquele mercado.

Junto com outras companhias que já tinham essa liberação mas não estavam exportando leite em pó para a Rússia, 22 empresas brasileiras no total poderão embarcar o produto para o país.

A Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) espera atingir, a médio prazo, metade do mercado russo, que importa anualmente 630 mil toneladas de leite em pó, no valor de 1,2 bilhões de dólares, segundo nota do Ministério da Agricultura do Brasil.

Durante a teleconferência, a ministra Kátia Abreu estimou que isso deve ocorrer dentro de dois a três anos.

Em nota, o ministério havia informado que o leite em pó fará parte de protocolo de "prelisting" entre os dois países, ou seja, empresas brasileiras poderão ser autorizadas a exportar sem necessidade de fiscalização prévia, desde que atendam aos requisitos da legislação russa.

Segundo a ministra, contudo, as empresas que receberam aprovação nesta quarta-feira para exportar para a Rússia não ganharam o aval sob esse sistema.

"Se novas empresas aparecerem no ministério pedindo, solicitando, aí será sob a modalidade de prelisting. Mas nós agora, ao todo, estamos com 22 empresas", pontuou ela.

(Por Marcela Ayres)

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Fonte:
Reuters

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2 comentários

  • Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR

    Parabéns por que? Não entendi o posicionamento do senhor Victor Angelo, pois a Kátia Abreu parece não nos representar..., aliou-se, bandeou-se, rendeu-se ao poder que está prestes a cair! Ela parece pinto no lixo, toda feliz com aquele chapeuzinho que representa o retrocesso na qual seus ídolos estão nos condicionando. Uma postura lamentável, justamente quando nós, triticultores, caminhamos para uma safra de trigo que sequer tem preço na lousa. Aproveite bem a viagem senhora Kátia, pois a festa logo acaba em choro, a casa via cair! Entendam que não sou contra a importação de trigo, porém acredito que a hora não é a ideal, e já que os moinhos, industrias e afins podem trazer produtos agrícolas de onde bem quiserem, então que a regra valha para nós também na hora de trazer produtos, máquinas e defensivos a fim de baixar os custos de produção! Quem nos garante que este trigo não traga junto doenças e contaminação com defensivos agrícolas não autorizados no Brasil? Se eles usam e nós compramos, então que usemos também, ou será que há algum interesse oculto do qual não somos informados??!! Palhaçada tem limite...

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      Angelo, não podemos ficar dependentes do trigo da Argentina, é bom procurarmos novos mercados, principalmente o Russo,,,Este Mercosul é muito fraquinho...Mas isto não tira o meu apoio as apurações desta corja que dominou o pais...Realmente acho também que o meu "parabens" náo caiu bem...Acho que foi porque isto marca um "gol" na nossa "amiguinha" Argentina...

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    • Angelo Miquelão Filho Apucarana - PR

      Obrigado pelas considerações assertivas, creio que assim como a maioria de nós agricultores, que votamos nesta senhora, hoje estamos pra lá de decepcionados com a sua conduta inadequada diante da situação. Um abraço!

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  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Valor do frete é relativo... Se o trigo argentino chega cheio de imposições comerciais sem a devida reciprocidade, às vezes a viagem mais longa se torna mais viavel para o Brasil...Tem que colocar a "mão na massa" para ver os prós e os contras... Parabéns pelo trabalho da Ministra...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Victor, sou um modesto matuto, mas, penso, as responsabilidades de um ministério da agricultura, não é negociar compras de commodities. Posso ser muito conservador, mas o que um ministro da agricultura deve olhar é, sobre as políticas para a produção,das commodities em solo brasileiro e não na Russia. Reitero: "ISSO NÃO VAI PRESTAR"!!!

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      O trigo argentino vem de trem...enquanto o soja do MT vai no jacá no lombo da mula...olha a força dos moinhos e dos pelegos do governo..

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      O problema está na diferença histórica de colonização...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Victor, o histórico da colonização se encerrou a DUZENTOS anos atras, quando o Brasil declarou-se independente e aboliu a monarquia. Acho que nesse período há tempo suficiente para "colocar o trem nos trilhos"!!! O senhor imagine, o que os brasileiros dos anos 2215 vão pensar sobre nós; quando lerem a história dos acontecimentos dessa nossa realidade atual !! Será que vão culpar, também o histórico da colonização? Sinceramente... Não sei o que falar !!!

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      O Juscelino foi o último dos presidentes do Brasil...Depois dele o Brasil virou colônia e não tem mais solução...( A gente vive brincando de eleger presidentes)

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Os legisladores e o executivo municipais estão bem mais próximos de nós, acho que as possíveis cobranças nesses níveis devem ser mais eficientes, vamos cobrar "nossos" Edis uma postura republicana, aqueles que se encontram no "planalto do poder" vão sentir as mudanças nas planícies e, suas posturas com certeza vão tomar outro rumo. Dentre os muitos leitores desse espaço, quantos estão insatisfeitos com a administração da sua cidade?

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      Mudar de baixo para cima... é uma boa idéia!

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    • OLAVO LUIZ M ANTONIAZZI Santa Maria - RS

      Creio que poderia ser autorizado aos Moinhos a importaaçao de trigo DE QUALQUER PAIS, , porém SÓMENTE depois que os MOINHOS ADQUIRIREM TODO O TRIGO PRODUZIDO NO PAIS

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